Bras�lia, 27 - O diretor-executivo da Associa��o Brasileira de Prote�na Animal (ABPA), Ricardo Santin, disse neste domingo, 27, que a paralisa��o dos caminhoneiros em rodovias de todo o Pa�s j� provocou um preju�zo de R$ 3 bilh�es ao setor e levou ao sacrif�cio de 64 milh�es de aves adultas e pintinhos. De acordo com Santin, o sistema n�o "est� � beira do colapso, mas est� entrando em caos".
"H� mais de 64 milh�es de aves e pintinhos que j� foram sacrificados e h� no campo hoje mais de 1 bilh�o de aves que se n�o receberem comida nos pr�ximos cinco dias, v�o morrer", disse Santin, ao chegar ao Pal�cio do Planalto.
O diretor-executivo da ABPA - entidade que representa 150 empresas do setor - foi ao Planalto para entregar uma carta alertando para as graves consequ�ncias da paralisa��o dos caminhoneiros para os produtores de aves e su�nos. De acordo com ele, a situa��o � mais delicada nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e em parte do Paran�.
"Precisamos � salvar essas aves e esses su�nos e prevenir um problema ambiental e de sa�de p�blica. Se essas aves e su�nos come�arem a morrer, j� t� havendo canibaliza��o no campo, isso vai ser um desastre para o Pa�s", alertou o diretor-executivo da ABPA.
Sofrimento
Santin fez um apelo para que os caminhoneiros deixem passar a comida destinada aos animais. "Esse setor n�o pode esperar mais tr�s dias, precisamos levar esses alimentos. N�o � justo o sofrimento desses animais, que depois vai penalizar a mesa dos brasileiros", comentou Santin.
"N�o somos mais especiais que os outros (setores), mas as mesas dos caminhoneiros tamb�m v�o sofrer essas consequ�ncias. Vai faltar comida, j� t� faltando", disse o diretor-executivo da associa��o.
Carta
Em carta aberta ao povo brasileiro, a ABPA afirmou que "por falta de condi��es de transporte pelas rodovias brasileiras, milhares de toneladas de alimentos est�o amea�adas de perderem prazo de validade, enquanto o consumidor j� enfrenta a escassez de produtos". A associa��o destacou que a regulariza��o do abastecimento de alimentos, ap�s o final da greve, poder� levar at� dois meses.
"Os reflexos sociais, ambientais e econ�micos s�o incalcul�veis. Hoje, a ABPA registrou 167 plantas frigor�ficas de aves e su�nos paradas. Mais de 234 mil trabalhadores est�o com atividades suspensas", disse a entidade.
De acordo com a ABPA, o desabastecimento de alimentos para o consumidor "tamb�m j� � fato, uma vez que milhares de toneladas de carnes e outros produtos deixaram de ser transportados para os centros de distribui��o desde o dia 21 de maio, data do in�cio da greve". "Outras milhares de toneladas n�o foram produzidas pelas f�bricas, que foram obrigadas a paralisar a produ��o por n�o terem mais onde estocar produtos", comunicou a ABPA.
Para a entidade, uma interven��o r�pida do governo brasileiro � urgente "para evitar a continuidade da mortandade de milh�es de animais, o desabastecimento dos brasileiros, problemas de sa�de p�blica, danos ao meio ambiente e poss�vel fechamento de agroind�strias e cooperativas, que empregam centenas de milhares de brasileiros e movimentam a economia nacional e o com�rcio internacional do pa�s".
(Rafael Moraes Moura, Fernando Nakagawa e T�nia Monteiro)