Bras�lia, 24 - A produ��o industrial voltou a crescer em junho e o setor reverteu boa parte das perdas registradas em maio em decorr�ncia da paralisa��o dos caminhoneiros. As informa��es s�o da Sondagem Industrial de junho, divulgada nesta ter�a-feira, 24, pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI).
De acordo com o estudo, o �ndice de evolu��o da produ��o chegou a 50,8 pontos em junho, superior aos 41,6 pontos registrados em maio e pouco acima da linha divis�ria dos 50 pontos do estudo que separa a queda do aumento da atividade.
A Utiliza��o da Capacidade Instalada (UCI) tamb�m subiu em junho e ficou em 66%, tr�s pontos porcentuais acima do dado de maio, voltando ao n�vel de abril, antes da paralisa��o.
Outro dado positivo destacado no levantamento � o �ndice de estoques efetivos em rela��o ao planejado, que caiu de 53,3 pontos em maio para 50,4 pontos em junho, um indicativo de que a ind�stria conseguiu ajustar os estoques que se acumularam com a greve dos caminhoneiros.
Mesmo com a recupera��o p�s-paralisa��o, o �ndice de evolu��o do n�mero de empregados se mant�m em baixa, ficando em 48,1 pontos em junho, ainda menor que o de maio, de 48,3 pontos. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos e, quando est�o abaixo de 50 pontos, mostram queda na produ��o e no emprego.
A Sondagem Industrial de junho mostra uma melhora no otimismo do empres�rio. "As expectativas tamb�m melhoraram. H� mais otimismo com rela��o � demanda futura, compras de mat�rias-primas e exporta��es e o empres�rio n�o espera queda do emprego industrial nos pr�ximos meses", cita o estudo. Mesmo assim, "a inten��o de investir continuou em queda" e "as condi��es financeiras tamb�m pioraram, com aumento da insatisfa��o com a lucratividade", acrescenta.
O �ndice de inten��o de investimento na ind�stria caiu para 49,4 pontos. � a quinta queda consecutiva do indicador, que est� 4,2 pontos abaixo do registrado em fevereiro. "A baixa disposi��o para investir reflete a queda da confian�a dos empres�rios no desempenho futuro da economia. H� muitas incertezas sobre as elei��es e, principalmente, sobre os impactos da tabela do frete e do subs�dio ao diesel nos custos da empresa e nas contas do governo", avalia o gerente executivo de Pol�tica Econ�mica da CNI, Fl�vio Castelo Branco.
Dificuldades
>A Sondagem Industrial lista tamb�m os principais problemas enfrentados pelo setor no segundo trimestre deste ano. No topo das reclama��es, est�o a elevada carga tribut�ria, em primeiro lugar, e a falta de demanda interna, em segundo. Mas os impactos da paralisa��o dos caminhoneiros tamb�m foram sentidos no per�odo, com destaque para a falta ou alto custo de mat�ria-prima (3� lugar no ranking) e dificuldades de transporte e log�stica, quest�o que saiu da 9� posi��o para a 4�. Em quinto lugar na lista dos problemas est� a taxa de c�mbio. Al�m disso, as ind�strias assinalaram a cria��o de uma tabela com pre�os m�nimos para o frete rodovi�rio "como um dos maiores problemas enfrentados no trimestre".
Esta edi��o da Sondagem Industrial foi feita entre os dias 2 e 12 de julho com 2.159 empresas. Dessas, 900 s�o pequenas, 770 s�o m�dias e 489 s�o de grande porte.
(Luci Ribeiro)