S�o Paulo, 27 - Sem que as distribuidoras consigam entregar combust�vel nos postos de S�o Paulo, o Sindicato do Com�rcio Varejista de Derivados do Petr�leo de S�o Paulo (Sincopetro) alerta os consumidores sobre a qualidade do produto que est� sendo vendido em alguns pontos da cidade.
"Todas as bases de distribui��o est�o fechadas. O produto que saiu foi com escolta policial e exclusivamente para atender os ve�culos de servi�os essenciais da Prefeitura e a pol�cia. De onde vem esse combust�vel que est�o vendendo, eu n�o sei", diz Jos� Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro.
Segundo ele, mesmo com o desbloqueio das rodovias, faltam caminh�es para trazer o produto para a capital. A assessoria de imprensa da Uni�o da Ind�stria de Cana-de-A��car (UNICA) afirma que a organiza��o n�o tem conhecimento de nenhuma usina de etanol que esteja abastecendo os postos paulistas.
Neste domingo, 27, um posto da rede Singular na avenida Engenheiro Caetano �lvares tinha uma fila de carros para abastecer. Segundo o gerente do local, Emerson Guilherme de Santos, o estabelecimento recebeu 15 mil litros de etanol na noite de s�bado, 28. Ele diz n�o saber de onde veio o produto, apenas que n�o � da distribuidora da qual costumam receber.
Os motoristas aguardavam para abastecer o carro por quase tr�s horas. O taxista Edson Santos, de 63 anos, diz desconfiar da proced�ncia do combust�vel, mas iria compr�-lo por falta de op��o. "� claro que tenho d�vida sobre a qualidade desse etanol, mas n�o tenho op��o. Estou h� dois dias sem trabalhar porque n�o encontrei outro local para abastecer", conta.
O auxiliar de compras Te�genes Montenegro, de 34 anos, que tamb�m trabalha como motorista para aplicativos, tamb�m diz desconfiar do produto. "Tenho que trabalhar amanh� (segunda-feira) e n�o tem outro posto aberto. Passei por mais de dez e todos estavam fechados. Nesse momento, a gente acaba arriscando", diz.
Federa��o Nacional
De acordo com Paulo Miranda Soares, presidente da Federa��o Nacional de Combust�veis, representante dos sindicatos de postos de gasolina do Pa�s, a situa��o de distribui��o ainda � bastante cr�tica. "Mesmo com a escolta dos agentes de seguran�a p�blica, os motoristas que est�o transportando combust�vel para hospitais, postos e aeroportos est�o com medo de repres�lias". Circulam �udios com amea�as de queimar os caminh�es ap�s a entrega.
Apesar do cen�rio pouco animador, a distribui��o de combust�vel come�a a melhorar, especialmente nos Estados do Norte e Nordeste. Soares explica que a situa��o menos cr�tica nessas regi�es � a de que porcentual expressivo dos combust�veis chega por transporte mar�timo e as bases de distribui��o s�o pr�ximas aos portos.
Nas cidades da Grande Fortaleza, 290 postos receberam combust�vel. A previs�o do Sindipostos � que os demais 40 tenham combust�vel at� segunda-feira, 28.
No Rio Grande do Norte, os caminhoneiros liberaram no s�bado a noite a passagem de 40 carretas com combust�vel provenientes de diversas partes do Pa�s para abastecer os postos de Natal e interior do Estado. Muitos postos foram abastecidos ao longo da madrugada deste domingo. O volume de gasolina, �leo diesel e etanol, por�m, ainda � considerado baixo e chega a faltar em alguns postos de combust�veis. Em Natal, h� filas de ve�culos em diversos postos.
Em Porto Velho, os postos come�aram a ser reabastecidos na noite de s�bado, 26. Durante a madrugada, j� se formavam filas de carros em diversos postos, al�m de pessoas com gal�es para abastecer os ve�culos que est�o parados em casa sem combust�vel. Em alguns estabelecimentos o combust�vel reabastecido acabou em menos de uma hora. COLABORARAM QUETILA RUIZ E LAURIBERTO BRAGA
(Isabela Palhares e Raquel Brand�o)