S�o Paulo, 22 - A Volkswagen admitiu nesta quinta-feira, 22, que � um das montadoras que t�m excedido os limites do acordo comercial entre Brasil e Argentina para ve�culos e autope�as. O documento diz que, para cada US$ 1 que os argentinos exportam para o mercado brasileiro, o caminho inverso tem de ser de at� US$ 1,5. Esta rela��o � chamada pelos dois governos de "flex".
Como a demanda de consumidores brasileiros enfrentou uma forte queda durante a crise econ�mica, a necessidade de importar carros argentinos tamb�m despencou. Por outro lado, as vendas no pa�s vizinho t�m crescido nos �ltimos anos, o que tem estimulado as exporta��es brasileiras para l�. Tal desequil�brio tem levado o "flex" de todo o setor a atingir algo um pouco acima de US$ 2.
Com a balan�a desfavor�vel para a Argentina, o presidente Mauricio Macri reagiu exigindo que as filiais argentinas das montadoras respons�veis por esse excesso depositassem uma garantia, que corresponde a uma antecipa��o da multa que ter� de ser paga quando o acordo expirar, em junho de 2020. Se o desequil�brio permanecer depois do fim do acordo, a garantia � executada.
A "confiss�o" da Volkswagen foi feita nesta quinta-feira, 22, pelo presidente da montadora para a regi�o da Am�rica do Sul, Am�rica Central e Caribe, Pablo Di Si, antes de participar de evento de lan�amento da nova vers�o da picape Amarok, em S�o Paulo. O executivo, no entanto, minimizou a quest�o, alegando que o excesso j� estava no planejamento da empresa e que, antes do fim do acordo, o equil�brio comercial entre os dois pa�ses ser� retomado, com o "flex" sendo respeitado.
Di Si explicou que, no caso da Volkswagen, o excesso � causado pelo segmento de caminh�es. Segundo ele, a montadora consegue realizar uma troca equilibrada entre os dois pa�ses no com�rcio de ve�culos leves, uma vez que tanto a f�brica da Argentina quanto as f�bricas do Brasil t�m produ��o nesse segmento. O problema est� nos caminh�es, j� que s� o Brasil produz e exporta caminh�es.
O executivo n�o quis informar qual � o tamanho do excesso da Volkswagen nem qual � o valor cobrado pelo governo argentino como garantia, mas disse que a empresa n�o est� entre os piores casos. "Se olharmos o filme como um todo, tem montadoras que est�o muito acima", afirmou Di Si, sem revelar os nomes das empresas.
A garantia cobrada pelo governo argentino � referente ao per�odo que vai de julho de 2015, quando teve in�cio a �ltima renova��o do acordo, at� junho de 2017, quando esta renova��o completou dois anos. Nesse per�odo, o "flex" ficou em US$ 1,8. Em julho de 2017, a Argentina publicou resolu��o na qual avisou que vai cobrar as garantias das empresas. Mesmo assim, desde ent�o, o "flex" continua acima do limite de US$ 1,5, chegando a mais de US$ 2.
O presidente da Volkswagen disse tamb�m que pretende reequilibrar esta propor��o a partir de um aumento das importa��es de carros produzidos na Argentina, em vez de reduzir as exporta��es brasileiras para l�. "Ser� uma situa��o de ganha-ganha", afirmou, explicando que essa estrat�gia ser� beneficiada pelo crescimento do mercado brasileiro, que vai demandar mais carros argentinos.
Al�m da Volkswagen, a GM e a Fiat tamb�m admitiram que est�o excedendo o flex. A GM informou que est� apenas "um pouco acima" do limite e disse que, por isso, a garantia cobrada pela Argentina � irris�ria, de US$ 25 mil. A Fiat afirmou que vai reequilibrar o com�rcio entre os dois pa�ses por meio da importa��o de um novo modelo que ser� produzido na Argentina, o Cronos. Quatro montadoras disseram que n�o est�o superando o "flex": Ford, Honda, Toyota e Scania. As demais empresas n�o deram uma resposta.
(Andr� �talo Rocha)
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Ap�s GM e Fiat, Volks tamb�m admite que tem excedido acordo com Argentina
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