� espera de um desfecho sobre a mineira Itamb�, aquisi��o que est� em processo de arbitragem, a francesa Lactalis tem buscado outros mercados para avan�ar no Pa�s. A multinacional, segunda colocada em l�cteos no mercado nacional, quer fortalecer sua marca de queijos e manteigas Pr�sident, bastante popular na Fran�a, mas que no mercado nacional � vista como um produto "premium".
Andr� Salles, presidente do grupo Lactalis no Pa�s, disse que a companhia quer ampliar as vendas de queijos gourmet no Brasil, replicando o modelo que ele adotou quando ainda estava � frente da Brasil Kirin (vendida para a Heineken). Na cervejeira, Salles contou que fez apostas em marcas especiais, como a cerveja artesanal Eisenbahn, que garantem margens mais altas que os r�tulos populares do companhia.
Para popularizar a Pr�sident, a Lactalis decidiu produzir alguns de seus produtos em 6 das 14 f�bricas da companhia no Pa�s. Alguns queijos, como prato, mu�arela, provolone, gruyere, gouda, al�m de requeij�o e manteiga, j� s�o produzidos localmente. Outros, contudo, como brie e camembert, por terem denomina��o de origem controlada, v�m da Fran�a.
No ano passado, a m�lti faturou R$ 3,6 bilh�es no Pa�s, que � o s�timo maior mercado da companhia fora da matriz. Nos �ltimos tr�s anos, a empresa tem investido cerca de R$ 150 milh�es por ano na moderniza��o de suas unidades.
Hist�rico
A Lactalis entrou no Brasil com a compra do pequeno latic�nio paulista Balkis, em 2013. Controladora da italiana Parmalat desde 2011, a m�lti tem crescido por meio de aquisi��es. Em 2014, anunciou duas grandes transa��es: a compra da divis�o de l�cteos da BRF, com as marcas Eleg� e Batavo, e dos ativos da LBR L�cteos (que comercializava a Parmalat no Pa�s), que estava em recupera��o judicial e cheia de d�vidas.
Para os produtores de leite, a aquisi��o dos ativos da LBR pela Lactalis trouxe al�vio, mas n�o agregou um ganhos significativos � cadeia. "A reativa��o das f�bricas foi importante", disse Roberto Jank, vice-presidente da entidade do setor Leite Brasil. Ele pondera, contudo, que os grandes grupos com atua��o no Pa�s n�o incentivam a cadeia produtiva. "H� uma esperan�a no setor de que uma empresa do porte da Lactalis estimule os produtores. No entanto, o Brasil produz leite longa vida do mesmo jeito h� 30 anos", disse.
Disputa
Uma aposta recente da Lactalis no setor de l�cteos - a compra da Itamb�, estrat�gica para as regi�es do Norte e Nordeste e o segmento de leite em p� - est� enfrentando percal�os jur�dicos. O an�ncio da aquisi��o foi no fim de 2017 - a Itamb� estava nas m�os da Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR). Contudo, a m�lti enfrenta forte resist�ncia de um dos acionistas: a Vigor, que pertencia � J&F, dos irm�os Batista, e foi vendida meses antes � mexicana Lala.
A Vigor tinha 50% da Itamb� em uma joint venture com a CCPR. Pelo acordo de acionistas, caso a Vigor fosse vendida, a CCPR poderia exercer o direito de prefer�ncia para comprar os outros 50% do neg�cio. Foi o que a cooperativa fez no dia 4 de dezembro passado.
No dia seguinte, por�m, vendeu toda a companhia � BSA International, holding da Lactalis. A transa��o foi questionada pela Vigor, que alega descumprimento do acordo de acionistas. Desde o in�cio de julho, um tribunal arbitral foi instaurado para discutir se a opera��o � ou n�o legal. Fontes de mercado afirmam que o imbr�glio deve durar pelo menos dois anos.
Questionado, Salles n�o quis falar do tema. Disse apenas que a aquisi��o foi feita pela BSA. Vigor e CCPR tamb�m n�o se manifestaram.
Enquanto o neg�cio n�o tem desfecho, a Lactalis quer ampliar a atua��o em novos setores. O executivo n�o descarta novas aquisi��es, caso a aquisi��o da Itamb� n�o siga adiante. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(M�nica Scaramuzzo)
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Enquanto briga pela Itamb�, Lactalis tenta popularizar marca �premium�
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