O operador financeiro Adir Assad conseguiu movimentar cerca de R$ 1,8 bilh�o em contas de suas empresas de fachada hospedadas em 14 ag�ncias de seis bancos ao manter uma boa rela��o com os gerentes. Al�m de presentear gerentes das ag�ncias com ingressos para grandes shows, Assad revelou, em depoimento � Justi�a, que conquistava a confian�a dos bancos ao comprar t�tulos de capitaliza��o e outros produtos banc�rios oferecidos pelos gerentes das contas.
Assad � apontado como o maior "noteiro" a atuar nos desvios apurados na Lava Jato. Suas empresas de fachada transformavam notas frias emitidas para grandes empreiteiras em dinheiro em esp�cie que, segundo ele, era encaminhado a operadores de propina e agentes p�blicos. Atualmente, mesmo ap�s assinar um acordo de colabora��o com o Minist�rio P�blico Federal (MPF), continua preso na carceragem de Pol�cia Federal em Curitiba.
Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, titular da Lava Jato no Rio de Janeiro, Assad disse que nunca pagou propina diretamente aos gerentes, mas que os agradava com "mimos". "Compr�vamos seguros, fech�vamos cons�rcios, oferec�amos para os gerentes ingressos de shows e eventos", disse Assad, que tinha acesso a entradas de concertos porque tamb�m atuava no setor de eventos.
Entre 2006 e 2014, cinco empresas de fachada ligadas a Assad se valeram de contas em 14 ag�ncias de seis bancos da capital paulista. Duas ag�ncias do Bradesco - uma na Avenida Brasil e outra na Eng. Luiz Carlos Berrini - concentram 66% dos valores movimentados pelas empresas de Assad, de R$ 1,2 bilh�o. As empresas s�o a Legend, Rock Star, Soterra, SM terraplanagem e Power To Ten.
Com R$ 1 bilh�o, entre cr�ditos e d�bitos, em contas de ag�ncias do Bradesco, Ita�, Santander, Citibank e Banco do Brasil, a Legend Engenheiros lidera o ranking das empresas do operador com maior movimenta��o.
Investiga��es
A Receita Federal investigou a Legend. Segundo os auditores, a empresa nunca teve funcion�rios, e os endere�os de seus registros eram resid�ncias que n�o comportavam sua atividade de aluguel de m�quinas. "N�o nos parece cr�vel que esta empresa consiga realizar uma real presta��o de servi�os sem nunca ter tido em seus ativos as m�quinas, equipamentos, ve�culos e caminh�es para tal fim", diz a Receita.
Tamb�m na ag�ncia do Bradesco na Berrini, a SM Terraplanagem movimentou R$ 347,9 milh�es. A empresa sofreu devassa da Receita e os auditores constataram a incapacidade da firma para prestar os servi�os declarados. Um dos endere�os em que est� registrada, em Santana no Parna�ba (SP), diz a Receita, � a resid�ncia de uma senhora que diz alugar domic�lio tribut�rio a v�rios interessadas. A SM tamb�m movimentou valores em ag�ncias do Santander (R$ 13 milh�es) e do Citibank (R$ 10,4 milh�es).
Advogado de Assad, Pedro Bueno de Andrade disse que seu cliente precisa prestar todos os esclarecimentos � Justi�a. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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