Greve provoca desabastecimento em supermercados e rede limita itens por compra

S�o Paulo, 24 - A greve dos caminhoneiros, que chegou ao seu quarto dia nesta quinta-feira, 24, j� provoca desabastecimento n�o s� em postos de combust�vel, mas nas prateleiras de alguns supermercados pelo Pa�s.

Nas grandes redes em Rio Grande do Norte, como Carrefour e Extra, por exemplo, produtos hortifrutigranjeiros come�am a faltar. De acordo com o presidente do Sindicato do Com�rcio Varejista de Alimentos no RN, Geraldo Paiva J�nior, essas redes compram esses produtos de outros Estados. "Por isso, j� est�o em falta. Os demais supermercados costumam comprar da Central de Abastecimento local, que tamb�m j� apresenta problemas. Acredito que, a partir dessa sexta-feira, comece a faltar em mais supermercados. O nosso estoque de cereais e mercearia poder� ter baixas significativas a partir da segunda-feira que vem, caso a situa��o n�o mude", alertou.

Em Mato Grosso, que registrou at� a manh� desta quinta-feira 25 pontos de bloqueios, o protesto j� afeta o abastecimento do Ceasa - de onde s�o distribu�dos frutas, legumes e verduras para todo o Estado, no atacado e varejo. Em nota, a Associa��o de Supermercados de Mato Grosso informou que j� identificou alguns itens que podem sofrer desabastecimento, como carne e verduras. Em Sinop (418 quil�metros de Cuiab�), o estoque de combust�vel para avi�es tem o abastecimento amea�ado, com restri��es na avia��o executiva (voos privados). Em Lucas do Rio Verde (354 quil�metros de Cuiab�), um caminh�o foi incendiado, segundo sites locais.

O medo de que a greve afete o funcionamento de �rg�os p�blicos, escolas e at� do com�rcio e o sistema de transporte p�blico - provoque o desabastecimento de alimentos na Regi�o Metropolitana do Recife muitos consumidores foram at� a CEASA para comprar frutas, verduras e outros mantimentos. Dos 700 caminh�es que deveriam descarregar produtos no local nesta manh�, apenas 300, segundo a dire��o da Ceasa, conseguiram chegar.

Como resultado, alguns itens tiveram o pre�o elevador, a exemplo da batata inglesa, cujo quilo passou de R$ 4,90 para R$ 6,20. Foi o caso da dona de casa L�cia Dias, 52. "No mercadinho perto de minha casa j� n�o tinham alguns produtos e por isso eu vim na Ceasa tentar comprar. Consegui, mas com o pre�o mais alto que o normal", comentou.

Compras limitadas

Diante da possibilidade de n�o conseguir receber mercadorias nos pr�ximos dias, a rede de supermercados Carrefour limitou, em todo o Pa�s, as compras de seus clientes a cinco unidades de cada produto. Nas lojas da empresa, placas e avisos sonoros informam que o limite foi estabelecido devido � greve dos caminhoneiros. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, a medida � preventiva.

Na manh� desta quinta-feira, n�o faltavam itens nas g�ndolas do Carrefour do Bairro do Lim�o, na zona norte de S�o Paulo, e v�rios fornecedores preenchiam as prateleira. Os consumidores tamb�m n�o se mostravam preocupados nem compravam mercadorias para estocar. A dona de casa Maria Alzira Serafim, de 36 anos, disse que n�o compraria mais por causa da paralisa��o dos caminhoneiros. "Ouvi as not�cias e fiquei preocupada com a greve, mas nem pensei em levar mais. A gente espera que resolvam isso (a greve) logo."

Em nota, a rede informou que est� acompanhando atentamente os movimentos dos caminhoneiros e a negocia��o com o governo. "O abastecimento segue sem muitos problemas em suas lojas em fun��o dos volumes de estoques e que busca alternativas para atender o maior n�mero de clientes. A empresa j� est� em contato com fornecedores locais para continuar garantindo o abastecimento."

(Ricardo Ara�jo, F�tima Lessa, Monica Bernardes, Luciana Dyniewicz, Anna Carolina Papp e Renata Okumura)