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Estado de Minas

Constru��o civil avan�a e recupera o otimismo

Com juros menores, mais cr�dito e consumidores mais confiantes, mercado imobili�rio aposta na retomada. Setor projeta expans�o de 10% no n�mero de vendas e lan�amentos


postado em 15/05/2018 12:00 / atualizado em 15/05/2018 14:29


S�o Paulo – Na semana passada, uma delega��o de empres�rios brasileiros esteve no Azerbaij�o, ex-territ�rio sovi�tico na regi�o do C�ucaso, para vender otimismo e centenas – talvez milhares – de op��es de investimento no Brasil.

O objetivo principal foi mostrar aos investidores locais que existem grandes janelas de oportunidades, especialmente depois da recess�o econ�mica dos �ltimos anos que deixou o Brasil mais barato em rela��o aos principais pa�ses emergentes.

Quase no fim da turn�, na quinta-feira passada, a viagem ganhou um sabor especial para Flavio Amary, presidente do Secovi-SP, maior sindicato da habita��o do Brasil. Ele recebeu, em primeira m�o, os n�meros que comprovam o reaquecimento da ind�stria da constru��o civil.

Pelos c�lculos do Secovi, as vendas em mar�o alcan�aram 2.613 unidades residenciais novas na capital paulista. O resultado representa alta de 80,5% em rela��o �s 1.448 unidades comercializadas no m�s anterior. Comparado ao volume de 1.233 im�veis comercializados em mar�o de 2017, o crescimento foi de 111,9%.

“Esse desempenho mostra que a recupera��o do setor est� em curso, impulsionada por medidas macroecon�micas acertadas que estimulam a confian�a e criam um momento de oportunidades”, afirmou Amary ao Di�rios Associados. “Rea��o semelhante tamb�m foi observada em diversas regi�es do pa�s, com impactos em diferentes segmentos.”

Em todo o Brasil, ainda pelos dados do Secovi, no acumulado de 12 meses (mar�o de 2017 a fevereiro de 2018) foram comercializadas 25.349 unidades, um aumento de 60,4% comparado ao mesmo per�odo de 2017, quando as vendas totalizaram 15.804 unidades.

O mercado imobili�rio nacional, segundo Celso Pertrucci, presidente da Comiss�o da Ind�stria Imobili�ria da C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru��o (CBIC), ter� expans�o de 10% em lan�amentos e vendas neste ano. “Se a reforma da Previd�ncia tivesse sido aprovada, ter�amos expectativa ainda mais otimista”, diz Petrucci.

Em 2017, os lan�amentos de im�veis aumentaram 5,2% na compara��o com o ano anterior, para 82.343 unidades, segundo a CBIC. As vendas cresceram 9,4%, para 94.221 unidades. Por regi�o, foram registradas altas no Nordeste (29%), Centro-Oeste (22,7%) e Sudeste (7%). Na regi�o Norte, as vendas tiveram queda de 30,9%. No Sul, a retra��o foi de 4,5%.

Confian�a

De fato, em grande parte do pa�s, mesmo que n�o apresentem desempenho proporcional aos n�meros de S�o Paulo, � vis�vel uma recupera��o, alimentada especialmente por uma percep��o generalizada de melhoria do ambiente de neg�cios.

De acordo com o �ndice de Confian�a da Constru��o (ICST), elaborado pela FGV/Ibre, o ritmo de expans�o acompanha o cen�rio j� observado no fim de 2017, que fechou em 81,1 pontos. Trata-se do maior n�vel desde janeiro de 2015.

Segundo a coordenadora de Projetos de Constru��o da Funda��o Get�lio Vargas, Ana Maria Castelo, os resultados do primeiro trimestre de 2018 mostram que a confian�a do setor est� aumentando para fechar mar�o com alta relevante, aos 82,1 pontos.

“O crescimento da economia deve melhorar o cr�dito para a ind�stria avan�ar e o contexto pol�tico ser� muito importante para essa retomada, j� que os efeitos da Lava-Jato abalaram a confian�a nacional”, disse.

Os n�meros s�o positivos n�o apenas no segmento de vendas de im�veis novos, como tamb�m no de usados e de alugu�is, segundo o presidente do grupo Zap Viva Real, Lucas Vargas. Para ele, a queda das taxas de juros e a restaura��o das linhas de cr�dito para a compra da casa pr�pria, especialmente com o aumento do limite de financiamento da Caixa de 50% para 80%, est�o reaquecendo o mercado.

“Tradicionalmente, o setor da constru��o demora mais tempo para se recuperar de crises, j� que os ciclos, do lan�amento do empreendimento at� a entrega das chaves, s�o mais longos”, afirma Vargas. “Mas estamos confiantes que esse crescimento ir� se manter pelos pr�ximos meses.”

Uma pesquisa feira pelo Zap Viva Real mostra tamb�m uma revers�o na queda de pre�os dos im�veis – um term�metro claro de aumento da demanda. De acordo com o levantamento, os pre�os das unidades residenciais, que perderam feio para a infla��o em 2015 e 2016 (com quedas reais de 8,5% e 5,5%), passaram a cair apenas 3,3% a partir de 2017, e no primeiro trimestre de 2018 diminu�ram o ritmo de queda real para os 2,5% anuais.

