Com a volatilidade dos mercados e o cen�rio local conturbado, os bancos anunciaram em relat�rios nesta sexta-feira, 8, redu��o em suas proje��es de Produto Interno Bruto (PIB) para 2018. O Ita� Unibanco baixou sua proje��o de 2% para 1,7% e de 2019 de 2,8% para 2,5%, devido ao aperto das condi��es financeiras e impacto da paralisa��o dos caminhoneiros. J� a expectativa do Bradesco para o crescimento do PIB caiu um pouco mais: de 2,5% para 1,5% em 2018.
Em maio, o Ita� j� havia cortado a estimativa de crescimento do PIB deste ano de 3% para 2% e de 2019 de 3,7% para 2,8%. Segundo o banco, o reflexo da greve sobre o PIB ocorre sobre dois canais: o impacto direto na oferta agregada (-0,1 ponto porcentual) e o efeito na demanda agregada pela queda na confian�a de consumidores e empres�rios (-0,1 ponto). Na oferta, o Ita� avalia que o principal impacto ser� na produ��o industrial.
Em linha com a redu��o da proje��o do PIB, o banco tamb�m revisou as estimativas para a taxa de desemprego e para as contas p�blicas. A taxa de desemprego, segundo o relat�rio, foi elevada de 12,1% para 12,2% no fim de 2018 e de 11,5% para 11,8% em 2019. J� o desemprego m�dio segue em 12,3% para 2018, mas subiu de 11,7% para 12% em 2019. Em 2017, a taxa m�dia foi de 12,7%.
J� o Bradesco disse em relat�rio que a volatilidade dos pre�os dos ativos no Brasil deve levar a um crescimento econ�mico mais modesto em 2018. "Al�m dos dados de curto prazo mais fracos, ainda devem aparecer nos indicadores o efeito da deprecia��o cambial, impactando tanto investimentos quanto o consumo das fam�lias; a greve dos caminhoneiros, com impacto majorit�rio sobre o PIB do segundo trimestre; e o aperto das condi��es financeiras, com eleva��o do risco pa�s e da curva de juros futuros", explica o texto.
No documento, o banco tamb�m reafirma que alterou proje��o para a infla��o em 2018, passando a esperar que o resultado do IPCA seja de 3,9%, contra uma estimativa anterior de 3,5%. A nova previs�o considera d�lar a R$ 3,60 no fim do ano e uma Selic est�vel em 6,5% ao ano at� o fim de 2018.
"O cen�rio econ�mico, � verdade, segue vol�til, mas acreditamos que ainda persistem fundamentos mais positivos do que negativos. Em outros epis�dios de choque cambial, o pa�s possu�a enorme d�ficit externo, infla��o acima da meta e pre�os represados, o que constitu�a uma pol�tica econ�mica de baixa consist�ncia", pondera o relat�rio.
O Bank of America Merrill Lynch tamb�m cortou a proje��o de crescimento do PIB do Brasil para 2018 e agora espera expans�o de 1,5%. A previs�o anterior era de crescimento de 2,1%. "O cen�rio para a elei��o deste ano se tornou mais incerto e a perspectiva para a recupera��o da economia piorou", destaca relat�rio.
Esta � a segunda revis�o que o banco faz no PIB do Brasil em pouco menos de 20 dias. No dia 16 de mar�o, a proje��o para 2018 havia sido cortada de expans�o de 3% para 2,1% ap�s uma s�rie de indicadores da atividade mostrarem n�meros mais fracos que o esperado.
"A greve dos caminhoneiros representa um choque negativo para uma economia que j� est� se recuperando mais lentamente do que o previsto", observa o relat�rio divulgado hoje. Os reflexos da greve tamb�m podem repercutir na corrida presidencial, que j� mostra que candidatos ligados ao governo com baixa inten��o de voto nas pesquisas eleitorais.
(Andr� �talo Rocha e Tha�s Barcellos)
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Com cen�rio conturbado, bancos projetam PIB menor para 2018
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