Rio de Janeiro - Um levantamento da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC) revela que quatro das 10 profiss�es que esbo�avam maior rea��o na carteira assinada e tiveram abortado seu processo de recupera��o est�o relacionadas � agropecu�ria. Outras tr�s est�o na ind�stria t�xtil.
"Vemos que setores que ainda n�o haviam se recuperado da recess�o se depararam com uma conjuntura cada vez menos favor�vel neste ano, marcado pelo baixo n�vel de investimentos da economia e por n�veis de confian�a cada vez mais baixos. Por outro lado, alguns setores que tiveram um 2017 'espetacular' em decorr�ncia da supersafra e do avan�o das exporta��es no ano passado se depararam com um cen�rio externo menos favor�vel e com uma capacidade de amplia��o da demanda por trabalho um pouco mais limitada, pela dificuldade do Pa�s em repetir, pelo menos na agropecu�ria, o bom desempenho de 2017", justificou Fabio Bentes, chefe da Divis�o Econ�mica da CNC e respons�vel pelo estudo.
A pesquisa mostra ainda que a segunda maior queda em carteira assinada ocorreu entre os trabalhadores agr�colas no segmento de gram�neas, atividade que inclui o cultivo de produtos importantes como trigo, milho e arroz.
Foram 9,8 mil vagas a menos no per�odo, o que corresponde a uma retra��o de 7% no n�mero de ocupados, ap�s um incremento de mais de 13 mil vagas nos 12 meses terminados em junho do ano passado.
Na terceira posi��o, a profiss�o de operadores de m�quinas para costura de pe�as de vestu�rio foi a que perdeu proporcionalmente mais trabalhadores. O segmento amargou uma queda de 3,1%, 8.743 pessoas a menos, ap�s a abertura de pouco mais de quatro mil vagas nos 12 meses anteriores.
Buraco profundo
A crise do desemprego n�o para de apresentar resultados negativos. O Caged mostrou em junho o primeiro resultado negativo do ano, um fechamento de 661 vagas considerando todas as profiss�es.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), mostram que a carteira assinada atingiu em maio o patamar mais baixo da s�rie hist�rica iniciada em 2012, com apenas 32,8 milh�es de trabalhadores formais no setor privado, quase meio milh�o a menos que um ano antes.
Entretanto, pelo menos na constru��o civil a sangria pode estar perto do fim, segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos no Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV), respons�vel pela Sondagem da Constru��o.
"Ainda tem entre os empres�rios (da constru��o) uma inten��o maior de demitir do que de contratar, mas hoje esses porcentuais est�o quase iguais", lembrou Ana Maria. "Em outubro de 2015, a diferen�a chegou a quase 42 pontos. Havia quase 50% dos empres�rios dizendo que iam demitir, contra 8% dizendo que iam contratar. Hoje tem 18% dizendo que v�o contratar, contra 24,5% dizendo que v�o demitir", completou a pesquisadora.