Rodrigo Clemente/EM/D.A Press - 19/09/15

Bras�lia – As mudan�as clim�ticas, com estiagens longas e preocupantes, e o compromisso global de redu��o das emiss�es de gases de efeito estufa come�am a provocar altera��es, que tendem a ser significativas, na matriz energ�tica do pa�s. O Brasil, cuja depend�ncia de eletricidade gerada a partir das usinas hidrel�tricas j� ultrapassou 85%, hoje tem um mix muito maior de fontes renov�veis de energia. A produ��o hidr�ulica ainda � preponderante, com 60% da gera��o total, mas a e�lica, a solar e, sobretudo, a biomassa aumentam sua participa��o no parque brasileiro, com o uso de mat�rias-primas ex�ticas.


O futuro chegou e, atualmente, res�duos agroindustriais e florestais, como cavaco de madeira ou caro�o de a�a�, e at� mesmo dejetos de animais e lixo podem se tornar fonte de energia. “Perante o mundo, o Brasil j� � diferenciado, com gera��o limpa, mas podemos nos tornar superlimpos. Podemos ser o exemplo mundial de matriz neutra em emiss�es”, diz Luciano Basto, consultor t�cnico da Empresa de Pesquisa Energ�tica (EPE), vinculada ao Minist�rio de Minas e Energia.


O especialista ressalta que a melhor forma de n�o emitir gases � reduzir o consumo, pelo lado da efici�ncia, e n�o desperdi�ar energia. “Por�m, considerando que precisamos aumentar a oferta e existe o compromisso com baixas emiss�es, as renov�veis s�o melhores dos que as f�sseis. No caso da energia a partir de biomassa, o Brasil � um dos maiores do mundo por ser grande produtor de alimentos, e ela pode ser utilizada por longo espa�o de tempo, porque pode ser armazenada”, explica.


Existem op��es para gera��o pouco utilizadas, afirma Basto, porque s�o ex�ticas. “H� diversas experi�ncias no mundo. Na quest�o do aproveitamento energ�tico de lixo urbano, existem 2 mil usinas funcionando no planeta”, conta. Em Curitiba (PR), uma usina une o tratamento de esgoto com a fra��o org�nica do lixo humano para produzir biog�s para gera��o el�trica. “No mundo, das 2 mil usinas, a metade � de recupera��o de g�s de aterro e cerca de 600 s�o de incinera��o de lixo”, assinala Basto. Como o Brasil ainda � muito rico em fontes baratas, a inova��o n�o caminha com a velocidade que deveria. Experi�ncias internacionais apontam para produ��o de eletricidade por meio de ondas e mar�s.