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Estado de Minas

Campbell pode ser vendida

S�mbolo de uma era de ouro da economia americana, empresa sofre com o avan�o do mercado de comidas frescas. Kraft Heinz, do brasileiro Jorge Lemann, � uma das poss�veis compradoras


postado em 25/05/2018 12:00 / atualizado em 25/05/2018 10:29

Com a queda de 29% no ano nas ações e sem um novo controlador, a Campbell terá que se desfazer de alguns dos principais ativos(foto: Reprodução/Internet)
Com a queda de 29% no ano nas a��es e sem um novo controlador, a Campbell ter� que se desfazer de alguns dos principais ativos (foto: Reprodu��o/Internet)

S�o Paulo – Uma das empresas mais ic�nicas dos Estados Unidos, a Campbell Soup est� com seu futuro em aberto, o que pode incluir uma cis�o de parte do portf�lio ou at� mesmo a venda integral do neg�cio. Neste caso, a Kraft Heinz, do brasileiro Jorge Paulo Lemann, � tida como favorita.

Ap�s resultados p�fios no terceiro trimestre fiscal, a CEO Denise Morrison renunciou ao cargo na sexta-feira da semana passada, tornando-se a mais recente v�tima da dificuldade das empresas de Big Food na transi��o para um portf�lio de comidas mais frescas e saud�veis.

 Considerada a “voz da mudan�a” na ind�stria de alimentos processados, Morrison foi pioneira em investir na aquisi��o de marcas de comida “fresh” para fazer frente � estagna��o das vendas no core business de enlatados e caixinhas que dominaram por d�cadas as prateleiras dos supermercados.

Em 2012, meses ap�s ela assumir como CEO, a Campbell anunciou a compra da Bolthouse Farms, uma fabricante de cenouras-baby e de sucos congelados, por US$ 1,55 bilh�o. Desde ent�o, foi engatando aquisi��es: no ano seguinte, foi a vez da Plum Organics, de papinhas org�nicas para beb�s, por um valor n�o revelado. Em 2015, levou a Garden Fresh Gourmet, de molhos refrigerados, por US$ 231 milh�es e, no ano passado, pagou US$ 700 milh�es pela Pacific Foods, de sopas org�nicas e leites vegetais.

O problema � que a aposta n�o se pagou: as vendas no conceito “mesmas lojas” da Campbell seguem em queda h� tr�s anos, e os desafios de operar uma cadeia mais complexa de suprimentos e log�stica pesaram sobre a rentabilidade. Os problemas com as safras de cenoura da Bolthouse Farm, por exemplo, viraram rotina nos resultados nos �ltimos anos.

No terceiro trimestre fiscal, as vendas da divis�o Campbell Fresh subiram apenas 1% e a unidade teve preju�zo operacional. A empresa fez ainda uma baixa cont�bil de US$ 619 milh�es. “Vamos fazer uma revis�o profunda e cr�tica de todos os aspectos de nosso posicionamento estrat�gico e planos operacionais, incluindo a composi��o de todo nosso portf�lio”, disse o CEO interino e membro do conselho, Keith McLoughlin, na teleconfer�ncia com investidores. “N�o h� vacas sagradas.”

O decl�nio das a��es – que perdem 29% no ano – torna a Campbell um alvo mais prov�vel de aquisi��o. Segundo o The Wall Street Journal, analistas e banqueiros apontam a Kraft Heinz como uma das poss�veis pretendentes. A aposta tem, digamos, precedente hist�rico: no fim de 2014, a Kraft estava em dificuldades e o CEO renunciou de forma inesperada. Meses depois, foi anunciada a fus�o com a Heinz, ent�o controlada pela 3G.

 D�VIDA Mas h� obst�culos para uma aquisi��o agora. A Campbell est� muito endividada depois da compra da Snyder’s-Lance, de chips e pretzels, no fim do ano passado. A aquisi��o de US$ 6,1 bilh�es — a maior da hist�ria de 150 anos da companhia — foi financiada com d�vida, e a integra��o do neg�cio, considerado complexo, deve levar anos.

A aquisi��o elevou a participa��o de “snacks” no faturamento da Campbell para 40% das vendas, e j� foi vista como um desvio de rota da estrat�gia de expans�o em comida saud�vel. Outro problema: a Campbell ainda � essencialmente uma empresa familiar. Os herdeiros de Arthur Dorrance, que criou o neg�cio de sopa enlatada, ainda t�m cerca de 42% do capital, assentos no conselho e est�o envolvidos em boa parte das decis�es, o que dificulta as negocia��es.

Sem um novo controlador, a Campbell ter� que fazer o corte de custos sozinha – o que pode incluir se desfazer de alguns dos principais ativos. Analistas j� apostam na cis�o da divis�o de Fresh como um dos cen�rios mais prov�veis. “Em ordens de probabilidade, esperamos que o board considere sair do neg�cio de Fresh e do e-commerce (que ainda est� na aceleradora de projetos) ou cindi-los para dissoci�-los do core business”, escreveram os analistas do Credit Suisse em relat�rio. “Eles poderiam cindir o neg�cio de snacks, mas a imensa carga de d�vida torna essa possibilidade dif�cil no curto prazo”.

O banco cortou o pre�o-alvo de US$ 38 para US$ 30 e recomenda a venda da a��o ap�s o balan�o de qualidade “extremamente baixa”. No terceiro trimestre fiscal, a Campbell teve um preju�zo de US$ 393 milh�es, comparado a um lucro de US$ 176 milh�es no mesmo trimestre do ano passado.


 


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