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Estado de Minas ENTREVISTA/FRANCISCO GOMES NETO

"O que vemos s�o a��es para aumentar a arrecada��o", diz presidente da Marcopolo S.A

Executivo de f�brica de carrocerias de �nibus diz que mudan�a no Reintegra afeta investimentos


postado em 09/07/2018 06:00 / atualizado em 09/07/2018 08:30

(foto: Júlio Soares/Objetiva/Divulgação )
(foto: J�lio Soares/Objetiva/Divulga��o )

Mesmo com indicadores econ�micos ainda fragilizados, para a Marcopolo, uma das maiores fabricantes de carrocerias de �nibus do mundo, as vendas t�m apresentado um comportamento favor�vel, o que vem refletindo nos seus n�meros. A companhia fechou 2017 com crescimento de 11,7% e conseguiu no primeiro trimestre de 2018 chegar ao melhor desempenho para o per�odo desde 2013.


Mas Francisco Gomes Neto, presidente da empresa desde 2015, tem alguns desafios pela frente. Um deles � no mercado argentino, onde mant�m uma sociedade com duas empresas. Outro � resultado de uma recente decis�o do governo do presidente Michel Temer (MDB), que cortou expressivamente a al�quota do Reintegra, programa que desonera exportadores, para subsidiar a redu��o do pre�o do diesel depois da greve dos caminhoneiros.


Para o executivo, a redu��o do benef�cio tribut�rio, “quase eliminado com o objetivo de elevar a arrecada��o”, pode ter como efeito no m�dio e no longo prazo o comprometimento da competividade das empresas, inclusive da Marcopolo, afetar a competitividade e provocar a redu��o de investimentos. Al�m desse problema, Gomes Neto lembra o fato de o governo n�o ter conseguido aprovar a Reforma da Previd�ncia at� agora, o que deve ficar para o pr�prio pol�tico eleito para o Pal�cio do Planalto, o que tamb�m mexe com a confian�a dos investidores.


Apesar da mudan�a na regra do Reintegra, Gomes Neto mant�m o entusiasmo, especialmente em rela��o ao mercado internacional – em boa medida, por conta do comportamento das vendas no continente africano.

A aprova��o da reforma trabalhista e o adiamento da reforma da previd�ncia tiveram algum impacto?   
A reforma trabalhista provocou uma redu��o das a��es trabalhistas em geral, o que beneficia ou deixa de prejudicar todas as empresas. A n�o vota��o da reforma da previd�ncia afeta a economia como um todo ao reduzir a confian�a dos investidores na capacidade de o pa�s ajustar seus custos � realidade de seu or�amento. Por outro lado, o que vemos s�o a��es do governo buscando aumentar sua arrecada��o por meio da quase elimina��o do Regime especial de reintegra��o de valores tribut�rios para os exportadores (Reintegra). Evidentemente que no m�dio e longo prazo todas as empresas, incluindo a Marcopolo, s�o afetadas em sua competitividade e redu��o de investimentos.

" A cota��o do d�lar est� favor�vel, o que tende a colaborar com o crescimento das exporta��es. Mas sabemos que essa rela��o pode mudar , com como j� ocorreu, e fazer com que o produto brasileiro perca a competitvidade"



As elei��es presidenciais est�o mais imprevis�veis do que nunca. Isso tem afetado os neg�cios?

A elei��o afeta diretamente o segmento, que est� ligado ao “folego” dos munic�pios, estados e governo federal em investir. Por outro lado, a retra��o de demanda registrada nos �ltimos anos fez com que a frota nacional ficasse mais velha e precisasse ser renovada. Esta renova��o est� acontecendo e precisar� continuar para que o Brasil mantenha seus n�veis de qualidade e efici�ncia na presta��o dos servi�os de transporte e mobilidade.

J� � poss�vel perceber sinais de recupera��o da economia brasileira?
Sim. Desde o segundo semestre de 2017 o mercado brasileiro de �nibus come�ou a retomar. Primeiro no segmento de rodovi�rios e, neste ano, tamb�m nos segmentos de urbanos e micro-�nibus. Com isso, a Marcopolo fechou 2017 com crescimento de 11,7% em seus neg�cios e, no primeiro trimestre de 2018, alcan�ou o melhor desempenho para o per�odo, desde 2013. A empresa registrou receita l�quida consolidada de R$ 764,8 milh�es (crescimento de 37,9%) e lucro l�quido consolidado de R$ 30,9 milh�es, contra receita de R$ 554,6 milh�es e um lucro de R$ 3,2 milh�es do mesmo per�odo do primeiro trimestre de 2017. Esse crescimento foi reflexo do maior faturamento no mercado dom�stico e de exporta��es, que apresentaram respectivamente, um aumento de 122,7% e 39,6%, em valores, quando comparados com o primeiro trimestre do ano anterior.

