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Estado de Minas

Energia solar avan�a e atrai empresas


postado em 01/07/2018 14:24

S�o Paulo, 01 - O empres�rio Luiz Figueiredo usou 1.150 pain�is solares para cobrir o lago de sua fazenda e gerar a pr�pria energia. O consultor Carlos Tabacow instalou 18 placas no teto de sua casa e ficou livre da conta de luz. No Rio, uma escola cobriu o telhado com 50 pain�is e agora produz metade da energia que consome. Iniciativas como essas come�aram a se espalhar pelo Pa�s e t�m garantido uma escalada dos projetos de microgera��o de energia solar no Brasil.

Dados da Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) mostram que, de junho de 2013 para c�, o n�mero de conex�es de microgera��o de energia subiu de 23 para 30.900 - sendo 99% desse montante de energia solar. Mais de dois ter�os das liga��es foram feitas por consumidores residenciais. Eles veem nos pain�is solares uma sa�da para ficarem menos vulner�veis ao encarecimento da energia el�trica no Brasil, cujo custo tem subido bem acima da infla��o.

A exemplo do que ocorreu com a energia e�lica, as �microusinas� solares s� ficaram acess�veis a uma parte da popula��o, com o barateamento dos equipamentos, quase todos importados. Hoje, para instalar um sistema solar numa resid�ncia m�dia, o consumidor vai gastar cerca de R$ 20 mil. Ainda n�o � um custo que esteja ao alcance da maioria dos brasileiros, mas os progn�sticos para o futuro s�o positivos.

Apesar da alta do d�lar, que tem reflexo direto no custo dos projetos, mudan�as nas diretrizes e pol�ticas de alguns pa�ses, que est�o reduzindo os subs�dios � fonte solar, come�am a derrubar o pre�o dos equipamentos, afirma o presidente da

Associa��o Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia. Essas altera��es v�o elevar os estoques no mundo e o Brasil pode se beneficiar do movimento.

Mas, independentemente do atual momento conjuntural, as previs�es para a energia solar no Brasil s�o promissoras por outros fatores. Recentemente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social

(BNDES) deu um empurr�o no setor ao decidir financiar pessoas f�sicas interessadas em microgera��o de energia solar. O empr�stimo tem taxas que variam de 4,03% e 4,55% ao ano, prazo de car�ncia de 3 a 24 meses e 12 anos para pagar. �� uma linha que representa um marco hist�rico para o setor�, diz Sauaia.

Clima

Do ponto de vista clim�tico, as condi��es tamb�m s�o favor�veis, uma vez que a irradia��o solar no Pa�s � ideal para a produ��o el�trica. Essa vantagem aliada ao fato de que no futuro os consumidores estar�o cada vez mais aptos a gerar a pr�pria energia tem provocado uma corrida das empresas para conquistar um peda�o desse mercado, que ainda engatinha no Pa�s.

De olho nesse fil�o, as distribuidoras de energia, que hoje fazem a intermedia��o entre geradores e consumidores, decidiram criar novas empresas com foco na microgera��o pegando carona no sucesso de companhias independentes que vinham surfando nessa onda sozinhas.

No ano passado, a CPFL Energia criou a marca Envo, para trabalhar o varejo. Por enquanto, a prioridade est� nos arredores de Campinas, principal �rea de concess�o do grupo. S� no primeiro ano de atua��o, a companhia j� atendeu 365 clientes. �S�o consumidores com perfis diferentes. Temos aposentados de olho na redu��o da conta de luz e pessoas mais jovens que defendem um papel mais sustent�vel da sociedade�, afirma a vice-presidente de Opera��es de Mercado do grupo, Karin Luchesi.

Outro grupo que aposta no avan�o desse mercado � a francesa Engie, dona da ex-Tractebel (distribuidora de Santa Catarina). A companhia comprou uma empresa de projetos e instala��o de sistemas solares em 2016 e desde ent�o o neg�cio n�o para de crescer.

