Rio de Janeiro, 24 - A perspectiva de crescimento das vendas de ve�culos el�tricos disparou uma corrida no segmento de minera��o pelo cobalto, mat�ria-prima fundamental para a produ��o das baterias dos novos carros. No Brasil, o metal virou pe�a central em projetos de empresas e tamb�m de governos. Segundo apurou o
�Estad�o/Broadcast�
, a mineradora Vale abandonou os planos de vender ativos no segmento e agora estuda ampliar a produ��o de cobalto.
O cen�rio promissor tamb�m levou os governos do Brasil e da Alemanha a planejar o desenvolvimento, por aqui, de tecnologias de beneficiamento do min�rio em �reas de produ��o de n�quel, nas quais o cobalto era, at� pouco tempo, rejeito. A mineradora brit�nica Horizonte Minerals � outra que estuda o potencial do metal no plano de desenvolvimento de duas minas de n�quel no Brasil.
Em relat�rio, o banco UBS j� fala em um crescimento da demanda pelo insumo de 2.000% nos pr�ximos anos. O grande entrave est� no fato de mais de 50% das reservas de cobalto do mundo estarem na Rep�blica Democr�tica do Congo, pa�s politicamente inst�vel e com problemas de explora��o infantil, seguran�a e disputas tribais. A expectativa de consultorias internacionais � que esse porcentual suba a 70% at� 2021.
Atenta �s oportunidades do segmento, a Vale captou US$ 690 milh�es com uma venda antecipada do insumo. O neg�cio permitiu que a mineradora destravasse investimentos de US$ 1,7 bilh�o para a amplia��o da mina de n�quel de Voisey�s Bay, no Canad�. Foi a primeira iniciativa para rentabilizar a reserva do mineral da companhia que, segundo fontes, equivale a 10% das reservas totais de cobalto fora do Congo.
Opera��es como a da Vale se tornam mais atrativas porque a cota��o do cobalto saiu de US$ 5 mil por tonelada, em 2012, para US$ 75 mil neste ano.
E a expectativa ainda � de alta. Hoje, uma pessoa que tem um tablet, um laptop, celular e uma furadeira, por exemplo, consome menos de 200 gramas do metal por ano. Se essa mesma pessoa compra um carro el�trico, o consumo sobe para ao menos 10 kg.
Parceria
Com a meta de tirar de circula��o os ve�culos a combust�o em 2030, a Alemanha conversa com o governo do Brasil para desenvolver tecnologias de beneficiamento do min�rio em �reas de produ��o de n�quel. "O Brasil tem v�rios dep�sitos de n�quel e suspeitamos que o rejeito tenha um teor importante de cobalto", diz o diretor de recursos minerais da Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais (CPRM), Marcelo Esteves.
Ele diz estar conversando com empresas que t�m produ��o de n�quel para abrir espa�o para as pesquisas com o governo alem�o. "Eles t�m menos de 12 anos para garantir o fornecimento e, em m�dia, o desenvolvimento de um projeto de beneficiamento mineral leva cerca de sete anos", completa.
A ideia tamb�m est� nos planos para o Brasil da Horizonte Minerals, que pretende incluir plano de desenvolvimento das minas de n�quel Araguaia e Vermelho, compradas da Vale no in�cio do ano. Segundo a gerente geral de sustentabilidade e rela��es institucionais da empresa, Katie Millar, os estudos de Vermelho realizados pela Vale h� 12 anos ser�o revisados para considerar tamb�m o cobalto. "O mercado ainda n�o precificou corretamente a qualidade do ativo que compramos. Vamos publicar os estudos preliminares esse ano. A expectativa � estar produzindo em 2021", diz.
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Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de Assuntos Miner�rios do Instituto Brasileiro de Minera��o (Ibram), conta que a corrida por cobalto est� mobilizando produtores de n�quel e cobre, metais mais associados ao novo "ouro azul". O Chile, por exemplo, est� modificando plantas de cobre para produzir tamb�m cobalto.
"O Brasil tem entraves para desenvolver minas de n�quel (de onde sair� o cobalto). Um deles � o custo da energia. Mas, a partir de US$ 18 mil por tonelada de n�quel, a produ��o come�a a fazer sentido." Hoje, a cota��o est� pr�xima de US$ 15 mil. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Renata Batista)
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