Como o mercado internacional tem se comportado?
Enquanto a produ��o brasileira de carrocerias de �nibus cresceu de 59,4%, a produ��o nas f�bricas brasileiras da Marcopolo subiu 76,7%, em rela��o ao ano anterior. As exporta��es continuaram fortes, com crescimento de 46,3% no volume de unidades produzidas em compara��o com o primeiro trimestre de 2017. As vendas ao continente africano permanecem em destaque, reflexo do amadurecimento de iniciativas estrat�gicas voltadas � exporta��o, como o Projeto Conquest e a abertura de escrit�rios regionais para maior aproxima��o com os mercados internacionais. A expectativa � de manuten��o do crescimento das exporta��es, com amplia��o da representatividade dos mercados da Am�rica Latina na composi��o de vendas ao longo de 2018.

"Independentemente da for�a e import�ncia do mercado brasileiro de �nibus, um dos mais relevantes do mundo, a empresa tem como meta crescer suas opera��es no exterior"



O c�mbio tem ajudado?
A quest�o cambial � tratada com muita naturalidade pela Marcopolo. Em sua estrat�gia, a empresa entende que precisa ser competitiva e eficiente independentemente da varia��o cambial. Nosso plano estrat�gico � bem definido e determinado para ampliar, gradativamente, a sua presen�a no mercado internacional. Independentemente da for�a e import�ncia do mercado brasileiro de �nibus, um dos mais relevantes do mundo, a empresa tem como meta crescer suas opera��es no exterior, tanto por interm�dio do aumento das exporta��es a partir do Brasil, o que vem sendo conquistado ano ap�s ano, como tamb�m pela acelera��o dos neg�cios de suas unidades estrangeiras.


Como � trabalhar com tanta imprevisibilidade em rela��o ao d�lar?
A valoriza��o ou desvaloriza��o do real em rela��o �s moedas dos pa�ses para os quais a empresa exporta � muito importante. No momento, a cota��o est� favor�vel, o que tende a colaborar com o crescimento das exporta��es. Mas sabemos que essa rela��o pode mudar, como j� ocorreu, e fazer com que o produto brasileiro perca a sua competitividade e, consequentemente, as vendas diminuam ou se tornem menos rent�veis. A Marcopolo tem, ao longo dos �ltimos anos, alcan�ado os seus objetivos e crescido internacionalmente. Os neg�cios no exterior cresceram significativamente e passaram de R$ 1,07 bilh�o, em 2013, para R$ 1,79 bilh�o, no ano passado. As exporta��es pularam de 2.129 unidades enviadas ao exterior em 2013, para 3.271 unidades em 2017. No ano passado, as unidades controladas no exterior produziram 2.029 unidades, volume correspondente a 19,0% da produ��o consolidada da Marcopolo. Em que pese a retra��o de 5,5% nos neg�cios, essas opera��es mantiveram suas metas de desempenho.

Como est� a opera��o da Marcopolo na Argentina, que enfrenta dificuldades?
A Marcopolo atua na Argentina h� muitos anos, por interm�dio de parceiros locais, a Metalpar e a Metalsur, que cobrem os segmentos de �nibus urbanos e rodovi�rios. No segmento de rodovi�rios exportamos carrocerias do Brasil. No ano passado, a Metalpar e a Metalsur apresentaram bom desempenho, beneficiando-se das boas perspectivas econ�micas para o pa�s. Mas neste ano ambas as opera��es est�o sendo impactadas pela retra��o da economia local e a forte desvaloriza��o do peso argentino.

Os principais indicadores da economia e seus reflexos nos contratos da empresa permitem trabalhar com a possibilidade de recomposi��o de seus custos e aumento de pre�o?
Depois de tr�s anos muito ruins para a ind�stria brasileira de �nibus, talvez o cen�rio agora poder� ser mais positivo e promissor, mas a quest�o de custo e pre�o ganhou car�ter vital para os operadores e isto � um aspecto muito delicado. Ao longo desse per�odo, a Marcopolo desenvolveu v�rias a��es visando ganhar ainda mais competitividade, produtividade e minimizar os efeitos da retra��o da demanda nos seus resultados operacionais, atuando tamb�m na redu��o de despesas e custos indiretos, no aumento da efici�ncia operacional e na melhoria do capital de giro pela redu��o de estoques e receb�veis. A fabricante optou por adotar uma pol�tica de recomposi��o de seus pre�os, sempre com base na eleva��o dos custos, principalmente das commodities, e de acordo com a capacidade de cada mercado em assimilar tais eleva��es de custos e pre�os.








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