A paralisa��o dos caminhoneiros, encerrada h� duas semanas, impediu que uma em cada quatro pessoas conseguisse chegar ao local de trabalho, revela pesquisa exclusiva da Ticket e Ticket Log realizada com 1,5 mil usu�rios do aplicativo.
A falta de combust�vel impactou a forma de deslocamento e a rotina dos brasileiros: 25,6% deixaram de comparecer por quatro dias ou mais, enquanto 36,4% n�o foram ao trabalho por um dia.
Home office e reuni�es � dist�ncia foram as solu��es encontradas por aqueles que enfrentaram dificuldades no trajeto at� o trabalho. Por outro lado, 24% dos trabalhadores tiveram folga ou adotaram outros tipos de compensa��o.
As empresas buscaram outras formas de compensar o trabalhador que n�o conseguiu se locomover at� o trabalho, habilitando o trabalho remoto ou aproveitando para compensa��o de banco de horas", analisa o gerente de produto da Ticket Transporte, Giuliano Cavazzani.
A greve gerou tamb�m perda e cancelamento de compromissos. O advogado Antonio Jadel n�o conseguiu chegar a tempo para o concurso p�blico da Procuradoria Municipal de Carapicu�ba, regi�o metropolitana de S�o Paulo.
"Era um domingo de manh�, sa� de casa com duas horas de anteced�ncia para pegar o �nibus, fiquei 1h40 esperando no ponto. Cheguei atrasado para fazer a prova e os port�es estavam fechados", explicou.
O problema de abastecimento nos postos de gasolina obrigou as pessoas a repensarem a forma de deslocamento, com mais de 15% substituindo parte ou a totalidade do percurso por caminhadas, enquanto 8% utilizaram a bicicleta.
"A pesquisa mostra ainda que 44% dos brasileiros tiveram de mudar seu meio de transporte por pelo menos um dia durante a crise, afetando e alterando a mobilidade urbana natural dos trabalhadores", atesta Jean-Urbain Hubau, diretor-geral para a divis�o de frotas e solu��es de mobilidade da Edenred, grupo que controla a Ticket e a Ticket Log.
Alternativa ao carro, o transporte p�blico passou a ser utilizado por 33,6% dos usu�rios, sendo o �nibus o meio escolhido por 22,6%. O engenheiro civil Leonardo Ferrari foi um dos que fez essa troca.
"Preferi guardar o combust�vel do carro para alguma emerg�ncia que eu pudesse ter com a minha filha pequena, que estava doente na �poca. O trem e o metr� estavam mais cheios que o normal, e os �nibus passavam com menos incid�ncia", diz ele.
(Carolina Bastos e Daniel Gelbaum, especial para o Estado)