
Cidade do M�xico e Torre�n - Com plano de aumentar seu espa�o no mercado brasileiro – onde � pouco conhecida –, a maior empresa mexicana de l�cteos, a Lala, planeja investir, nos pr�ximos dois anos, cerca de R$ 400 milh�es em suas f�bricas no Brasil. Desde 2017 a empresa controla a Vigor Alimentos, que tem nove f�bricas no pa�s, sendo quatro delas em Minas Gerais. A ideia � modernizar suas instala��es brasileiras e ampliar a intera��o entre suas equipes dos dois pa�ses. Os diretores da Lala esperam levar at� o fim deste ano um produto j� consolidado no mercado brasileiro para o M�xico e at� o fim de 2019 trazer produtos mexicanos para o Brasil.
Os investimentos para cada f�brica n�o foram detalhados, mas as f�bricas da Vigor instaladas no Sul de Minas e na Zona da Mata ser�o contempladas com boa parte deste montante. O maior estado produtor de leite do pa�s � visto como um territ�rio estrat�gico pelo presidente da companhia mexicana, Eduardo Tr�cio Haro. A empresa e sua controlada Vigor est�o brigando na Justi�a mineira pelo latic�nio Itamb�m, que passou das m�os da Vigor para a concorrente francesa Lactalis.
“Estive v�rias vezes em Minas nos �ltimos anos e vi um trabalho excelente feito pela Vigor e seus produtores. Por isso, mantivemos toda a equipe brasileira e os resultados est�o sendo excelentes. Nossa inten��o � levar as coisas boas que fazemos aqui para o Brasil e trazer as coisas boas que s�o feitas l�”, explica Eduardo Tr�cio. As f�bricas mineiras da Vigor funcionam em Lavras e S�o Gon�alo do Sapuca�, no Sul do estado; e Santa Rita de Ibitipoca e Lima Duarte, na Zona da Mata. A empresa tem outras tr�s f�bricas em S�o Paulo, uma no Rio de Janeiro e outra em Goi�s.
Um dos principais respons�veis pelo interc�mbio de informa��es entre os mexicanos e brasileiros � Jo�o Nery, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Lala, que j� era respons�vel pela �rea de novos produtos da Vigor antes de a empresa ser comprada pela grupo mexicano. Agora morando em Torre�n, cidade do centro-norte mexicano onde fica a sede da Lala, Nery aposta nas inova��es para que a empresa lance produtos bem-sucedidos no mercado. “Minha miss�o aqui � repetir o modus operandi que d� certo na Vigor. Buscar agilidade no processo de desenvolvimento e alcan�ar produtos que atendam cada p�blico”, diz Nery.
Os executivos da empresa n�o revelam quais ser�o os primeiros produtos a serem lan�ados fruto da troca de tecnologias entre os dois pa�ses. Nery ressalta que no M�xico, o carro-chefe da empresa � o leite (pasteurizado, longa vida e tipos especiais como o sem lactose e com mais prote�nas) e sobremesas. “J� o Brasil � mais forte nos produtos agregados, como os refrigerados e queijos. Esses alimentos s�o o forte da Vigor. Tamb�m por dominar esse tipo de produ��o de derivados o Brasil � t�o importante para a Lala”, afirma Nery. No ano passado, a receita da Vigor cresceu 11,5% e o lucro l�quido foi R$ 26,7 milh�es.
Produtividade Al�m da troca de informa��es em rela��o �s tecnologias, Eduardo Tr�cio aposta tamb�m no interc�mbio de conhecimentos e pr�ticas entre os produtores de leite. A Vigor conta hoje com 1,2 mil produtores, a grande maioria em Minas. Fazendeiro desde jovem – viu ainda pequeno o pai e o tio come�arem junto com outros produtores na atividade –, Tr�cio acompanhou a evolu��o na produ��o leiteira desde a d�cada de 1980, com avan�os na �rea da gen�tica e t�cnicas de reprodu��o.
Em fazendas da empresa e de produtores associados nos arredores de Torre�n, a m�dia de produ��o di�ria por vaca � de 38 litros de leite, quantidade muito superior em compara��o com a produtividade dos animais brasileiros. De acordo com o �ltimo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), de 2010, a m�dia era de 7 litros de leite por dia – volume que j� subiu, de acordo com produtores, para 10 a 15 litros di�rios nas ordenhas brasileiras. Ainda assim, em compara��o com os resultados das propriedades mexicanas, a produtividade no Brasil fica bem atr�s.
“A gen�tica � o motivo do aumento da produtividade. Estamos sempre em busca dos melhores touros. Mas s�o v�rios cuidados que trazem os melhores resultados, como a boa alimenta��o, as boas t�cnicas de reprodu��o, al�m dos cuidados sanit�rios com a cria��o”, conta Tr�cio. O fazendeiro e empres�rio mexicano aposta que � poss�vel transmitir t�cnicas que possam melhorar o trabalho dos produtores brasileiros.
“Queremos implementar um trabalho que v� obtendo melhores resultados paulatinamente. Sabemos que cada pa�s e cada regi�o dentro dos pa�ses t�m suas caracter�sticas espec�ficas. N�o se pode mudar tudo de uma hora para outra, mas acredito que um produtor, seja no Brasil, seja no M�xico, ou qualquer outro lugar, com m�dia de produ��o de 10 litros di�rios pode rapidamente ir at� 25 ou 30 litros por dia. Esse aumento � bom para o produtor, que consegue vender mais e para a empresa, que tem mais mat�ria-prima a sua disposi��o”, afirma Tr�cio.
*O rep�rter viajou a convite da Lala