(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Novos subs�dios levaram � demiss�o de Parente

Ex-presidente da estatal sabia que a crise n�o estava no fim e sem solu��o � frente, apesar do pacote de medidas do governo para acalmar os caminhoneiros


postado em 02/06/2018 14:43

A sa�da de Pedro Parente do comando da Petrobras foi motivada pela movimenta��o do Pal�cio do Planalto e de lideran�as do Congresso para reduzir os pre�os da gasolina e do g�s, depois do congelamento do pre�o do diesel, e pelo interesse do governo e de parlamentares nos R$ 100 bilh�es do leil�o dos barris de petr�leo excedentes do pr�-sal para bancar novos subs�dios. 

Parente sabia que a crise n�o estava no fim e sem solu��o � frente, apesar do pacote de medidas do governo para acalmar os caminhoneiros, que at� agora j� custou R$ 13,5 bilh�es de recursos do Or�amento. 

Al�m do diesel, o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, passou a defender publicamente um “colch�o” para amortecer os pre�os de outros combust�veis, como a gasolina, ao consumidor. Pr�-candidato ao Planalto, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), elegeu como prioridade subsidiar o pre�o do g�s de cozinha.

O sinal de que governo buscava alternativas fiscais r�pidas para bancar novas medidas - com o temor de que a greve terminasse num processo de convuls�o social - ficou evidente para Parente nos �ltimos dias.
Na quarta-feira, ele conversou com Maia por telefone. Uma semana antes, em meio � paralisa��o dos caminhoneiros, o presidente do Senado, Eun�cio Oliveira (MDB-CE), em entrevista ao Estado, disse que entre Parente e os consumidores, ficaria com os �ltimos. No feriado de Corpus Christi, numa conversa reservada com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, em S�o Paulo, exp�s as dificuldades e o caminho que seguiria. Era a pr�via do que apresentaria ontem ao presidente Michel Temer, em reuni�o que durou 20 minutos. 

Segundo informa��es obtidas pelo Estado, Parente percebeu o movimento pol�tico e decidiu entregar o cargo. N�o tomou a decis�o de �ltima hora nem pegou Temer de surpresa. Sob press�o, ele avaliou que sua perman�ncia seria contradit�ria com tudo o que sempre defendeu.

O agora ex-presidente da Petrobras j� tinha enviado sinais ao Planalto, durante a negocia��o para p�r fim � greve dos caminhoneiros, de que n�o faria mais concess�es. Dois anos depois de ter assumido uma empresa que virou alvo da Lava Jato, com seu �ltimo presidente, Aldemir Bendine, preso, Parente deixou o governo convencido de que suas decis�es na Petrobras n�o foram uma “escolha caprichosa”, como afirmou em v�deo postado na rede interna da estatal. As tentativas de culp�-lo pela crise dos caminhoneiros o incomodavam. 

O interesse de todos sobre os recursos que podem refor�ar os cofres p�blicos com a revis�o do acordo da Uni�o e Petrobras pela explora��o do pr�-sal foi o fato novo a refor�ar a percep��o de Parente de que, sem espa�o para elevar tributos, al�m da resist�ncia para manter a pol�tica de pre�os, a nova batalha seria a cess�o onerosa. 

A equipe de Michel Temer est� preocupada com o “efeito rebote” das manifesta��es dos caminhoneiros, algo que poderia prejudicar ainda mais a j� desgastada imagem do presidente, perto das elei��es.

O n�cleo pol�tico do governo e a c�pula do MDB pressionam Temer por medidas de maior impacto para a crise. O cuidado, por�m, � para que poss�veis novos an�ncios sejam embalados como propostas para reduzir a volatilidade dos pre�os dos combust�veis ao consumidor, sem interfer�ncia na Petrobras.

Como fonte para os novos subs�dios passaram a ser cobi�ados s at� R$ 100 bilh�es que podem sair do leil�o do excedente do pr�-sal. A �rea pol�tica quer agilizar o processo de acordo da cess�o onerosa para que o leil�o aconte�a ainda em setembro a tempo de garantir nova inje��o de recursos para a economia “na ponta”, como afirmou um l�der pol�tico, sob a condi��o de anonimato. Em meio � constata��o do Planalto de que o subs�dio ao diesel n�o era suficiente para acalmar a insatisfa��o popular Parente recebeu um telefonema de Bras�lia que o questionou sobre quando seria poss�vel colocar o leil�o do excedente do pr�-sal na rua. 

Desgastado, Parente preferiu sair. Na avalia��o do executivo, sua demiss�o evitaria um desgaste maior para a empresa, servindo de obst�culo � escolha de um nome pol�tico para comand�-la, o que se confirmou. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)