A queda tem variado entre cidades, sendo ainda puxada pelo Rio de Janeiro, onde os pre�os encolheram nominalmente 4,9% nos �ltimos 12 meses em decorr�ncia da crise que afeta do estado. Em S�o Paulo, houve aumento nominal de pre�os de 1,5% no mesmo per�odo. Florian�polis foi a estrela dos �ltimos 12 meses, com crescimento de pre�os nominal de 5,3%.

Loca��o

 No front de loca��o, os n�meros de 2018 s�o animadores para os propriet�rios de im�veis. Apenas nos primeiros dois meses os pre�os de alugu�is residenciais da cidade de S�o Paulo aumentaram nominalmente 2,3%, bem acima do IPCA de 0,7% e do IGPM de 1,5% no mesmo per�odo.

Altas expressivas nos valores nominais de aluguel residencial no primeiro bimestre de 2018 tamb�m foram verificadas em Goi�nia (4,0%), Salvador (3,8%), Florian�polis (3,4%) e Recife (2,9%). Detalhe: os pre�os de aluguel residencial vinham caindo mais do que os pre�os de venda.

Para o presidente da Associa��o Brasileira de Incorporadoras Imobili�rias (Abrainc), Luiz Antonio Fran�a, o setor imobili�rio conseguir� crescer de forma robusta quando houver a defini��o de um marco regulat�rio para os chamados distratos, como s�o chamados os casos em que o comprador desiste do im�vel e recebe de volta at� 90% do valor pago. “Esse problema � como um c�ncer no setor e precisa ser combatido”, afirma Fran�a.

“Em tr�s anos, os distratos geraram 1 milh�o de demiss�es”. Nas pr�ximas semanas, espera-se que a C�mara dos Deputados vote a o Projeto de Lei que poder� definir novas regras para o setor. “Com mais clareza e seguran�a jur�dica, o mercado tem tudo para crescer de maneira consistente”, diz Fran�a.

Entrevista/Flavio Amary

A retomada est� em curso

 
Existem sinais claros de recupera��o do setor da constru��o?
O setor come�ou a apresentar ligeira rea��o j� a partir do in�cio do segundo semestre, e mais intensamente nos �ltimos tr�s meses do ano passado em S�o Paulo. O m�s de dezembro encerrou 2017 com resultados que surpreenderam os mais otimistas analistas do mercado. Rea��o semelhante tamb�m foi observada em diversas regi�es do pa�s, com impactos em diferentes segmentos, de acordo com a caracter�stica pr�pria e a atividade econ�mica de cada uma delas.

Como o mercado tem reagido em 2018?
Outro sinal importante � que o movimento ascendente se manteve no primeiro trimestre de 2018, per�odo geralmente marcado pela sazonalidade de in�cio de ano e por fatores at�picos que costumam impactar a visita��o aos estandes de vendas. Esse desempenho mostra que a recupera��o do setor est� em curso, impulsionada ainda por medidas macroecon�micas acertadas que estimulam a confian�a e criam um momento de oportunidades.

Que fatores impedem um crescimento mais acelerado?
Para consolidar a retomada do setor, � indispens�vel a manuten��o da pol�tica monet�ria, do atual patamar da taxa b�sica de juros, do controle da infla��o e dos ajustes nas contas p�blicas, por meio das necess�rias reformas estruturais, momentaneamente suspensas. Al�m disso, apesar de n�o acompanhar o ritmo de rea��o de outros indicadores, o emprego � fundamental para que haja crescimento econ�mico.

A Copa do Mundo e as elei��es deste ano exercem influ�ncia sobre o setor?
S�o eventos que alteram a rotina do consumidor e atingem diretamente nossas atividades. Em dias de jogos da sele��o ou de vota��o, a visita��o aos estandes de vendas diminui sensivelmente, interferindo no volume de vendas. Apesar disso, como o segundo semestre tradicionalmente � um per�odo mais positivo para o mercado, acreditamos que eventuais interfer�ncias ser�o superadas.

 

Qual a previs�o de crescimento das vendas para 2018 e 2019?
Com base nas expectativas dos empres�rios do setor imobili�rio e em dados do Boletim Focus, do Banco Central, � poss�vel estimar para este ano um crescimento nas vendas de 5% a 10% em rela��o a 2017. Quanto aos lan�amentos, a estimativa � que poder�o ficar pr�ximos aos n�meros do ano passado, com maior diversifica��o dos produtos ofertados.

O Brasil tem alguma chance de diminuir o seu d�ficit habitacional?
Em 2016, o Secovi-SP encomendou estudo � Funda��o Get�lio Vargas que constatou que ser�o necess�rios 14,55 milh�es de novos domic�lios no per�odo de 2015 a 2025 para suprir a demanda habitacional. Isso significa que o setor teria de lan�ar, neste intervalo de tempo, 1,5 milh�o de unidades ao ano no Brasil. Portanto, h� uma importante demanda a ser atendida e a ind�stria imobili�ria tem buscado trabalhar para suprir pelo menos parte desta necessidade futura.

 

 

 

 


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