A economia brasileira est� diante da oportunidade de vivenciar um ciclo de pelo menos cinco anos de juros baixos, de forma sustent�vel, o que vai permitir dinamizar os investimentos e crescer a atividade econ�mica, na avalia��o do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira. Segundo o executivo, o quadro foi criado por causa da recess�o, que quebrou a in�rcia inflacion�ria e elevou a capacidade ociosa.
"O hiato do produto hoje � de tal enormidade que podemos crescer pelos pr�ximos cinco anos tranquilamente sem fech�-lo, ent�o n�o haver� press�o inflacion�ria", afirmou Oliveira, citando estudo interno do BNDES, em palestra reservada a pesquisadores do Centro Brasileiro de Rela��es Internacionais (Cebri), na manh� desta quarta-feira, 29, Rio.
A consequ�ncia desse quadro, segundo Oliveira, � que os juros ficar�o baixos. Na apresenta��o, o executivo mostrou gr�ficos apontando que o juro real "ex-ante" est� atualmente em torno de 4,0% ao ano, "n�veis historicamente baixos".
"Temos mais cinco anos com o hiato do produto aberto. N�o vamos ter necessidade de um aperto, pelo menos n�o nos n�veis que j� tivemos, na pol�tica monet�ria. Mudamos de patamar efetivamente. O Brasil vai ser nos pr�ximos anos uma economia de juro baixo", disse o presidente do BNDES.
Questionado ap�s a palestra, Oliveira destacou que a economia brasileira chegou nesse quadro a "um custo elevad�ssimo, que foi uma recess�o de quatro anos praticamente". O quadro, segundo ele, � diferente do verificado em 2012 e 2013, quando o juro real ficou abaixo de 4,0%, mas num quadro ent�o considerado insustent�vel por agentes de mercado.
"Em 2012, voc� estava com a taxa de juro real baixa, mas com a infla��o em 6%. E no limite da capacidade", afirmou Oliveira ao Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado. "O risco de uma infla��o voltando ao n�vel de 10% ao ano hoje est� diminu�do. Parte disso tem a ver com o fato de que temos uma grande capacidade ociosa hoje instalada no Pa�s. Somando a redu��o da in�rcia inflacion�ria com uma capacidade ociosa muito grande, temos um espa�o nos pr�ximos anos para trabalhar com taxas de juros mais baixas", completou o presidente do BNDES.
Conforme Oliveira, o banco de fomento est� se preparando para esse quadro, procurando se colocar como "complementar" ao mercado de capitais. Assim, o banco est� buscando efici�ncia, reduzindo custos internos e spreads.
Ao deixar o evento, Oliveira evitou comentar sobre o leil�o das distribuidoras da Eletrobras, marcado para quinta-feira na B3. A data final para entrega das propostas para o leil�o foi na segunda-feira. Questionado sobre o n�mero de propostas entregues, Oliveira respondeu: "N�o sei, n�o posso saber disso". Ainda assim, o presidente do BNDES demonstrou otimismo de que haver� demanda pelos ativos. "Estamos otimistas", disse.
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