Em meio � crise econ�mica no Brasil, o segmento de panifica��o permanece est�vel. No ano passado, o faturamento do setor foi de R$ 90 bilh�es, ante R$ 85 bilh�es em 2016. De acordo com a Associa��o Brasileira da Ind�stria da Panifica��o e Confeitaria (Abip), das 70 mil padarias espalhadas pelo pa�s, quase todas s�o micro e pequenas e empresas (cerca de 93%), grande parte delas investindo bastante para crescer.
O setor de panifica��o est� entre os seis maiores segmentos da ind�stria do Brasil e o segundo maior de alimentos prontos, com participa��o de 36% na ind�stria de produtos alimentares e 6% na de transforma��o. Trata-se de um setor que gera mais de 2 milh�es de postos de trabalho, sendo 890 mil empregos diretos e 1,2 mil indiretos. Para discutir o mercado, as tend�ncias e inova��es do setor, a Abip promover� entre 26 e 30 de setembro, no Cost�o do Santinho, em Florian�polis, a 31ª edi��o do Congrepan 2018 – Congresso Brasileiro da Ind�stria de Panifica��o e Confeitaria – Receita de sucesso – Alimenta��o Saud�vel, Inova��o e Produtividade.
Para Jos� Batista de Oliveira, presidente da Abip e do Sindicato da Ind�stria da Panifica��o de Minas Gerais (SIP), o setor anda muito impactado pelas quest�es cambiais. “Para se ter uma ideia, no Brasil, o setor gasta cerca de 11 milh�es de toneladas de trigo por ano e um pouco mais da metade vem da Argentina. Diante disso, com a desvaloriza��o do real perante o d�lar, as coisas se complicam. Al�m disso, estamos convivendo com a alta de energia na composi��o dos custos. Ainda assim, o setor est� animado”, garante o executivo.
Ele ressalta que os empres�rios do segmento est�o buscando se inovar. “Hoje, j� temos padarias que promovem caf� da manh�, almo�o e at� happy hour. O setor est� procurando se adequar � atual crise econ�mica pela qual o pa�s est� passando. Este ano, infelizmente, est� pior do que 2017, mais desafiador, diria. A demanda continua baixa e o segmento est� com dificuldade de repassar os aumentos que t�m ocorrido durante o ano.”
Jos� Batista diz que, com a demanda em baixa, tudo fica mais dif�cil. “Esse quadro tem sido um desafio grande a ser vencido pelo setor. Estamos mais otimistas com rela��o a 2019. Ali�s, somos otimistas por natureza. A expectativa � que depois das elei��es o cen�rio esteja mais positivo. Essa confus�o pol�tica que se instalou no pa�s tamb�m ajudou a atrapalhar bastante. Acredito que a poeira baixe ap�s as elei��es, que haja uma melhoria na economia e que a confian�a dos empreendedores e clientes volte a se instalar novamente. Do jeito que est�, os empres�rios n�o investem, as reformas s�o postergadas e por a� vai. Vamos torcer para que tudo melhore ap�s as elei��es.”
EXPANS�O
Apostando no setor de panifica��o, Milton e Let�cia Cruz montaram, h� 29 anos, a Panificadora Palmeiras. Hoje, eles contam tamb�m com a ajuda do filho Breno, al�m de 56 colaboradores. “Come�amos pequenos, apenas com a padaria, mas ao longo dos anos fomos crescendo e hoje temos tamb�m lanchonete, mercearia e restaurante, tudo funcionando em um mesmo local de mais de 800 metros quadrados”, conta Let�cia, que � nutricionista.
“Montar uma padaria sempre foi o sonho do Milton. Come�amos fazendo de tudo um pouco e o fato de ser nutricionista nos ajudou bastante. Quando nosso filho completou 18 anos, passou a trabalhar com a gente. Com o tempo, fomos crescendo e expandindo a loja e os neg�cios, o que vem dando certo, gra�as a Deus. Nossa �ltima grande reforma foi em 2014”, conta Let�cia.
Ela acredita que o diferencial da Panificadora Palmeiras para os concorrentes est� na qualidade dos produtos, “com os quais fidelizamos a nossa clientela. Buscamos a qualidade o tempo todo, mesmo porque tamb�m consumimos nossos produtos. N�o temos meio termo, � a qualidade acima de tudo. Tamb�m procuramos sempre o bem-estar de nossos colaboradores”.
Let�cia considera o faturamento satisfat�rio, mas alega que a crise econ�mica pela qual o pa�s est� passando faz com que a receita n�o cres�a no momento. “Podemos melhor�-lo. Por isso estamos fazendo uso de novas ferramentas, como as redes sociais. Estamos no Facebook, Instagram e temos o nosso site, nos quais colocamos nossos produtos em exposi��o e isso tem nos ajudado bastante”, garante.
A empres�ria ressalta que a panificadora tamb�m faz festivais criativos, o que tem atra�do pessoas do bairro e de outros pontos da cidade que experimentam e voltam para comprar. “Nos festivais tamb�m fazemos lan�amentos que se tornam atra��o em pouco tempo. Al�m do mais, ter optado pelo marketing digital foi uma grande ideia, uma nova ferramenta, uma inova��o que despertou a aten��o de muita gente e que muito tem nos ajudado”, diz Let�cia.
A empres�ria conta que pretende ampliar a panificadora. “Investir no ramo talvez fosse mais complicado para quem quer entrar agora. No nosso caso, como estamos h� quase 30 anos no mercado, as coisas s�o mais f�ceis, pois temos uma clientela fidelizada e fazemos v�rios produtos que j� s�o sucesso”, ressalta a empres�ria. “Pensamos em melhorias, em novos projetos, pois nosso espa�o � muito grande. E precisamos acompanhar sempre as novas tend�ncias do mercado, n�o podemos parar no tempo.”