S�o Paulo – Depois de muitos boatos e d�vidas em rela��o � manipula��o dos pre�os das moedas digitais, uma investiga��o recente realizada por pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, revelou fortes ind�cios de que os valores do bitcoin e de outras criptomoedas foram inflados artificialmente no final de 2017.
Segundo o relat�rio dos professores da Universidade do Texas John Griffin e Amin Shamns, que utilizaram algoritmos para analisar os dados relacionados aos momentos dos picos de valores, houve manipula��o de pre�os por grandes operadores do mercado, entre eles a Bitfinex, uma das maiores bolsas do setor, com sede no Caribe, e n�o por uma demanda real de investidores comprando e vendendo moedas.
Griffin e Shamns tamb�m identificaram a utiliza��o de uma outra moeda digital, o Tether, que � atrelada ao d�lar norte-americano, para fomentar a procura por Bitcoins durante os momentos de alta. “Usando algoritmos para analisar os dados do blockchain, descobrimos que as compras com o Tether s�o cronometradas ap�s as desacelera��es do mercado e resultam em aumentos consider�veis nos pre�os do Bitcoin”, escreveram na introdu��o do relat�rio, que j� recebeu mais de 57 mil visitas e cerca de 18 mil downloads. Segundo eles, quanto mais Theter era impresso e entrava no mercado, mais os pre�os das criptomoedas aumentava.

Esse movimento, e o aumento das desconfian�as no mercado, acabaram gerando nos primeiros meses deste ano uma forte corre��o nos pre�os e dos volumes negociados no mercado brasileiro de moedas digitais. “Desde o final de dezembro, o mercado reduziu em cerca de 60% os volumes negociados”, diz Oliveira, lembrando que as not�cias de manipula��o s�o antigas e, por conta disso, os ajustes continuam sendo realizados.
Carlos Andr� Montenegro, um dos fundadores da corretora brasileira BitcoinTrade, considera as acusa��es dos pesquisadores relevante e acredita que, se comprovadas, v�o gerar um impacto negativo em toda a comunidade de criptomoedas. Ele pondera, no entanto, que o valor de mercado de todas as moedas digitais � consider�vel e muito dif�cil de ser manipulado. S� em bitcoins, afirma ele, s�o US$ 160 bilh�es envolvidos. “Para algu�m manipular todo esse volume de recursos ter� que se expor a um risco muito grande”, disse Montenegro.
O cofundador da Finchain, startup que controla a corretora FlowBTC, Marco Vieira, lembra que a Bitfinex, apesar de ser uma das tr�s maiores exchange do mundo, respons�vel por 5% do volume di�rio de criptomoedas, n�o teria como sustentar toda a alta de pre�os que ocorreu no ano passado. “Uma parte dessa alta � devida a febre pelas moedas digitais do final do ano passado”, sustenta Vieira, lembrando que o investidor tem que enxergar as moedas digitais como mais um ativo de alto risco e n�o colocar “todos os ovos em uma mesma cesta”.
Apesar da volatilidade do mercado, ele diz que o mercado dessas moedas est� em alta e que o investimento no longo prazo � uma �tima aposta. Tanto que a Finchain est� recebendo um aporte da Genial Investimentos, plataforma do Brasil Plural, que acaba de fechar a compra de 18% do capital da empresa. A Finchain � especializada em blockchain, criptomoedas e dona da corretora FlowBTC, uma das maiores do pa�s.