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Estado de Minas ENTREVISTA/ARTUR GRYNBAUM

Executivo comenta temor de 'incertezas' ap�s elei��es presidenciais

Executivo diz que o cen�rio mais temido p�s-elei��es � aquele em que as indefini��es sejam mantidas


postado em 11/06/2018 06:00 / atualizado em 11/06/2018 09:04

(foto: Felipe Rau/westadão Coneúdo 11/9/14 )
(foto: Felipe Rau/westad�o Cone�do 11/9/14 )

S�o Paulo – Artur Grynbaum completa neste ano uma d�cada � frente do Grupo Botic�rio, maior rede de franquias do Brasil, l�der mundial de cosm�ticos e n�mero um no setor nacional de perfumaria. Sob seu comando, a companhia enfrentou dois anos de recess�o, se reestruturou, cresceu e fez aquisi��es. A mais recente foi a Vult, que vai permitir ganhar capilaridade por meio da presen�a em 35 mil pontos de venda no Brasil. Al�m disso, o executivo espera criar novas possibilidades.

A log�stica ainda � um entrave para todos os setores no pa�s e no varejo n�o � diferente"


 “Conseguiremos acessar p�blicos de diferentes perfis e n�veis de renda em canais variados”, diz. Al�m da Vult, o grupo atua com outras cinco bandeiras: O Botic�rio, Eudora, quem disse, berenice?, The Beauty Box e Multi B, que distribui marcas internacionais. No ano passado, apesar do comportamento t�mido da economia, a companhia cresceu 7,5% em rela��o a 2016 e chegou a um faturamento de R$ 12,3 bilh�es. Enquanto isso, segundo a Abihpec, o segmento teve um aumento m�dio de vendas da ordem de 2,75%.


Fundado h� 41 anos, O Botic�rio � o principal neg�cio da companhia. Atualmente, s�o 3.762 lojas. H� quem diga que a possibilidade de expans�o da bandeira seja dif�cil, j� que pode levar � canibaliza��o entre pontos de venda muito pr�ximos. Segundo Grynbaum, existem alternativas.

Para o executivo, ainda h� muito espa�o para crescer, seja por meio de reposicionamento de lojas, revitaliza��o da marca e, principalmente, por meio de formatos que oferecem experi�ncias novas experi�ncias aos clientes. O mais recente movimento nessa dire��o foi a abertura de um novo formato de ponto de venda, inspirado em uma botica. Com conte�do interativo, a empresa quer se aproximar dos consumidores.

“Neste novo formato, o caixa deixa de ter um local fixo e as consultoras passam a centralizar o contato com a consumidora durante toda a experi�ncia de compra”, explica o presidente. Apesar do aumento das vendas, o executivo mostra estar atento a um problema antigo do setor, a carga tribut�ria, classificada por ele de “escorchante”. Mas ele tamb�m aponta outros problemas cotidianos, como o custo de produ��o e a seguran�a. Em ano de elei��o, Grynbaum teme que o cen�rio de incertezas se mantenha. “Um plano de governo instalado, com um projeto para o pa�s, democraticamente escolhido, � bom para todo mundo. � isso que esperamos”, diz o presidente do grupo.

 

Como a empresa sentiu os anos de recess�o econ�mica e como se adequou?
Vale recapitular a transforma��o da nossa empresa, iniciada em 2010. Durante 33 anos, tivemos uma configura��o de marca �nica e, com a cria��o do Grupo Botic�rio, iniciamos uma nova estrat�gia com atua��o multineg�cios e multicanal. A partir desta estrat�gia, vislumbramos oportunidades mesmo em per�odo mais inst�veis da economia, o que nos permitiu crescer nos �ltimos anos. Por exemplo, em 2017 abrimos 61 novas lojas e tivemos receita de R$ 12,3 bilh�es, com um crescimento de 7,5% em rela��o a 2016, sendo mais do que o dobro do mercado como um todo, que cresceu 2,75%.

"A carga tribut�ria � escorchante. Somos o segundo setor mais tributado no pa�s"


Qual � a configura��o do grupo?
Hoje, temos cinco marcas O Botic�rio, Eudora, quem disse, berenice?, The Beauty Box e Vult, al�m da Multi B, que distribui marcas internacionais como Australian Gold, Bio-Oil e Revlon em canais n�o propriet�rios, como farm�cias e lojas multimarcas. Nossas marcas oferecem um portf�lio bastante amplo e democr�tico de produtos e de pre�os, de categorias com pre�os de entrada at� mais premium, atendendo a todos os perfis de consumidores.
 
Recentemente, o Cade aprovou a compra da Vult pelo O Botic�rio. Quais s�o os planos a partir de agora?
A aquisi��o da Vult est� alinhada � nossa estrat�gia multimarca e multicanal e vem para complementar nosso portf�lio. A chegada da marca ao grupo aumenta ainda mais nosso alcance no mercado brasileiro de beleza, principalmente em novos canais de distribui��o, j� que est� presente em 35 mil pontos de venda espalhados pelo Brasil, entre farm�cias e lojas multimarcas. Assim, conseguimos acessar p�blicos de diferentes perfis e n�veis de renda em canais variados, sempre com o objetivo de oferecer a melhor experi�ncia de consumo aos clientes.
 
