�Se novo governo for respons�vel, BC ganhar� mais tempo�, diz Carlos Langoni

O ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Carlos Langoni, acredita que, por enquanto, o estresse cambial n�o � motivo de preocupa��o para o Banco Central. Para ele, no cen�rio atual, uma das principais preocupa��es � o ambiente externo.

Ao tratar dos poss�veis reflexos da disputa presidencial na pol�tica monet�ria, Langoni afirmou que, se o presidente eleito assumir o compromisso com as reformas, "isso vai facilitar a vida do BC".

O pr�ximo encontro do Copom j� ser� depois das elei��es. O que o sr. Espera?

Por enquanto, notamos que o BC continua focado no desempenho da infla��o. Ele n�o est� preocupado com o estresse cambial, por exemplo. At� porque esse vi�s de valoriza��o do d�lar, que pode ser transit�rio, dependendo do resultado das elei��es, n�o contaminou negativamente as expectativas. � muito bom n�o aumentar a taxa de juros �s v�speras de uma elei��o j� t�o tensa e disputada. Isso d� tranquilidade ao mercado

Mas dependendo do resultado da elei��o, pode ser que o d�lar continue em alta e haja deteriora��o do cen�rio. Isso levaria o BC a subir juros ainda em 2018?

Essa � a �ltima estrat�gia do BC. Ele vai ter de decidir, para conter um eventual overshooting do d�lar, se usar� os juros para combater a press�o cambial ou outros instrumentos para intervir no mercado. Mas a� estamos em terreno absolutamente imprevis�vel.

Em que circunst�ncia o BC poderia elevar juros ainda em 2018?

Mesmo que seja eleito um presidente que tenha ret�rica populista ou neopopulista, acho que o BC vai aguardar para saber quem ser� o ministro da Fazenda e quem comandar� a institui��o. Apenas se houver a combina��o entre uma cat�strofe interna e o acirramento das tens�es externas, o BC seria obrigado a antecipar o in�cio do ciclo de alta de juros. Se o novo governo for respons�vel e anunciar uma agenda de reformas, o BC ganhar� mais tempo para manter a Selic.

O que preocupa?

O que mais me preocupa � o ambiente externo. Estamos entrando em um terreno cada vez mais hostil, com essa guerra comercial entre EUA e China. Considero isso grave. � uma amea�a ao crescimento da economia mundial. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.