Em 2013, a empresa fez 200 sistemas; neste ano, cerca de 1.900, afirma o diretor de solu��es da Engie, Leonardo Serpa. �O modelo de gera��o vem passando por grande transforma��o no mundo, agora com foco maior na gera��o distribu�da (microgera��o) e n�o mais na centralizada (grandes projetos).�

Redu��o na conta de luz

A possibilidade de gerar a pr�pria energia el�trica e ao mesmo tempo reduzir a despesa mensal levou o consultor de im�veis Carlos Tabacow a investir nos pain�is solares e praticamente zerar a conta de luz. Antes da instala��o do sistema, ele gastava mensalmente cerca de R$ 600. Agora paga apenas R$ 40 pelo custo da distribuidora. �Em sete anos, terei retorno do investimento feito�, calcula o consumidor, que v� na microgera��o um caminho sem volta. �No futuro, n�o vamos mais depender de concession�ria. Cada um vai gerar a pr�pria energia.�

Na Fazenda Figueiredo, em Cristalina, o projeto do agricultor Luiz Figueiredo n�o � suficiente para abastecer todo o consumo propriedade. Mas o projeto virou uma refer�ncia no mercado. As 1.150 placas solares cobrem boa parte do lago formado com �gua das chuvas e, al�m de produzir energia, ajudam a reduzir a evapora��o da �gua - usada para irriga��o no per�odo de seca. �O governo j� demonstrou interesse em replicar o modelo num trecho de eleva��o da Transposi��o do S�o Francisco�, disse Figueiredo, que gastou R$ 2 milh�es no projeto.

Apesar do consumo da fazenda ser quatro vezes maior � produ��o do sistema, ele afirma que tem conseguido fazer uma boa economia. �S� com a bandeira vermelha (uma tarifa extra), meu gasto com a conta de luz sobe R$ 20 mil por m�s.� Figueiredo planeja construir novas plantas solares. �Mas gosto de fazer tudo com o p� no ch�o, aos poucos.�

Gera��o remota

Ao contr�rio do fazendeiro, que tem espa�o de sobra para instalar novos m�dulos fotovoltaicos, muitos consumidores t�m limita��es de �rea. E � nesse grupo de consumidores que muitas empresas est�o de olho. A nova tend�ncia � a gera��o remota. Uma empresa investe e constr�i uma planta maior numa �rea e aluga para consumidores que estejam na mesma regi�o de concess�o. A ideia � que esse valor que ser� pago pelo cliente fique bem abaixo do que ele paga na conta de luz.

A Solar Grid, por exemplo, est� finalizando um projeto em Janu�ria, em Minas Gerais, para atendera uma das maiores redes de escolado Estado .�N�s investimos no projeto e garantimos a entrega da energia. Do outro lado, o consumidor tem desconto de at� 50% (em rela��o � conta de luz) num contrato de 10 a 15 anos�, afirma o diretor da empresa, Digo Zaverucha. A empresa tem 500 projetos instalados no Pa� se 150 em negocia��o, sendo metade referente a esse novo modelo de neg�cio em S�o Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e na Regi�o Nordeste.

A concorrente Capitale Energia tamb�m tem projetos nesse formato. A empresa desenvolve um empreendimento fotovoltaico, de 1 megawatt (MW), que come�ar� a ser constru�do em dois meses e entrar� em opera��o em 10 meses. Essa unidade dever� atender 350 pontos de consumo.

O grupo tamb�m tem projetos com base em outras fontes de energia, como h�drica, na modalidade arrendamento. �Esse � um mercado que tem de ser incentivado e regulado, pois d� acesso a um n�mero muito maior de consumidores�, afirma o s�cio-fundador da empresa, Daniel Augusto Rossi. CPFL e Engie tamb�m entraram nesse nicho de mercado.

�Estamos num ritmo vertiginoso de crescimento do setor, mas temos de considerar que partimos de uma base pequena e temos em nosso horizonte um mercado de 83 milh�es de consumidores. Ou seja, ainda atingimos um universo muito pequeno�, diz o presidente da Associa��o Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia. Isso significa, por outro lado, uma grande oportunidade de neg�cio para empresas que j� est�o aqui e para estrangeiras.

(Ren�e Pereira)


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