(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Ind�stria do a�o teme 'inunda��o' de importa��es


postado em 25/03/2018 10:48

Bras�lia, 25 - O governo montou um sistema de monitoramento especial para acompanhar, em detalhe e em tempo real, como est�o as importa��es dos produtos atingidos pela decis�o dos Estados Unidos de sobretaxar suas compras de a�o em 25% e as de alum�nio em 10%. A ordem � adotar medidas caso haja oscila��es importantes no ingresso desses produtos no Brasil.

H� uma preocupa��o, no governo e no setor privado, quanto ao que pode acontecer com os produtos que "sobrarem" no mercado com a eventual redu��o das importa��es pelos Estados Unidos. Empresas brasileiras de a�o e alum�nio temem uma inunda��o e cobram mais prote��o.

"� ingenuidade achar que, com uma medida dessas (sobretaxa), as ind�strias v�o espontaneamente reduzir sua produ��o", disse o presidente da Associa��o Brasileira do Alum�nio (Abal), Milton Rego. "Elas v�o buscar alternativas para desovar sua produ��o."

O presidente executivo do Instituto A�o Brasil (IABr), Marco Polo Mello Lopes, disse que, potencialmente, a sobretaxa pode desviar para outros mercados perto de 25 milh�es de toneladas de a�o importados pelos Estados Unidos. A produ��o brasileira foi de 34 milh�es de toneladas no ano passado.

"N�s somos presa f�cil", disse o presidente do conselho do IABr, Alexandre Lyra. Ele se referia ao fato que o governo decidiu, em janeiro passado, n�o aplicar uma sobretaxa sobre as importa��es de a�o laminado a quente importado da China e da R�ssia.

Os ministros que integram a C�mara de Com�rcio Exterior (Camex) entenderam que havia raz�es para cobrar uma taxa adicional nos casos analisados, mas preferiram adi�-la por dois motivos principais: as importa��es est�o num volume relativamente baixo por causa da crise, e a medida poderia resultar na eleva��o do pre�o do a�o, com repercuss�es em outros produtos industriais.

Paliativos

Lyra disse que o setor ganhou, mas n�o levou o antidumping. E no momento se encontra sem prote��o alguma, num mercado que debate h� alguns anos o que fazer com o excedente de produ��o de a�o no mundo.

Na semana passada, em audi�ncia com o presidente Michel Temer, ele pediu que a decis�o da Camex seja revista. O setor argumentou que a sobretaxa dos EUA � um fato novo que justifica uma nova discuss�o. Do ponto de vista do governo, a aplica��o do antidumping pode ser revista se houver um aumento expressivo da importa��o daquele produto espec�fico.

O ministro da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os, Marcos Jorge, disse que "a priori" n�o deve haver essa inunda��o do mercado brasileiro temida pelas empresas. "Temos um sistema de defesa comercial robusto e reconhecido no mundo inteiro. Temos uma medida antidumping j� aprovada no setor de a�o, mas suspensa. Caso haja alguma distor��o no mercado, atuarmos dentro do devido processo legal", afirmou.

Para o gerente executivo de Assuntos Internacionais da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), Diego Bonomo, � cedo para saber se haver� ou n�o essa inunda��o. Dependendo da real extens�o da sobretaxa dos EUA, pode ser que o pa�s reduza pouco suas compras.

Analistas de mercado tamb�m dizem que h� risco de uma "inunda��o" de produto estrangeiro no Pa�s. Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, diz que o movimento pode criar maior competi��o no ambiente dom�stico que j� tem apresentado recupera��o da demanda, assim como retomada do crescimento do setor automobil�stico.

A analista Sabrina Stefane Cassiano, da Coinvalores, no entanto, lembra que a sobretaxa nos Estados Unidos beneficia a Gerdau, pois cerca de 40% de sua receita adv�m de suas opera��es no mercado americano. Sabrina ressalta que as demais companhias, entre elas a Usiminas, poder�o ser beneficiadas pela alta da demanda dom�stica.

Fator China

Com a exclus�o tempor�ria de Brasil, Argentina, Austr�lia, Coreia do Sul e Uni�o Europeia da sobretaxa, pelo menos at� 1.� de maio, boa parte do fornecimento dever� continuar como est�, pelo menos no curto prazo. Ficou claro que o alvo da medida era a China - mas esse n�o � um problema pequeno.

A China fornece metade do a�o e do alum�nio importados pelo Brasil. No caso do a�o, as compras chegaram a 961 mil toneladas, o que correspondeu a 41,3% do total importado. No caso do alum�nio, a China respondeu por 46% das compras brasileiras no ano passado, que totalizaram 155 mil toneladas.

"Tem umas coisas que eu nunca tinha visto", comentou o presidente da Abal. Ele citou como exemplo os cabos de transmiss�o de energia el�trica. H� alguns anos, eles eram brasileiros. Hoje, predominantemente eles chegam da China. O pa�s respondeu por 92% das importa��es brasileiras de cabos de alum�nio no ano passado. "O Brasil � competitivo no alum�nio. Compete com americanas e europeias, mas n�o com a China S.A.", disse o executivo. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Lu Aiko Otta e Lorenna Rodrigues)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)