O Bradesco fez um contra-ataque � PagSeguro, do Uol, e entrou definitivamente na �guerra das maquininhas�. Por meio de sua controlada Cielo, da qual � s�cia juntamente com o Banco do Brasil, investiu em seu pr�prio terminal de captura de transa��es com cart�es (POS, na sigla em ingl�s), a �Bradesquinha�. Na mira do banco, segundo o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, est�o os pequenos varejistas que j� s�o clientes, mas recorrem � concorr�ncia na hora de escolher um parceiro para o recebimento de pagamentos.
Ainda que com um certo atraso, o an�ncio da entrada do Bradesco no aluguel e venda de maquininhas, antecipado pela Coluna do Broadcast, ajudou, juntamente com um movimento de realiza��o no mercado americano, a derrubar as a��es da rival PagSeguro na bolsa de Nova York (Nyse) pela primeira vez desde a sua abertura de capital, em janeiro �ltimo. Enquanto isso, os pap�is da Cielo se valorizaram em mais de 3% na semana, atenuando a queda no m�s.
O Bradesco espera vender e alugar 100 mil m�quinas de captura de transa��es neste ano. Desde que iniciou a opera��o, h� 40 dias, 14 mil foram distribu�das.
Do lado dos empr�stimos, passado o primeiro trimestre do ano, o banco j� considera ser dif�cil atingir o cen�rio mais otimista de suas proje��es sem a retomada do setor corporativo. "Se o cr�dito corporativo n�o andar, � muito dif�cil chegar no ponto alto porque no varejo a quantidade de opera��es � alta, mas os valores s�o muito menores", avalia Lazari, que assumiu o comando do segundo maior banco privado do Pa�s h� pouco mais de um m�s.
Por que o Bradesco decidiu entrar na �guerra das maquininhas�?
Viajando o Brasil, come�amos a ver que clientes do Bradesco optam por ter uma outra maquininha porque n�o oferec�amos a op��o de compra. Loc�vamos m�quinas, sobretudo para grandes comerciantes, atacadistas, mas sempre foi um neg�cio de aluguel de m�quinas. O pequeno consumidor prefere comprar a m�quina porque n�o d� para ficar todo m�s pagando aluguel. Muitas empresas entraram nesse v�cuo e acabaram se fortalecendo e conquistando uma participa��o de mercado importante com a venda de m�quinas. Por que n�o n�s fazermos isso tamb�m? Assim, a Cielo pode, n�o canibalizando o neg�cio dela, que est� mais direcionado aos grandes comerciantes, ter um foco maior no pequeno comerciante.
N�o foi um passo meio tarde, enquanto os demais concorrentes avan�avam?
Antes tarde que nunca. N�o sei se � tarde demais. Mas eu acho que n�o. Quem mais sofreu nessa crise foi o pequeno comerciante e, agora, que ele est� come�ando a se recuperar, estamos pegando um momento de vantagem porque ele vai come�ar a aumentar seu faturamento. Acho que � vezes a gente chega um pouco mais tarde em um mercado, mas chega melhor, mais bem posicionados, com um produto mais adequado �s necessidades do cliente.
� poss�vel recuperar o segundo lugar entre os bancos mais rent�veis do Brasil ainda esse ano, posto que foi conquistado pelo Santander no primeiro trimestre?
N�o estamos preocupados com isso, mas em fazer o nosso trabalho e oferecer um bom retorno para o acionista. Se o concorrente deu mais retorno, como aconteceu, isso � uma maratona a longo prazo. Estamos pensando no longu�ssimo prazo para estruturarmos bem o retorno do banco ao longo do tempo.
A carteira de cr�dito do banco encolheu no primeiro trimestre. Vai ser poss�vel alcan�ar o ponto alto da proje��o de cr�dito, conforme o banco j� sinalizou?
Vai depender de muitas vari�veis. Eu acho dif�cil chegarmos no ponto alto do guidance porque depende muito do crescimento do cr�dito corporativo. Se o cr�dito corporativo n�o andar, � muito dif�cil chegar no ponto alto, porque no varejo a quantidade de opera��es � alta, mas os valores s�o muito menores. S� com o varejo, ser� dif�cil alcan�ar o ponto alto. Mas n�s vamos trabalhar para que isso aconte�a. No segmento de grandes empresas, n�s j� estamos com uma estrat�gia definida por meio do banco de atacado para crescer o que for poss�vel.
Essa estrat�gia foi definida na sua gest�o? No que consiste?
� uma estrat�gia de estar muito mais pr�ximo ao cliente. �s vezes, bons clientes que t�m bom risco de cr�dito, t�m opera��es divididas em tr�s, quatro bancos. O que estamos procurando fazer � entender melhor as necessidades do cliente, buscando uma diferencia��o atrav�s de taxas mais atrativas, prazos mais longos.
O risco elei��es j� pesa na oferta de cr�dito?
N�o estamos sentido isso. Muitos empres�rios est�o esperando ver o que vai acontecer com as elei��es para retomar os investimentos, o que � natural. N�o tem mudado o apetite por conta disso. � uma quest�o muito mais de esperar como o cen�rio vai ficar. Mas j� sentimos um aumento da procura por capital de giro porque os estoques foram se reduzindo ao longo dos �ltimos anos, visto que as empresas reduziram seus turnos. Agora, precisam repor seus estoques. A procura de capital de giro para compra de mat�ria-prima e reposi��o de estoques j� vem acontecendo.
O resultado do Bradesco foi bem recebido pelo mercado, com as a��es do banco abrindo em alta. Mas, na sequ�ncia, ca�ram e operadores citavam o "risco Palocci" como o motivo. O setor financeiro pode ser atingido por novidades nas dela��es?
Na verdade, eu n�o sei qual o fundamento do assunto que foi vinculado (nas dela��es). Eu n�o tenho nada para comentar porque n�o sabemos a fundamenta��o disso. Temos de esperar e entender do que se trata. N�s n�o temos preocupa��o com esse assunto.
O banco teria concordado em conceder mais de R$ 2 bilh�es em cr�dito novo para a Odebrecht juntamente com o Ita� Unibanco, mas quer prioridade nas garantias. Se o Banco do Brasil n�o abrir m�o do direito de prefer�ncia, n�o tem neg�cio?
As condi��es que foram passadas s�o essas. Estamos esperando o posicionamento da empresa. Se houver mudan�as, o processo tem de ser retomado desde o come�o.
(Aline Bronzati)
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Bradesco entra na 'guerra das maquininhas'
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