O volume anual de investimentos no setor ferrovi�rio tem potencial para saltar do patamar atual de R$ 9 bilh�es para R$ 19 bilh�es no m�dio prazo se for adotada no Brasil uma agenda ampla de desenvolvimento do setor, de acordo com c�lculo do gerente setorial de Transportes e Log�stica do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), Dalmo Marchetti.
Segundo ele, os principais eixos para eleva��o dos investimentos passam pelo planejamento log�stico para deslocamentos ferrovi�rios regionais (ado��o das linhas de extens�o curta ou menor volume de transporte, as chamadas 'short lines'), devolu��o ao governo de trechos pouco utilizados para que sejam relicitados, desenvolvimento de novas Parcerias P�blico-Privadas (PPPs), ajustes na regulamenta��o, incentivo a novos atores e neg�cios e precifica��o do direito de passagem.
"O Pa�s tem muitas oportunidades nesse setor", salientou nesta quinta-feira, 23, Marchetti, durante semin�rio organizado pela Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp). O gerente regional lembrou que o BNDES realizou, neste ano, um planejamento amplo de investimentos em setores considerados estrat�gicos para o desenvolvimento nacional, entre os quais o segmento ferrovi�rio tem um peso importante. "A agenda ferrovi�ria � uma muito cara ao BNDES", disse, sinalizando disposi��o do banco estatal para realizar investimentos no ramo.
Marchetti observou que as ferrovias no Brasil est�o concentradas em corredores de exporta��o, que v�m atendendo quase exclusivamente o escoamento das commodities agr�colas e minerais. Na sua avalia��o, um dos principais desafios do setor est� em diversificar esse modelo para atender tamb�m passageiros e outros tipos de cargas. Al�m disso, defendeu que � preciso haver maior integra��o das ferrovias com os demais modais log�sticos. "O modelo atual � excessivamente concentrado. Precisamos ter uma agenda de enfrentamento mais forte para a diversifica��o", alertou.
Ele criticou tamb�m que a participa��o do modal ferrovi�rio no transporte de cargas dentro das cidades � pequeno. Na sua avalia��o, � preciso estudar alternativas para intensificar o uso dos trilhos nas regi�es metropolitanas, como, por exemplo, a libera��o do tr�fego em hor�rios em que n�o h� transporte de passageiros, como as noites ou madrugadas.
No semin�rio, o gerente de Planos e Projetos da Valec, Francisco Luiz da Costa, acrescentou que o desenvolvimento do setor ferrovi�rio passa pela discuss�o de como gerar novos neg�cios com trechos subutilizados e que, possivelmente, ser�o devolvidos pelas empresas privadas ao governo no processo de antecipa��o das renova��es das concess�es. A sua proposta � que, para cada trecho devolvido, seja feita uma an�lise de viabilidade ampla para se entender qual seria o melhor re�so para a linha.
Uma vez constatada a viabilidade, segundo Costa, h� a possibilidade de a Valec realizar a execu��o de obras de melhorias e readequa��o, bem como operar as fases iniciais do projeto. Ele sugeriu ainda a cria��o de Sociedades de Prop�sito Espec�fico (SPEs) tendo a Valec como acionista, visando tornar os empreendimentos vi�veis para o setor privado. Em seguida, realiza��o de um novo edital de concess�o ou PPP para repassar os trechos ao setor privado.
O gerente da Valec disse ainda que o modelo regulat�rio brasileiro precisa ser revisto, pois imp�e barreiras � implanta��o das short lines. Segundo ele, � preciso que o marco regulat�rio tenha mais flexibilidade para permitir a readequa��o das linhas e a atra��o do capital privado.
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ECONOMIA
BNDES v� potencial para mais do que dobrar investimentos no setor ferrovi�rio
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