O avan�o do candidato Jair Bolsonaro (PSL) e a estagna��o de Fernando Haddad (PT) na pesquisa Ibope/Estado/TV Globo fizeram a Bolsa subir 3,80%, na ter�a-feira, 2, e superar os 81,6 mil pontos, o maior n�vel desde maio. O d�lar recuou 2,47%, a R$ 3,93 - a cota��o mais baixa em um m�s e meio e maior queda em quase quatro meses. O entusiasmo do mercado local, no entanto, n�o � o mesmo dos investidores estrangeiros, que veem a vit�ria do candidato do PSL com preocupa��o.
[ ]"A euforia do mercado se deu porque o resultado da pesquisa foi surpreendente, uma vez que, nos �ltimos dias, Haddad vinha crescendo e Bolsonaro sofria ataques de todos os lados. Achava-se que ele havia atingido seu m�ximo nas pesquisas, mas n�o", diz Victor Candido, economista-chefe da Guide Investimentos. Tamb�m contribuiu a not�cia de que Bolsonaro recebeu o apoio da Frente Parlamentar Agropecu�ria (FPA).
O candidato do PSL se tornou o preferido dos investidores brasileiros por ter mais chances de derrotar o PT nas urnas - partido que, na vis�o do mercado, retomaria o papel mais intervencionista do Estado e poderia comprometer a agenda de reformas.
Na ter�a-feira, as estatais puxaram a alta da Bolsa. Eletrobr�s e Banco do Brasil subiram mais de 10%. "A alta das estatais est� diretamente relacionada ao fato de Bolsonaro ter se comprometido a manter a agenda de privatiza��es, al�m de outros fatores importantes, como a reforma da Previd�ncia", diz Candido.
Para analistas, o que mais surpreendeu n�o foi o avan�o de Bolsonaro, mas sim o aumento expressivo da rejei��o de Haddad, que subiu 11 pontos, para 38%, enquanto a avers�o ao candidato do PSL se manteve est�vel em 44%. "H� uma preocupa��o muito grande do mercado com a agenda de candidatos de esquerda em rela��o � quest�o fiscal e ao tamanho do Estado", diz Michael Viriato, coordenador do laborat�rio de finan�as do Insper.
O resultado da pesquisa do Ibope, divulgada na segunda-feira, 1, foi refor�ado, na ter�a-feira, pelo Datafolha, em que Bolsonaro apareceu com 32%, e Haddad, com 21%. O EWZ, principal ETF (fundo que replica um �ndice) do Brasil negociado no mercado americano, subiu 5,64% no preg�o regular e mais 4,47% depois do fechamento.
Exterior
Na contram�o do otimismo dom�stico, o mercado externo refor�a o receio com a ascens�o de Bolsonaro. Depois da revista The Economist e do jornal Financial Times, na ter�a-feira foi a vez de a ag�ncia de classifica��o Standard and Poor's (S&P;) alertar para o riscos de uma vit�ria do candidato do PSL.
"O Brasil tem enormes problemas, tanto fiscais quanto sociais. A economia mal est� crescendo este ano e h� muito na agenda para a nova lideran�a. Essa � nossa preocupa��o no futuro, de qu�o r�pida e efetivamente a nova lideran�a vai lidar com essas quest�es" disse o diretor e analista de ratings soberanos para Am�rica Latina da S&P;, Joydeep Mukherji. "O candidato do PT n�o � outsider, mas Bolsonaro � - e isso aumenta o risco de incoer�ncias ou atrasos em fazer as coisas ap�s a elei��o, em lidar com o Congresso", afirmou. Para ele, a incerteza sobre os rumos da pol�tica na regi�o podem afetar o investimento privado na Am�rica Latina.
Na mesma linha, em recente relat�rio, a gestora americana BlackRock, a maior do mundo, ressalta que o apoio dos eleitores da Am�rica Latina a agendas populistas pode reverter a tend�ncia de governos pr�-mercado e assustar investidores estrangeiros. O texto diz que uma vit�ria de Bolsonaro pode ser um "gatilho de agravamento", assim como se o governo mexicano congelar pre�os de combust�veis ou o argentino decidir reverter a agenda de reformas.
Declara��es recentes de Jair Bolsonaro de que ele s� aceitaria o resultado da elei��o se fosse o vencedor trouxeram preocupa��es sobre "tend�ncias autorit�rias", destaca a Ashmore. Em relat�rio, a gestora menciona que Haddad � de uma ala mais moderada do PT. "Esperamos uma crucial reforma da Previd�ncia independentemente de quem for o vencedor." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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