S�o Paulo, 29 - A ruptura, que � a falta de produtos nas g�ndolas dos supermercados, aumentou 21% durante a paralisa��o de caminhoneiros no Brasil, segundo dados da Neogrid, empresa que monitora o estoque dos varejistas. O desabastecimento j� atinge produtos de alto consumo, como arroz e feij�o.
No caso do feij�o, a falta de produtos mais que dobrou. No dia 21 de maio, a car�ncia de feij�o atingia 3%, considerando uma base de varejistas de 20 mil lojas e diferentes marcas. No dia 26, ruptura j� estava em 7,5%, algo absolutamente raro para um produto t�o rotineiro, de alto giro, afirma o vice-presidente da Neogrid, Robson Munhoz. No caso do arroz, a ruptura cresceu 98%, saltando de 4,8% para 10,4%.
Munhoz avalia que a ruptura � consequ�ncia da crise de abastecimento gerada pela paralisa��o de caminhoneiros e tamb�m do fato de que muitas fam�lias correram para estocar alimentos em casa, comprando mais do que o esperado nos primeiros dias de paralisa��o.
Em m�dia, o estoque de itens n�o perec�veis nos supermercados dura cerca de 15 dias. Com a paralisa��o chegando ao nono dia, o n�vel de estoques atinge um patamar mais delicado, avalia Munhoz.
A falta de produtos nas g�ndolas tem impacto nas vendas. Uma regra comum no setor � que, a cada dois pontos porcentuais de aumento na ruptura, h� queda de 1% nas vendas. Assim, o aumento na ruptura do feij�o j� pode representar uma queda de cerca de 8% nas vendas desse item.
"� importante ressaltar que o varejo de supermercados � um setor de margens pequenas, ou seja, esse impacto nas vendas representa um impacto significativo na rentabilidade e pode significar at� mesmo preju�zo para muitas empresas ao longo desse m�s", diz Munhoz.
Para ele, a normaliza��o dos estoques ainda deve demorar mesmo que a greve se encerre, o que significa pelo menos um m�s de vendas j� comprometidas.
(Dayanne Sousa)