A Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig) espera terminar 2018 com mais dinheiro em caixa proveniente da venda de ativos referentes �s participa��es da concession�ria na Light, Renova Energia e Santo Ant�nio Energia. O leil�o de ativos da Cemig Telecom, na semana passada, foi considerado um teste promissor pela empresa, que precisa reduzir sua d�vida de R$ 12,8 bilh�es. O programa de desinvestimentos apresentado em junho do ano passado ao mercado financeiro, tem o objetivo de restabelecer o seu equil�brio financeiro.
Extraoficialmente, a expectativa � de que a Cemig arrecade valores acima de R$ 1 bilh�o com a venda de ativos dos quais a concession�ria pretende se desfazer. O superintendente de neg�cios da Cemig, Jo�o Paulo Dion�sio, afirma que a venda de ativos da Cemig Telecom foi o primeiro grande neg�cio da concession�ria neste ano e imprime relev�ncia ao plano de desinvestimento.
“O primeiro passo foi incorporar a Cemig Telecom e aproveitar todos os 116 empregados, que foram transferidos para a Cemig. A partir da�, avaliamos os bens que nos serviriam ou n�o, e aqueles inserv�veis para a Cemig, mas serv�veis para o mercado, compuseram a licita��o. Na pr�tica, preservamos os empregos, o patrim�nio da Cemig e outras infraestruturas de fibra �tica”, afirmou Jo�o Paulo Dion�sio.
A diretoria da empresa comemorou a arrecada��o de R$ 649 milh�es com o leil�o de ativos da Cemig Telecom, arrematados pela American Tower e a Algar Solu��es. A proposta inicial era de R$ 367 milh�es. Embora 17 empresas tenham se interessado pela disputa, apenas Algar, American Tower e Claro se habilitaram a participar, mas esta �ltima decidiu n�o apresentar nenhuma proposta.
A Cemig totaliza cerca de 6,3 mil quil�metros de cabos �pticos em redes metropolitanas e 11,6 mil quil�metros de cabos �pticos de longa dist�ncia para atendimento a cerca de 100 cidades em sete estados. O primeiro e maior lote levado ao leil�o foi arrematado pela American Tower por R$ 571 milh�es, com �gio de 70,4% sobre o valor m�nimo.
A venda compreendeu a rede �ptica da concession�ria em munic�pios de Minas Gerais, S�o Paulo e Rio de Janeiro e infraestrutura de pontos de presen�a e equipamentos da rede.
Com lance de R$ 77,89 milh�es, a Algar Solu��es arrematou o segundo lote licitado, com �gio de 139% frente ao m�nimo fixado. Trata-se de ativos da Cemig Telecom nas regi�es metropolitanas de Goi�nia, Recife, Salvador e Fortaleza.
De acordo com Daniel Faria Costa, diretor de gest�o das participa��es da Cemig, a d�vida da companhia, hoje avaliada em mais de R$ 12 bilh�es foi acumulada em per�odos anteriores e refere-se a empr�stimos para cumprir uma s�rie de obriga��es contra�das pelos antecessores.
“Principalmente uma pol�tica agressiva de aquisi��es de neg�cios que n�o eram voltados para o objeto principal da Cemig”, disse, referindo-se �s etapas de gera��o, transmiss�o e distribui��o de energia. A empresa anunciou na semana passada o seu balan�o financeiro do segundo trimestre, com preju�zo de R$ 60,4 milh�es no per�odo, ante lucro de R$ 137,9 milh�es de abril a junho do ano passado.
Crit�rios
No plano de desinvestimentos a companhia, foram listados 10 ativos com valor patrimonial de R$ 6,56 bilh�es, dos quais R$ 5,3 bilh�es referem-se � Taesa, Santo Ant�nio Energia, Gasmig e Norte Energia. De acordo com comunicado da Cemig, para a prioriza��o dos ativos foram levados em conta crit�rios como maior liquidez, aqueles que n�o trazem retorno de curto prazo e n�o s�o estrat�gicos e/ou com participa��es pouco relevantes para a empresa.
Em novembro do ano passado, a Cemig j� havia vendido parte de sua fatia na transmissora de energia Taesa por R$ 771,88 milh�es – um �gio de quase 2%. Com a venda, a participa��o no capital social da transmissora passou de 31,54% para 21,68%. Os recursos foram usados para uma opera��o com s�cios financeiros da Light.