S�o Paulo, 28 - A Pol�cia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 28, a Opera��o Line Up, que investiga uma corretora de c�mbio suspeita de crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Segundo a Federal, a investiga��o come�ou em 2013, durante uma apura��o sobre poss�vel evas�o de divisas realizada por meio de pagamentos a DJs de renome internacional que tocavam em Santa Catarina, com contratos subfaturados.
O inqu�rito aponta que a corretora "atuava no seio do Sistema Financeiro Nacional como uma organiza��o criminosa de natureza empresarial". Em nota, a PF informou que est�o sendo cumpridos, por 60 policiais federais, 14 mandados de busca e apreens�o - cinco em S�o Paulo e nove nas cidades de Itaja�, Balne�rio Cambori� e Blumenau, em Santa Catarina - e dois mandados de pris�o preventiva contra diretores da institui��o financeira. As ordens foram expedidas pela 1� Vara Federal de Florian�polis (SC).
A Federal afirma que a corretora de c�mbio fazia parte do mesmo grupo econ�mico da empresa de eventos. Os investigadores identificaram nove ind�cios de gest�o fraudulenta de institui��o financeira: (1) receber e realizar dep�sitos em esp�cie, vedado para opera��es de c�mbio; (2) burlar os limites da posi��o cambial; (3) movimentar moeda estrangeira de forma paralela e, ap�s apreens�o de valores, maquiar as opera��es; (4) fracionar opera��es de c�mbio para burlar os limites de valores a serem negociados; (5) registrar opera��es sem a documenta��o suporte, fraudando a fiscaliza��o; (6) transferir moeda entre unidades sem identificar corretamente o destinat�rio; (7) atuar no mercado paralelo de c�mbio, fraudando as autoriza��es impostas pelo Bacen; (8) deixar de analisar e/ou identificar os clientes para fraudar os controles de preven��o � lavagem de dinheiro; e (9) usar documentos ideologicamente falsos para recuperar valores apreendidos.
Os investigadores apuraram ainda que, em rela��o �s fraudes cambiais, foram realizadas 155 opera��es de c�mbio com utiliza��o de nomes de 111 pessoas que j� estavam mortas no momento do neg�cio, bem como pagamentos de terceiros no exterior que n�o eram os reais exportadores das mercadorias, inclusive mediante contrata��es feitas por empresas investigadas na Opera��o Lava Jato e ligadas a doleiro j� condenado na referida opera��o.
"Tais atividades foram identificadas e registradas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) em sete relat�rios, em que apontado um total de mais de R$ 2 bilh�es em movimenta��es at�picas", registra a PF.
A Line UP aponta que h� "fortes ind�cios de que representantes da corretora de c�mbio tentaram obstruir as investiga��es mediante contato com um servidor p�blico, a fim de serem instru�dos sobre como reaver os valores apreendidos na investiga��o".
As condutas criminais apuradas at� o momento s�o gest�o fraudulenta de institui��o financeira (art. 4� da Lei n� 7.492/86 - 3 a 12 anos de reclus�o), fraude cont�bil em institui��o financeira (art. 10 da Lei n� 7.492/86 - 1 a 5 anos de reclus�o), fraude cambial (art. 21 da Lei n� 7.492/86 - 1 a 4 anos de reclus�o), lavagem de dinheiro (art. 1� da Lei n� 9.613/98 - 3 a 10 anos de reclus�o), forma��o de organiza��o criminosa (art. 2� da Lei n� 12.850/2013 - 3 a 8 anos de reclus�o) e obstru��o de investiga��o contra o crime organizado (art. 2�, ?� 1�, da Lei n� 12.850/2013 - 3 a 8 anos de reclus�o).
O nome da opera��o � uma express�o em ingl�s que pode significar "quando algu�m � colocado na fila" - da investiga��o no caso -, ou para dizer que um evento (shows com DJs) foi programado, ou mesmo designar a mesa de som usada pelos artistas de festas eletr�nicas.
(Julia Affonso)