A expans�o da marca O Botic�rio pelo sistema de franchising est� esgotada ou ainda h� espa�o para crescer?
Com O Botic�rio, fomos pioneiros em implementar o sistema de franquias no Brasil, na d�cada de 1980. Hoje, o franchising ï¿½ um setor qualificado, profissionalizado e que continua em expans�o. Temos quase 3.800 lojas de O Botic�rio em todas as regi�es brasileiras, sendo 90% delas operadas por franqueados. Somos a maior rede de franquias do pa�s. Acredito que ainda h� espa�o para crescer, com relocaliza��o e revitaliza��o da nossa rede, por meio de novos formatos que oferecem experi�ncias diferenciadas aos consumidores.
 

"Com o d�ficit anual aumentando a cada exerc�cio, neste momento n�o � poss�vel pensar em novos ciclos de desenvolvimento"


Como as novas tecnologias, como intelig�ncia artificial, t�m sido inclu�das tanto na produ��o quanto nos pontos de venda?

Nosso objetivo enquanto empresa � facilitar a jornada dos consumidores, oferecendo o que procuram, como querem e onde querem. Para fazer isso, � fundamental conhec�-los bem, entender os comportamentos, entender o que gera valor e utilizar essas informa��es para priorizar iniciativas. As novas tecnologias v�m para nos apoiar nesse processo, tanto na ind�stria, que chamamos de ind�stria 4.0, como no varejo. Hoje, conseguimos coletar dados sobre os nossos consumidores de variadas maneiras, como, por exemplo, por meio dos programas de fidelidade e do comportamento de compras.
 
Qual � o grande desafio para uma empresa com a presen�a que tem O Botic�rio? A log�stica ruim do pa�s ainda � um entrave?
O Grupo Botic�rio tem mais de 4 mil pontos de venda f�sicos em 1.750 munic�pios brasileiros e alcan�a 100% do pa�s por meio da venda direta e do e-commerce. A log�stica ainda � um entrave para todos os setores no pa�s e no varejo n�o � diferente. Quest�es relacionadas a qualidade do servi�o, custo e seguran�a fazem parte de nosso desafio di�rio. No entanto, a carga tribut�ria (IPI e ICMS) � escorchante. Somos o segundo setor mais tributado no pa�s. Sendo que nossos produtos est�o inseridos em 90% dos lares brasileiros e n�o podem ser considerados sup�rfluos, j� que s�o itens essenciais na cesta de consumo. O setor de higiene pessoal e beleza emprega 6 milh�es de pessoas e cria oportunidades de desenvolvimento, empreendedorismo e transforma��o social.

Voc� sentiu alguma altera��o no dia a dia da empresa depois da aprova��o da Reforma Trabalhista?
A reforma trabalhista nos d� uma liberdade maior para contrata��o de profissionais tempor�rios e para adequa��o de jornadas, principalmente em per�odos de movimento mais fortes, como datas comemorativas. J� a reforma da previd�ncia � fundamental para equilibrar as contas e criar oportunidades de investimento, educa��o, desenvolvimento, gera��o de emprego e renda. A cada adiamento, o equil�brio fica mais distante. E, infelizmente, com o d�ficit anual aumentando a cada exerc�cio, neste momento n�o � poss�vel pensar em novos ciclos de desenvolvimento.
 
Como a empresa preparou seu plano de neg�cios para 2018, ano de elei��o, e 2019?
Acreditamos na retomada lenta do crescimento do varejo e na recupera��o do poder de compra do brasileiro daqui para frente. Ainda para este ano, podemos esperar uma retomada, mas ap�s as elei��es, no quarto trimestre. Para 2018 e 2019, a perspectiva continua positiva, embora estejamos analisando ainda todos os cen�rios com muita cautela, visto que os indicadores macroecon�micos, apesar de terem melhorado, ainda est�o vol�teis. H� ainda a quest�o das elei��es, que ter� impacto, claro. Para isso, nossos �ltimos movimentos t�m sido na busca de facilitar a vida dos consumidores, ampliando as alternativas de canais e mantendo a diversidade no portf�lio. O cen�rio mais temido p�s-elei��es � aquele em que as incertezas sejam mantidas. N�s somos otimistas por natureza. Um plano de governo instalado, com um projeto para o pa�s, democraticamente escolhido, � bom para todo mundo. � isso que esperamos.
 
Ainda � poss�vel dizer que o setor de beleza � dos menos impactados por crises?
O mercado de beleza est� inserido em um contexto desafiador, mas foi impactado em menor escala, pois � um setor resiliente, muito dependente da renda dispon�vel. As pessoas, mesmo na crise, buscam manter sua autoestima. Neste cen�rio, marcas de qualidade e de confian�a buscam estar junto do consumidor afetado.
 
A quest�o ambiental sempre foi presente na companhia, mas os concorrentes t�m aumentado os esfor�os nessa dire��o. Por exemplo, abandonando os testes em animais. Como esse assunto � tratado no grupo?
Temos a quest�o ambiental no nosso DNA e tratamos a sustentabilidade como modelo de neg�cio, inserido em todas as �reas da organiza��o. Al�m da Funda��o Grupo Botic�rio de Prote��o � Natureza, de conserva��o ambiental, mantida por n�s desde 1990, somos protagonistas no estudo e desenvolvimento de m�todos alternativos no Brasil. Exclu�mos o uso de animais nos testes de cosm�ticos h� 18 anos, muito antes do mercado falar desse tema. Fomos os primeiros a desenvolver a tecnologia de pele 3D no Brasil e a produzi-la localmente. Al�m disso, tamb�m fomos pioneiros ao utilizar a tecnologia organs on a chip, que simula o comportamento de �rg�os humanos, identificando poss�veis rea��es al�rgicas causadas por produtos cosm�ticos a partir da pele, o que elimina testes em humanos.


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