Copa do Mundo ainda n�o agita o com�rcio nas ruas do Rio

Rio, 02 - A apenas doze dias da abertura da Copa do Mundo da R�ssia, a venda de produtos relacionados ao torneio ainda est� come�ando a engrenar no com�rcio do Rio. A crise econ�mica e a conjuntura pol�tica desanimaram o consumidor de enfeitar a casa e comprar camisetas e cornetas, acreditam os comerciantes. Agora, nesta contagem regressiva, eles esperam um crescimento no movimento da ordem de 30%.

As lojas da Saara, no centro, o maior polo de lojas populares da cidade, ainda escoam artigos que encalharam na Copa de 2014. � �poca, os estoques foram caprichados, porque a expectativa era de que o consumo aumentaria com a competi��o no Brasil. No entanto, o baixo-astral com a pol�tica, no rastro das manifesta��es de 2013, e os esc�ndalos de corrup��o (a Opera��o Lava Jato foi deflagrada em mar�o de 2014) e o 7 a 1 na semifinal contra a Alemanha esfriaram os �nimos.

"Tradicionalmente, em toda Copa as vendas come�am quando falta um m�s para come�ar. Vinha subindo, mas na �ltima semana a greve dos caminhoneiros atrapalhou. Agora vai crescer", disse o presidente do Polo Saara, Eduardo Blumberg.

A regi�o tem 900 lojas, das quais um quinto vende itens para a Copa. S�o camisetas, chap�us, cornetas, bolas, bandeiras do Brasil de tamanhos variados, perucas, cachec�is, adere�os de cabelo.

H� consumidores que s� se empolgam depois da primeira partida do Brasil, de acordo com os lojistas. Neste caso, comerciantes estimam que o amistoso deste domingo contra a Cro�cia j� valha como um "esquenta". Outros preveem que isso s� acontecer� com a estreia do time de Tite, no dia 17, contra a Su��a - e, assim mesmo, em caso de vit�ria.

"O desempenho dos jogadores impacta muito. Quando o Brasil vai para a final, � como se a Copa estivesse recome�ando para o com�rcio", contou Blumberg, dono da loja de malhas Dimona. Ela oferece doze modelos de blusas nas cores nacionais, entre camisetas de malha a R$ 13,90, polos a R$ 34,90 e infantis a R$ 9,90. As op��es ganharam a frente da loja em abril.

Junho j� � um m�s quente para o com�rcio popular, por conta do Dia dos Namorados e das festas juninas. No entanto, parte dos vendedores est� achando o movimento abaixo do esperado.

"Nunca vi um pr�-Copa t�o desanimado, n�o s� nas lojas, mas na cidade. Voc� n�o v� uma rua pintada", analisa Andreia Oliveira, h� 14 anos trabalhando na Saara. "Depois do 7 a 1 e de tudo o que aconteceu no Brasil, ningu�m est� vibrando. A sele��o mudou, mas o Pa�s � o mesmo".

O estoquista Sergio Lima percebeu melhora nas vendas na �ltima quarta-feira, ap�s a normaliza��o da cidade p�s-greve dos caminhoneiros. "O com�rcio tem que torcer para o Brasil ir bem na Copa, assim vamos superar as perdas", avalia.

Segundo vendedores, o item que mais est� saindo � a bandeirinha de pl�stico decorativa, vendida em pacotes de seis metros por R$ 6,99. Foi o que a comerciante Anelise Bueno, de 42 anos, levou para decorar sua casa. "Estou tentando entrar no clima, porque meu filho, de 3 anos, � louco por futebol. A crise deixa as pessoas cabisbaixas", ela disse.

No Mercad�o de Madureira, na zona norte, que concentra 500 lojas populares, � grande a esperan�a de que a Copa v� redimir a crise no com�rcio, na esteira da recess�o econ�mica.

"Acredito que teremos aumento das vendas de 40%", calcula o presidente da associa��o de comerciantes, Pedro Silva. "Por aqui s� se v� verde e amarelo e lojas lotadas. O brasileiro deixa para a �ltima hora tamb�m quando se trata da Copa".

(Roberta Pennafort)