
Minas Gerais tem grande potencial para a gera��o de energia solar fotovoltaica, mais concentrado em seis microrregi�es do estado. Tr�s delas abrangem o Norte, onde o sol sempre foi considerado um castigo diante da seca hist�rica, e que agora vive a expectativa de receber grandes investimentos no aproveitamento da fonte limpa. O setor traz nova promessa de melhora do perfil da economia local.
As perspectivas nessa �rea em expans�o no Brasil constam do Atlas solarim�trico de Minas Gerais, desenvolvido pela Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig). O estudo in�dito revela que o potencial da irradia��o solar para gera��o de energia no territ�rio mineiro � praticamente o dobro do potencial da Alemanha, pais que h� anos se destaca pela produ��o e aproveitamento da energia proveniente da luz do sol.
De acordo com o levantamento, a radia��o m�dia das regi�es mineiras varia entre 5,5 e 6,5kWh/m2 (Kilowatts/hora por metro quadrado) enquanto a radi��o solar na Alemanha � de 3kWh/m2. O avan�o das fontes renov�veis de energia foi mostrado na s�rie de reportagens “Energia sem fim”, do Estado de Minas. Dados divulgados pela Associa��o Brasileira de Energia Solar (Absolar) mostram que Minas tem lideran�a folgada na chegada gera��o distribu�da de energia solar, daqueles sistemas em que o pr�prio consumidor produz a energia, instalados em telhados de resid�ncias, com�rcios, pr�dios, ind�strias e propriedades rurais.
Minas Gerais � o estado com o maior n�mero desses equipamentos, com o total de 3.540 sistemas, � frente de S�o Paulo (3.166 equipamentos). A capacidade instalada de gera��o distribu�da do estado � de 37,9 megawatts, volume bem superior ao do segundo colocado, o Rio Grande do Sul, com 26 megawatts.
Segundo o estudo t�cnico da Cemig, as seis microrregi�es com maiores potenciais de gera��o de energia solar no estado s�o: Jana�ba; Janu�ria; Pirapora e Una�; Pirapora e Paracatu; Curvelo e Tr�s Marias; Patroc�nio e Arax�. O engenheiro de tecnologia Claudio Homero Ferreira da Silva, da Ger�ncia de Gest�o Tecnol�gica e Inova��o da Cemig, explica que “o que determina a disponibilidade e o potencial de energia solar � a radia��o solar que incide ou que chega em determinada regi�o. Ou seja, radia��o solar � a energia radiante emitida pelo Sol”.
Outros fatores foram ainda considerados pelos t�cnicos para estimar esse potencial. “As condi��es clim�ticas, meteorol�gicas e geogr�ficas e a topografia tamb�m influenciam. A regi�o Norte de Minas tem localiza��o geogr�fica onde h� maior insola��o (horas de sol por dia), irradia��o (radia��o solar) devido �s quest�es clim�ticas – menos nuvens e precipita��es de chuvas”, observa.
Homero Silva ressalta que o mapa solarim�trico mostrou que no Norte do estado os equipamentos de aproveitamento e gera��o de energia solar t�m muito mais rendimento do que aqueles de outras partes do estado, como a Zona da Mata, por exemplo. No Norte de Minas, um determinado sistema voltaico (de 1kWp) produz 1.489kWh de energia em um ano, enquanto na Zona da Mata o mesmo equipamento produz 1.258kWh de energia ao ano, ou seja, 16% a menos.
Futuro
O engenheiro de tecnologia da Cemig destaca que as empresas investidoras em megausinas de gera��o de energia solar conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) analisam v�rios aspectos antes de decidir pela instala��o de suas plantas. Elas t�m atuado no setor por meio de leil�es promovidos pela Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel). Esses empreendedores levam em considera��o fatores como disponibilidade de �rea e topografia do terreno, uso e ocupa��o do solo, riscos de eventos naturais e disponibilidade de conex�o com a rede el�trica.
“Do ponto de vista profissional, vejo a energia solar como uma forma de diversificar a fonte de energia e a matriz energ�tica brasileira, aplicando os conceitos e diretrizes da sustentabilidade, das fontes renov�veis e alternativas, da efici�ncia energ�tica e da gera��o distribu�da”, afirma Homero Silva. Ele chama aten��o para a import�ncia da fonte solar fotovoltaica. “Percebo a energia solar como a energia do presente e do futuro, capaz de fomentar o desenvolvimento regional e industrial, possibilitando o acesso � eletricidade ou mudando a forma de o consumidor se relacionar com o sistema el�trico”, avalia o especialista.
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