Bras�lia, 24, 24 - Apesar de o governo ter anunciado o fim da paralisa��o dos caminhoneiros, os l�deres da categoria que assinaram o acordo n�o asseguraram, ao fim do longo e tenso dia de reuni�es no Planalto que seus filiados voltar�o ao trabalho nesta sexta-feira, 25.
"Assumimos o compromisso e vamos repassar (o acordo) ainda hoje (quinta-feira), na �ntegra, para todos. Mas � a categoria que vai analisar e � o entendimento deles que vai dizer se isso foi suficiente ou n�o. O que estou dizendo para eles � que chegamos aqui com duas reivindica��es e sa�mos com 14, e houve uma sensibilidade do governo no atendimento �s reivindica��es", declarou o presidente da Confedera��o Nacional dos Trabalhadores Aut�nomos (CNTA), Dilmar Bueno. Em nenhum momento da entrevista coletiva o representante dos caminhoneiros assegurou que a categoria voltaria ao trabalho nesta sexta.
J� os presidentes das Federa��es de Transportadores Aut�nomos de S�o Paulo e de Minas Gerais, Norival de Almeida e Silva e Gilmar Carvalho, respectivamente, demonstraram pessimismo. "Saio preocupado. Acho que podem n�o aceitar", disse Carvalho. Segundo ele, � "a categoria quem decide". O representante se comprometeu a mostrar os avan�os obtidos na negocia��o, mas sem dar garantias do fim do movimento. "O valor vi�vel do combust�vel n�o existe (no acordo)", afirmou.
Almeida e Silva, que tamb�m � vice-presidente da CNTA, disse temer pela continuidade dos protestos. "Acho que eles (os caminhoneiros) v�o continuar o movimento porque s�o muitas pessoas, com pensamentos muito diferentes. Mas isso (o acordo) � o que o governo disse que tem para oferecer." Se o acordo for rejeitado, Almeida e Silva disse n�o "saber onde vai parar isso". "Todo movimento tem de come�ar e uma hora tem de negociar e terminar, porque protesto n�o � neg�cio de resultado financeiro, � reivindica��o", disse.
Jaime Ferreira, presidente do Sindicato Nacional dos Cegonheiros, informou que vai relatar aos seus associados os termos do acordo e torcer para que eles concordem com as condi��es. "Ter uma previsibilidade de 30 dias, com a Cide zerada e promessa de redu��o do PIS/Cofins, d� um f�lego", disse. Ferreira, no entanto, afirmou n�o ter certeza se toda a categoria vai concordar com o acordo.
Pelo menos tr�s das 11 entidades presentes � mesa de negocia��o com o governo n�o assinaram o acordo. S�o elas a Associa��o Brasileira de Caminhoneiros Aut�nomos (Abican), o Sindicato de Iju� e a Uni�o Nacional dos Caminhoneiros (Unican).
Jos� Ara�jo, da Unican, disse que n�o assinou o acordo porque "s�o s� promessas e n�o temos nada de concreto". Segundo ele, "se (o governo) cumprir est� bom, mas precisamos ver tudo em vigor e n�o s� promessas, pois de promessas estamos cheios". E avisou: "s� com promessas n�o vou pedir a ningu�m para acabar com o movimento porque a greve n�o � mais nossa, mas da popula��o".
(T�nia Monteiro)