Com a persist�ncia da seca e a falta de previs�o de chuvas expressivas nos pr�ximos dias, o governo decidiu manter acionadas usinas termel�tricas mais caras. No jarg�o do setor el�trico, isso significa que o governo decidiu acionar usinas pelo crit�rio "fora da ordem de m�rito".
A decis�o foi tomada pelo Comit� de Monitoramento do Setor El�trico (CMSE), �rg�o presidido pelo Minist�rio de Minas e Energia (MME), em reuni�o realizada nesta quarta-feira (5). Segundo o comit�, os modelos indicam chuvas intensas apenas nos extremos Sul e Norte do Pa�s, longe, portanto, das principais bacias hidrogr�ficas brasileiras que ficam nas regi�es Sudeste e Centro-Oeste.
A decis�o vale para o per�odo entre os dias 8 e 14 de setembro. Na �ltima sexta-feira (31), uma reuni�o extraordin�ria do CMSE j� havia autorizado o acionamento das t�rmicas mais caras at� o fim desta semana. Segundo o governo, apesar disso, n�o h� risco para o suprimento de energia do Pa�s.
"O despacho fora da ordem de m�rito neste momento visa, sobretudo, preservar os estoques armazenados nas cabeceiras dos rios Grande e Parana�ba", diz o comunicado. A decis�o tamb�m levou em conta a "manuten��o da navegabilidade da hidrovia Tiet�-Paran�".
Para tentar reduzir o custo de gera��o de energia, o governo far� esfor�o para viabilizar a gera��o de energia por termel�tricas dispon�veis e mais baratas, mas sem contrato de comercializa��o de energia vigente, diz a nota. Al�m disso, tamb�m ser� avaliada a possibilidade de elevar a importa��o de energia da Argentina e do Uruguai.
Custo
O CMSE autorizou o acionamento de termel�tricas com custo vari�vel unit�rio (CVU) de at� R$ 766,28 por megawatt-hora (MWh). O valor supera o Custo Marginal de Opera��o (CMO), que est� em R$ 472,16 por MWh no Sul, Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste e em R$ 474,85 por MWh no Norte nesta semana.
Apesar da seca, o CMO semanal caiu, pois o �ndice � sens�vel a chuvas pontuais que caem em algumas regi�es, mesmo que o volume de �gua n�o seja suficiente para recuperar os reservat�rios das hidrel�tricas.
Quando isso acontece e o custo das t�rmicas supera o CMO, a tarifa de energia � insuficiente para cobrir o custo das usinas. Para bancar essa conta, s�o gerados Encargos de Servi�os de Sistema (ESS), cujo custo ser� repassado � conta de luz na data do reajuste de cada distribuidora.
O ESS � um encargo adicional, sem rela��o com a bandeira vermelha patamar dois, que tamb�m est� em vigor e acrescenta R$ 5,00 a cada 100 quilowatts-hora (kWH) consumidos.
"A decis�o decorre do fato de os Custos Marginais de Opera��o para todos os subsistemas terem sofrido acentuada redu��o, enquanto o n�vel de armazenamento equivalente do subsistema Sudeste/Centro-Oeste se encontra no menor valor dos �ltimos anos", diz o CMSE.
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