S�o Paulo, 24 - O efeito domin� da greve dos caminhoneiros j� havia chegado ao abastecimento, na quarta-feira, 23, especialmente de produtos hortifrutigranjeiros, no atacado e nos supermercados, provocando alta nos pre�os desses itens.
Na Companhia de Entrepostos e Armaz�ns Gerais de S�o Paulo (Ceagesp), houve redu��o, em m�dia, de 15% a 20% na oferta de hortifrutigranjeiros por causa da greve, segundo o economista da empresa Fl�vio Godas. O caso mais cr�tico era o da batata, que vem do Paran� e do sul de Minas.
Em uma semana, o pre�o do saco de batata subiu mais de 150% no atacado da Ceagesp. S� entre segunda-feira e ontem, a alta foi 35,5%. Luis de Souza, da Catarinense, revenda de batata e cebola, disse que as entradas desses produtos no entreposto ca�ram 95% nos �ltimos dias. Com isso, ele s� tinha batata para vender at� o meio dia desta quinta-feira, 24. "Sou permission�rio h� 30 anos e nunca vi nada parecido."
Na Central de Abastecimento do Rio de Janeiro (Ceasa), principal polo de distribui��o de alimentos do Estado, couve e batata, entre outros produtos, come�aram a faltar e os pre�os dispararam. O saco de 50 quilos de batata, que custava R$ 60, passou a ser negociado a R$ 300, alta de 400%.
A distribuidora Estrela Real, uma das que funcionam na Ceasa do Rio, estava desde segunda, 21 sem receber batata, alho, ovos e cebola. Segundo o gerente Antonio Carlos Vieira, � a pior paralisa��o desde 1994, quando come�ou a trabalhar l�.
Al�m da batata, Godas, da Ceagesp, explicou que os gargalos na entrada de hortifrutigranjeiros j� estavam ocorrendo com outros produtos vindos de fora de S�o Paulo, como mam�o e manga da Bahia, mel�o do Rio Grande do Norte e abacaxi do Tocantins, por exemplo.
Supermercados admitem dificuldade de abastecimento por causa da greve. "Mesmo com o esfor�o do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da popula��o brasileira, identificamos que alguns Estados j� come�aram a sofrer com o desabastecimento de alimentos e que isso poder� se estender para todo o Brasil nos pr�ximos dias, se algo n�o for feito", afirmou em nota a Associa��o Brasileira de Supermercados.
Ind�stria
Na quarta-feira aumentou a lista de frigor�ficos que paralisaram a produ��o por falta de insumos, de animais para abate e de caminh�es para escoar produtos acabados. De manh�, a BRF parou a produ��o de quatro unidades de abate de frangos e su�nos - a empresa informou que outras nove unidades teriam atividades parcial ou totalmente paralisadas at� o fim do dia.
A Associa��o Brasileira das Ind�strias Exportadoras de Carnes e a Associa��o Brasileira de Prote�na Animal informaram que 129 unidades produtivas de associados de bovinos, su�nos e aves estavam paradas na quarta. Com isso, 25 mil toneladas de carnes deixar�o de ser exportadas e o preju�zo � de US$ 60 milh�es. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(M�rcia de Chiara, Renata Batista e Dayanne Sousa)