(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Fundo de R$ 160 milh�es quer tirar startups brasileiras do 'vale da morte'


postado em 03/03/2018 09:36

S�o Paulo, 03 - Um fundo criado com dinheiro de empreendedores por tr�s de algumas das startups de maior sucesso no Brasil, como Instagram, Nubank e 99, est� tentando tirar novas empresas em est�gio inicial do chamado "vale da morte" - per�odo entre a capta��o de investimento anjo e a primeira rodada de capital de risco (s�rie A). Em pouco mais de um ano de opera��o, o Canary j� colocou parte dos mais de R$ 160 milh�es arrecadados com sua rede de parceiros nas m�os de mais de 20 startups brasileiras.

Tudo come�ou com a amizade entre dois estrangeiros, o h�ngaro Mate Pencz e o alem�o Florian Hagenbuch, cofundadores da Printi, startup que opera um e-commerce de materiais gr�ficos. Eles se formaram em universidades de ponta nos Estados Unidos e se mudaram para o Brasil para empreender. A startup nasceu em 2012, cresceu r�pido e chamou a aten��o da americana Vistaprint, que comprou uma fatia da empresa em 2014 por US$ 25 milh�es.

"Conseguimos um bom dinheiro e come�amos a investir como anjos", contou em bom portugu�s Pencz, cofundador do Canary. "Percebemos que havia poucas pessoas fomentando o ecossistema de startups no Brasil." Na mesma �poca, J�lio Vasconcellos, fundador do site de compras coletivas Peixe Urbano, havia vendido a empresa ao gigante chin�s Baidu e se juntou aos amigos para investir. Em seguida vieram Marcos de Toledo Leite e Patrick de Picciotto, da gestora de investimentos MSquare. A ideia de unir for�as em um fundo se tornou mais clara nos anos seguintes e, em janeiro de 2017, o Canary nasceu.

A experi�ncia de quem sentiu na pele as dificuldades de alavancar uma empresa, j� que poucos fundos olham para startups nesse est�gio, acabou trazendo v�rios outros empreendedores para o Canary. Al�m de colocarem dinheiro, eles indicam empresas e ajudam a avali�-las para um poss�vel aporte.

Mike Krieger, fundador do app de fotos Instagram, hoje com mais de 800 milh�es de usu�rios, � um dos 49 parceiros do fundo. "Sempre tive interesse em ajudar startups brasileiras", afirmou Krieger no ano passado. "Estou come�ando a me envolver por meio do Canary."

O fundador e presidente do Nubank, David V�lez, tamb�m uniu for�as. "Tenho muitas oportunidades para fazer investimentos, mas dedico todo o meu tempo ao Nubank", diz. "Estar no Canary me permite ajudar sem ter que trabalhar ativamente nisso." Paulo Veras, cofundador do app de transporte 99, se juntou ao fundo em janeiro, ap�s vender a startup para a chinesa Didi Chuxing por US$ 600 milh�es.

De acordo com pesquisa divulgada em fevereiro pelo Sebrae em parceria com o Minist�rio da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os (MDIC), quase 30% das mais de 1 mil startups brasileiras analisadas no estudo realizado ao longo do ano passado fecharam as portas - a maioria delas por falta de acesso a capital. "H� muita gente boa empreendendo no Brasil, mas sem alternativas de investimento", diz Leite, que hoje lidera a opera��o do Canary.

A lista de investidas tamb�m cresceu rapidamente no �ltimo ano: o fundo j� analisou mais de 500 startups e investiu em 21 delas, como o site de compra e venda de carros usados Volanty e o sistema de checagem de identidade IdWall. As startups recebem, em m�dia, aportes entre R$ 600 mil e R$ 1 milh�o.

Empreendedores ouvidos pela reportagem explicam que o Canary � diferente de outros fundos, pois as condi��es que oferece �s startups s�o melhores: a decis�o sobre o investimento � r�pida, tomada ap�s duas ou tr�s reuni�es; o fundo fica com uma fatia de at� 15% da empresa e a startup recebe ajuda para chegar aos pr�ximos est�gios.

Al�m disso, os empreendedores t�m acesso � rede de investidores, que os socorrem nos momentos dif�ceis. "Eles j� sofreram o que eu estou passando agora", diz Ricardo Rodrigues, fundador e presidente da Social Miners, uma das investidas.

"Somos pessoas com conhecimento e experi�ncia � disposi��o deles", conta Guilherme Horn, cofundador da corretora de valores digital �gora, vendida ao Bradesco em 2008 e um dos investidores do fundo. "Esse contato ajuda."

At� agora, o Canary j� investiu cerca de 12% de seu capital. Leite planeja colocar 40% em novas apostas e aportar o restante nas mesmas startups. "J� participamos da s�rie A de duas startups que investimos", diz. "Isso prova nossa tese de que h� bons empreendedores no Brasil que estavam fora do radar dos grandes fundos." (Colaborou Bruno Capelas)

(Claudia Tozetto)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)