
A Opera��o Trapa�a teve como alvo a BRF, que � dona das marcas Sadia e Perdig�o. O grupo � investigado por fraudar resultados de an�lises laboratoriais relacionados � contamina��o pela bact�ria Salmonella pullorum. Em nota, a empresa negou riscos para a sa�de da popula��o.
No regulamento, as autoridades europeias dizem que a partir de mar�o de 2017 os Estados-Membros notificaram “um n�mero significativo de casos de incumprimento grave e reiterado devido � presen�a de Salmonella em carne de aves de capoeira e preparados de carne de aves de capoeira origin�rios de v�rios estabelecimentos no Brasil”.
Ainda de acordo com o regulamento, as autoridades competentes brasileiras foram informadas destes casos e convidadas a tomar as medidas corretivas necess�rias. “As informa��es recebidas das autoridades competentes brasileiras e os resultados dos controles oficiais nas fronteiras da Uni�o n�o permitiram demonstrar que foram tomadas as medidas corretivas necess�rias para corrigir as defici�ncias identificadas. Por conseguinte, n�o existem garantias suficientes de que esses estabelecimentos cumprem atualmente os requisitos da Uni�o, e os seus produtos podem, por conseguinte, constituir um risco para a sa�de p�blica”, informa o documento publicado no Jornal Oficial da Uni�o Europeia.
“�, pois, necess�rio retir�-los da lista de estabelecimentos a partir dos quais s�o autorizadas importa��es de produtos � base de aves de capoeira na Uni�o”, acrescenta o documento, ao afirmar que investiga��es e medidas adotadas recentemente no Brasil indicam n�o haver garantias suficientes de que os estabelecimentos citados cumprem os requisitos aplic�veis da Uni�o.
“Os produtos podem, por conseguinte, constituir um risco para a sa�de p�blica e � conveniente retir�-los da lista de estabelecimentos a partir dos quais s�o autorizadas importa��es de carne e produtos � base de carne na Uni�o”, conclui o regulamento.
Contatado pela Ag�ncia Brasil, o Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento informou estar atuando para reverter a situa��o, mas que n�o comentar� as argumenta��es apresentadas no regulamento da Uni�o Europeia.
Aumento da oferta no mercado interno
Com a limita��o da exporta��o para o mercado europeu, a expectativa � que aumente a oferta no mercado interno, o que tornar� o frango mais barato momentaneamente para o consumidor brasileiro. Por outro lado, poder� resultar em demiss�es no setor. As vendas para a Uni�o Europeia j� vinham apresentando quedas.
De acordo com o Minist�rio da Agricultura, no ano passado, o Brasil exportou 201 mil toneladas para o bloco. Em 2007, chegou a exportar 417 mil toneladas. Em valores, no ano passado, foram exportados US$ 765 milh�es em frango.
Proje��o feita recentemente pela Associa��o Brasileira de Prote�na Animal (ABPA) indica que o embargo da Uni�o Europeia ao frango brasileiro dever� gerar, neste ano, perda de 30% sobre o total do produto exportado pelo Brasil para o bloco, que � composto por 28 pa�ses.
A decis�o de embargo ter� impacto em 20 plantas exportadoras (unidades de produ��o) de nove empresas. De acordo com a ABPA, o Brasil � o maior exportador de carne de frango do mundo. Ao longo de quatro d�cadas, o pa�s embarcou mais de 60 milh�es de toneladas de carne de frango, em mais de 2,4 milh�es de cont�ineres para 203 pa�ses.
No final de abril, os ministros da C�mara de Com�rcio Exterior (Camex) autorizaram por unanimidade o in�cio das tratativas de abertura de contencioso junto � Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC), contestando barreiras impostas pela Uni�o Europeia � carne de frango brasileira.
Na manifesta��o, a Camex argumenta que, apesar de a comunidade europeia argumentar tratar-se de quest�o sanit�ria, bastaria aos frigor�ficos brasileiros pagar uma tarifa de 1.024 euros por tonelada e mandarem tudo como carne in natura, produto que entra no bloco sem problemas sanit�rios.