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Estado de Minas

'A infla��o n�o ficaria abaixo de 3% para sempre', diz presidente do BC


postado em 12/06/2018 07:16

S�o Paulo, 12 - O Banco Central j� trabalha com uma alta da infla��o neste ano. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado), o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que a trajet�ria da infla��o para 4% est� na conta da institui��o e indicou a decis�o da diretoria em manter a taxa b�sica de juros (Selic) em 6,5% ao ano. Mesmo com a concretiza��o desse cen�rio, o �ndice oficial de pre�os ficaria abaixo da meta estipulada para este ano, de 4,5%.

Na �ltima pesquisa Focus, uma centena de economistas ouvidos pelo BC projetou o IPCA em 3,82% no fim de 2018 - h� um m�s, as proje��es eram de 3,45%. "� claro, e j� estava na conta, que a infla��o em 12 meses n�o ia ficar abaixo de 3% para sempre."

Ao responder a quest�es de investidores e economistas no Broadcast Interativo ao Vivo, Ilan disse que n�o v� risco de custo para as contas p�blicas no aumento de swaps (contratos equivalentes � venda de d�lar no mercado futuro). Segundo ele, o BC tamb�m n�o vai esperar o mercado "secar" para atuar no c�mbio e impedir a desvaloriza��o do real, porque o Pa�s "acumulou muni��o" para enfrentar momentos como o de agora.

Com a escalada dos pre�os agr�colas e dos combust�veis, n�o seria prudente o BC elevar os juros no pr�ximo encontro?

Temos dito que a pol�tica monet�ria (aumento de juros) n�o ser� usada para estabilizar o c�mbio. A pol�tica monet�ria vai continuar sendo usada para atingir a meta de infla��o, olhando expectativa de infla��o e balan�o de riscos. Olhando isso, n�s decidimos a cada 45 dias qual ser� nossa decis�o sobre a Selic, mantendo os princ�pios do regime de meta de infla��o. Nesse caso, n�o ser� diferente. Vamos tomar a decis�o sobre juros no dia 20 de junho.

A �ltima reuni�o do Copom foi marcada por cr�ticas em rela��o �s sinaliza��es do colegiado sobre a Selic. Onde o BC errou na comunica��o?

N�o nos leva a nada ficarmos vendo no que errou, como errou. A quest�o mais relevante no momento � a dos nossos riscos, que mudaram. O BC tem sido muito claro em rela��o ao risco do cen�rio internacional. N�s alertamos que o cen�rio benigno n�o iria continuar para sempre, e isso se revelou verdade. Mas tamb�m alertamos que � necess�rio continuar na trajet�ria de ajustes, de reformas. Al�m disso, temos dito que as decis�es do Copom s�o tomadas no dia da reuni�o. � neste dia que as condi��es s�o avaliadas. Isso vale para a reuni�o passada e para todas as reuni�es do Copom.

A coleta de pre�os de curto prazo aponta que j� em junho a infla��o de 12 meses deve passar de 4%. Como o sr. avalia o balan�o de riscos para a infla��o no momento?

J� estava na conta que a infla��o em 12 meses n�o ia ficar abaixo de 3% para sempre e, inclusive, essa foi a base da nossa decis�o passada (de manuten��o da Selic em 6,5% ao ano). De fato, o risco de a infla��o ficar abaixo da meta � bem menor hoje. Ent�o fazia sentido a gente manter a taxa de juros na reuni�o anterior, dado que a infla��o ia voltando com mais seguran�a para a nossa meta. O fato de ela voltar em dire��o a 4% ao longo deste ano n�o me parece algo fora do cen�rio-base. � claro que vamos ter de olhar as expectativas. As proje��es de infla��o v�o subir para frente? Qual o balan�o de risco � frente? Isso tudo vamos avaliar na reuni�o do Copom.

O BC anunciou opera��es de US$ 20 bilh�es em swap cambial (cujo efeito � equivalente � venda de d�lares) at� o fim desta semana, o que acomodou o d�lar. O que a institui��o vai fazer a partir da semana que vem?

No momento, n�o anunciamos nada para frente. Vamos observar. Nosso objetivo tem sido de estabilizar o mercado, deixar o c�mbio flutuante, mas evitar a turbul�ncia que vimos na semana passada. Este tem sido nosso objetivo. A partir da�, a gente v� para frente.

O sr. tamb�m comentou que o BC, se necess�rio, far� opera��es com swaps al�m do estoque visto no passado, que chegou a US$ 115 bilh�es. Uma posi��o t�o grande em swaps n�o representa um custo muito grande para o Pa�s?

N�s temos US$ 380 bilh�es de reservas internacionais e a posi��o de swap � uma forma, em contratos derivativos, de usar essas reservas que temos. Essas reservas foram acumuladas para serem usadas em momentos de necessidade. Montamos este seguro e, uma vez que temos isso, ele � para ser usado em momentos de necessidade. Achamos que o momento � agora, � este ano. Se voc� chegar ao m�ximo visto no passado, por exemplo, s�o US$ 115 bilh�es de swap de um lado versus US$ 380 bilh�es de reservas de outro. Ainda h� bastante espa�o. N�o considero um risco para o Pa�s.

O BC n�o poderia se adiantar � falta de recursos e fazer leil�es de linha (venda de d�lares com compromisso de recompra no futuro) para inibir especula��es, como sugerem alguns profissionais?

Dissemos que se houver demanda, vamos oferecer. Agora, haver demanda n�o significa esperar a liquidez secar. Se observarmos que h� necessidade, se houver demanda maior que oferta de d�lares, obviamente estaremos � disposi��o para ajudar. N�o h� problema em fazer leil�o de linha. Temos reservas e elas nos d�o lastro para fazer os leil�es.

Qual o risco para o Brasil de vit�ria na elei��o presidencial de um candidato n�o comprometido com as reformas fiscais?

N�o comento quest�es pol�ticas. Gostaria que o BC se mantivesse neutro, apartid�rio, para poder cumprir melhor o seu papel. Mas temos dito que � muito importante para o Brasil continuar na trajet�ria das reformas, principalmente do lado fiscal, porque apenas isso vai garantir consolida��o fiscal, infla��o baixa, recupera��o da economia e taxas de juros estruturais mais baixas. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Adriana Fernandes, Fabr�cio de castro, Cristina Canas e Renata Pedini)


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