
Enquanto o reabastecimento dos postos de gasolina volta lentamente � normalidade, moradores de Brumadinho, Esmeraldas, Lagoa Santa est�o "presos" em suas casas, distantes 20, 30 e at� 40 quil�metros de Belo Horizonte.
A Chef de Cozinha Carolina Ribeiro mora h� quatro anos no Condom�nio Jardins de Petr�polis, em Nova Lima. Desde a sexta-feira da semana passada se viu obrigada a ficar em casa por conta da falta de gasolina e �nibus na regi�o. Sem ter como fazer a entrega das encomendas de p�es, salgados e molhos, Carol est� preocupada com rumos da greve que entrou no nono dia. “Estou ilhada em casa. Tinha que entregar uma grande quantidade de salgados para uma festa no s�bado e n�o tive como sair de casa. Tentei combinar com o cliente de vir buscar, mas, ele tamb�m estava sem combust�vel. O jeito foi apelar para um motorista de t�xi e tive que incluir o valor da viagem no pre�o final. Uma sorte de ter encontrado algu�m que ainda tinha gasolina, sen�o, teria um preju�zo enorme”, desabafa.
O mineiro Rubens Lopes Filho � administrador e corretor de im�veis em Curitiba. No s�bado, ele chegou em Minas para visitar os pais que residem no Condom�nio �guas Claras, em Brumadinho. Com f�rias programadas at� o dia 17 junho, ele foi pego de surpresa com a greve dos caminhoneiros. “Tinha me programado visitar parentes e amigos em BH nesta semana. Tamb�m estava programando pequenos passeios pela capital mineira. Com a greve, estou literalmente, preso em casa. Sem gasolina, sem �nibus, sem como sair de casa. O jeito � ler uns livros, assistir minhas s�ries na Netflix e curtir meus familiares. Espero que tudo se normalize at� o dia da minha volta para Curitiba”, finaliza

Fernando Greco, morador do Condom�nio Pass�rgada, em Nova Lima, � outro que tamb�m se viu obrigado a ficar em casa. At� o dia de ontem, ele ainda tinha combust�vel para ir at� o trabalho. Mas, hoje, a empresa dele sugeriu aos funcion�rios que pudessem trabalhar de suas casas. “Como o combust�vel do meu carro estava quase chegando na reserva, fui obrigado a ficar aqui no condom�nio, localizado a 23 quil�metros de Belo Horizonte. Quero sair de casa somente em caso de emerg�ncia. Com a op��o do home office fa�o tudo por aqui mesmo. Participo de reuni�es por videoconfer�ncia, respondo e-mails e mensagens por WhatsApp. Espero que este movimento perca sua for�a e termine logo”, desabafa.
Precavidos
O empres�rio Fabr�cio Viana, mora h� um ano no Condom�nio Clube dos Ventos, em Esmeraldas. Desde s�bado, ele n�o consegue sair de casa por conta do desabastecimento gerado pela greve dos caminhoneiros. Propriet�rio de uma loja no bairro Graja�, em Belo Horizonte, o comerciante tem monitorado e orientado os funcion�rios � dist�ncia. De acordo com Fabr�cio, por conta das constantes interrup��es na BR 040, os moradores da regi�o participam de grupos em redes sociais onde se informam sobre as condi��es da via e soube, com certa anteced�ncia, que uma grande paralisa��o estaria por vir: “Esta greve n�o nos pegou t�o de surpresa. Uma semana antes da greve dos caminhoneiros, tivemos informa��es por meio de grupos do WhatsApp, com�rcio local e parentes que algo do tipo poderia parar o pa�s. Desde ent�o, nos programamos e come�amos a estocar alimentos e deixar os tanques cheios”. O empres�rio apoia o movimento e se diz que este � um momento de mudan�as para o Brasil. “Acho importante para todos a decis�o reivindicar pre�os mais justos pelo combust�vel e, o m�nimo que a popula��o, que n�o � atuante nas manifesta��es pode fazer � demostrar apoio”, conclui.

J� a consultora de moda Fernanda Drummond, moradora do Retiro das Pedras, n�o sentiu tanto impacto. De acordo com ela, quem mora em condom�nios j� tem o h�bito de rodar com tanque cheio. Nunca deixa chegar na reserva. Desde a semana passada, os moradores criaram uma rede solid�ria de carona, o que possibilitou uma certa normalidade do dia a dia. “Aqui no Retiro, criamos um grupo de amigos que fizeram um rod�zio para levar as crian�as para as aulas at� a suspens�o das atividades escoladas. Quem tem gasolina combina com os moradores o melhor hor�rio de ida e retorno a Belo Horizonte. Aqui tamb�m n�o faltou �nibus, apenas uma diminui��o do quadro de hor�rios”, finaliza