Roupas, eletr�nicos, livros e joias entram em promo��o em shoppings

S�o Paulo, 06 - As liquida��es de inverno deste ano ocorrem com maior quantidade e variedade de mercadorias ofertadas em rela��o ao ano passado. Apesar de o chamariz de vendas ser itens de vestu�rio, neste ano as liquida��es incluem eletroeletr�nicos, eletrodom�sticos, livros e at� joias.

Com a greve dos caminhoneiros, que reduziu o fluxo de consumidores nas lojas e diminuiu o ritmo de vendas durante os 11 dias de paralisa��o, sobraram mais produtos nos estoques do com�rcio. O resultado desse encalhe foi que na virada do semestre boa parte das lojas j� estava em liquida��o, na tentativa de tirar o atraso nas vendas ocorrido em maio.

"As liquida��es deste ano est�o ocorrendo na mesma �poca das do ano passado, seguindo a antecipa��o que j� vem h� algum tempo. A diferen�a � que neste ano h� um volume maior de produtos em promo��o", afirma Lu�s Augusto Ildefonso da Silva, diretor de rela��es institucionais da Associa��o de Lojistas de Shoppings (Alshop).

Ele explica que, nos artigos de vestu�rio a falta de frio e o medo de carregar estoques de roupas de inverno que s�o mais caras em rela��o �s de ver�o fazem com que as ofertas sejam mais agressivas. Nos eletroeletr�nicos, a expectativa era vender muita TV por causa da Copa, mas isso n�o ocorreu na propor��o desejada. Por isso, os descontos nesse segmento s�o elevados, observa.

Nas redes Livraria Cultura e Fnac, por exemplo, que est�o em liquida��o este m�s inteiro, o desconto nas TVs chega a 50%, segundo informa a empresa. Nem mesmo a disparada do d�lar inibiu a decis�o do grupo de dar descontos de 20% a 83% no pre�o dos games, por exemplo, que s�o fortemente influenciados pelo c�mbio por conta dos royalties pagos aos desenvolvedores.

Descontos

Glauco Humai, presidente da Associa��o Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), diz que, nos shoppings, os descontos, em �mbito nacional, chegam a 70% este ano nas liquida��es de inverno.

Nos dez shoppings do Grupo Sonae Sierra, o desconto m�ximo oferecido na liquida��o de dois dias (4 e 5 de julho) foi de 71%, em alus�o � goleada tomada pela Sele��o Brasileira na Copa de 2014.

Laureane Cavalcanti, diretora de marketing do grupo, diz que n�o tinha programado uma campanha de liquida��o nos shoppings. "Mas decidimos agir r�pido para gerar aumento das vendas e fluxo de visitantes nos shoppings, para minimizar os impactos do inverno, que ainda n�o trouxe o frio esperado, da paralisa��o dos caminhoneiros e das instabilidades do atual cen�rio econ�mico", observa.

No Shopping Metr� Itaquera, 10% das lojas j� est�o em liquida��o. Fabio Quintana, gerente de marketing, diz que planeja uma liquida��o conjunta do shopping todo em agosto, depois do Dia dos Pais.

"Cada vez mais os lojistas fazem liquida��o por sua conta", diz Silva, da Alshop. As liquida��es coordenadas, que eram frequentes quando o mercado vendia muito bem, hoje s�o mais dif�ceis de ocorrer por causa da competi��o mais acirrada entre lojistas e da dificuldade de se chegar a um acordo sobre o n�vel de descontos. "Hoje, se o lojista n�o fizer liquida��o quando o vizinho faz, ele fica com a loja congelada."

Confian�a

A maior agressividade dos lojistas neste ano ocorre por conta do freio nas compras provocado pelo aumento da desconfian�a do consumidor.

"H� um freio na inten��o de consumo nos dois �ltimos meses", diz o assessor econ�mico da Federa��o do Com�rcio do Estado de S�o Paulo, Guilherme Dietze. Al�m da falta de frio, que gerou frustra��o de vendas, "os consumidores est�o dando um tempo nas compras", diz o economista, em raz�o das incertezas que existem em rela��o � economia e ao cen�rio pol�tico e eleitoral.

(M�rcia De Chiara)