Belo Horizonte vive nesta quinta-feira (24) um dia de confus�o no tr�nsito e em postos de combust�vel.
Desde antes de 7h da manh�, muitos motoristas formam fila para abastecer nos postos, com medo de faltar gasolina por causa da paralisa��o dos caminhoneiros, que chega ao quarto dia. A situa��o gerou engarrafamentos e reten��o no tr�nsito em v�rios pontos da cidade. Na Avenida dos Andradas, em um posto que fica pouco depois da C�mara Municipal, a procura pelo combust�vel gerou fila em duas faixas da pista.
O temor parece ter fundamento. Pelo menos quatro postos na regi�o da Pampulha e no Centro da capital amanheceram fechados. Na av. Catal�o, esquina com Rua Magn�lia, o posto tamb�m n�o abriu. Na Rua Belmiro Braga, esquina de Avenida Canal, no Bairro Cai�ara, s� duas bombas vendem gasolina aditivada, que � mais cara.
Revolta
No posto Tereza Cristina, na altura no n�mero 820, os clientes ficaram revoltados com os sucessivos aumentos da gasolina. "Estou aqui h� quarenta minutos e j� aumentaram a gasolina duas vezes", reclama o motoboy Reinaldo Fonseca.
Nesse posto, a gasolina comum acabou �s 9h, o estoque de etanol termina ainda hoje. De acordo com um funcion�rio, restam 5 mil litros de gasolina aditivada, que ele n�o sabe at� quanto vai durar.
A cabeleireira Eliene Ant�nia Gomes tamb�m esperou 40 minutos para abastecer no posto Tereza Cristina, e confirma o aumento do pre�o de combust�vel nesse per�odo. "quando eu cheguei, o litro do etanol tava custando R$ 3,19, mas eu paguei agora R$ 3,39. Ontem tava custando R$ 2,79", relata.
Pre�os altos e engarrafamento
Onde tem gasolina, o pre�o do combust�vel est� subindo ainda mais. No posto da esquina das ruas Itajub� e Pouso Alegre, por exemplo, a gasolina chegou na manh� desta quinta-feira a R$ 4,84. Na manh� anterior, o pre�o era R$ 4,47 e � noite o valor havia subido para R$ 4,52. A fila na Pouso Alegre gerou engarrafamento na Floresta. No posto da Bahia com Tupinamb�s, a gasolina chegou a a R$ 4,89 e, de acordo com funcion�rios, o estoque deve durar s� at� meio dia.

Os postos da Rua Sapuca�, no Bairro Floresta ainda t�m combust�vel, mas se sabe por quanto tempo. A fila � grande nos dois estabelecimentos e, como ficam pr�ximos de escolas e col�gios, muitas vans aguardam para abastecer.
Luisa chaves, estudante de medicina na PUC Minas e a m�e dela, Adriana Chaves, consultora em tratamento de �gua hospitalar n�o conseguiram abastecer nos postos do funcion�rios. "Tentamos abastecer em todos os postos pr�ximos de casa, j� com o carro na reserva, mas nenhum tinha combust�vel. Para n�o correr o risco do carro parar na rua, voltamos com o carro para casa e minha m�e adiou uma viagem de trabalho", relata Luisa.
Breno Lamassa, estudante de Engenharia de Energia pela PUC Minas, teme n�o conseguir frequentar as aulas por causa da falta de combust�vel. "Ontem a noite recebi a not�cia de que alguns postos de gasolina j� estavam com filas, hoje cedo me organizei pra encher o tanque. Mas para a minha surpresa, nos tr�s postos a caminho da minha faculdade n�o havia mais combust�vel: etanol ou gasolina. Se eu n�o encontrar um posto com combust�vel hoje, acredito que n�o possa ir para a faculdade amanh�", lamenta.
As filas grandes, chegando em alguns casos a prejudicar o fluxo de ve�culos, est�o em v�rios pontos da cidade como ao longo da Av. Cristiano Machado, na Av. M�rio Werneck, no Buritis, na Av. Vilarinho, em Venda Nova, na Av. Ursula Paulino e na Av. Waldomiro Lobo, no Barreiro.
Na av. Nossa Senhora do Carmo, no Bairro S�o Pedro, pelo menos 100 metros da pista da direita foram tomados por carros � espera da vez, bloqueando a faixa de pedestres - o que pode ser punido com multa segundo a BHTrans. Os dois acessos ao posto est�o bloqueados.

"A gente acaba sem op��o. N�o queria chegar ao ponto de bloquear a rua, mas estou ficando sem �lcool. Parar por falta de combust�vel � at� infra��o de tr�nsito. E se os manifestantes param a rodovia, n�s que somos v�timas deles podemos parar tamb�m", disse a atendente Ana Am�lia Salgado, de 42 anos, que tamb�m estava formando a fila.
O posto com maior fila na Avenida Tereza Cristina � o Quick, no n�mero 1.600. O motivo � simples: o pre�o n�o foi reajustado.

M�rcio Barreira Gomes, auditor da Receita estadual, garante que s� abastece nesse posto, e que o pre�o na verdade baixou, de R$ 4,79 ontem para R$ 4,69 hoje. Na fila desde as 9h, ele tem 3/4 de tanque, mas ainda sim quer completar, no caso de faltar combust�vel por um longo per�odo.
Na avenida Cristiano Machado, o posto localizado no sentido Centro-bairro antes do t�nel da Lagoinha est� fechado com correntes e os frentistas est�o batendo papo, pois n�o h� trabalho, j� que n�o h� combust�vel nas bombas.
O mesmo acontece na avenida dos Andradas logo ap�s o Viaduto Pedro Fulg�ncio, conhecido como Viaduto do Extra. Alguns motoristas e motociclistas chegam a diminuir a velocidade para ver se ainda resta gasolina ou �lcool.
A cena se repete ainda na Avenida do Contorno, no posto que fica na esquina com Rua Maranh�o. Um motorista chegou a parar no meio da rua para perguntar ao frentista se havia combust�vel. Acabou indo embora , lamentando a resposta negativa.
Mais acima, o posto da Avenida Brasil com Rua Maranh�o est� fechado com cones e uma cerca de tela.

Na Rua Jacu�, no Bairro Ipiranga, a fila se estende por quase um quarteir�o em um posto que ainda tem combust�vel. Os carros est�o com o pisca-alerta ligado e ocupam uma faixa.
Na Avenida Francisco S�, esquina com Av. Amazonas, o posto est� lotado e as filas deixam tr�nsito prejudicado.
No Bairro Serra, a fila de um posto na Rua do Ouro virou na Rua Henrique Passini, formando uma longa espera.

Outro posto na Catal�o, esquina de Rosinha Sigaud, tamb�m tem fila quilom�trica atrapalhando a passagem dos �nibus que t�m de sair da faixa exclusiva e complicando o tr�nsito no local.

Caos tamb�m nos bairros
A situa��o n�o afeta s� os postos em grandes avenidas. No Bairro Guarani, Regi�o Norte, a vila na Avenida Waldomiro Lobo tem cerca de dois quil�metros para abastecer em um dos postos. A fila est� t�o grande que os �nibus da linha 1502 (Vista Alegre/Guarani) n�o conseguen sair do ponto final.
Devido � fila, motoristas que j� abasteceram ou que apenas est�o transitando pela via tem de entrar na contram�o pra escapar do verdadeiro caos que est� no entorno dos postos. Cansado de esperar, o motorista do coletivo 1502 seguiu pela contram�o da avenida para tentar cumprir o hor�rio da partida.
* Estagi�rio sob supervis�o de Renato Scapolatempore