Dos 251 deputados federais que foram reeleitos este ano, menos da metade foi totalmente favor�vel �s reformas econ�micas aprovadas pelo governo de Michel Temer, aponta levantamento feito pelo Broadcast Pol�tico e Inteligov, plataforma online de acompanhamento das tramita��es no Legislativo. Na mesma medida, partidos que estiveram ao lado da pauta econ�mica perderam for�a na Casa, como � o caso do PSDB, que encolheu 41%.
Os n�meros refor�am, a princ�pio, o desafio do novo governo em dialogar com os novos integrantes da C�mara e avan�ar com pautas reformistas. Entre os 251 reeleitos, apenas 108 disseram sim �s duas reformas econ�micas aprovadas pelo governo Temer - a PEC do Teto de Gastos e a proposta de reforma trabalhista. Por outro lado, 65 dos que se reelegeram foram contr�rios �s duas propostas.
Individualmente, a PEC do Teto, uma das primeiras medidas de impacto do ent�o rec�m-empossado governo Temer, recebeu apoio de 144 parlamentares que conseguiram se reeleger no �ltimo fim de semana, ao passo que 72 disseram n�o e 34 n�o votaram.
J� a reforma trabalhista, aprovada no fim do ano passado sob um ambiente bem mais dif�cil - o emedebista havia acabado de sobreviver a segunda den�ncia encaminhada ao Congresso pelo ent�o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot -, recebeu apoio menor: 120 disseram sim, 90 desaprovaram e outros 40 n�o votaram.
A contabilidade das 17 bancadas que orientaram seus parlamentares a votar a favor de ambos os projetos n�o mostra cen�rio muito diferente. Se logo antes da elei��o esses partidos somavam 374 parlamentares, depois de domingo o n�mero baixou para 343. A queda foi liderada pelas grandes siglas, como MDB, que ficou 33% menor na passagem da elei��o, e o PSDB, que encolheu 41%.
O movimento ocorre mesmo com o grande salto protagonizado pelo PSL de Jair Bolsonaro, que passou de 8 para 52 deputados. Al�m dele, apenas outros dois partidos cresceram nesse grupo: o PRB, que saiu de 21 para 30 deputados, e o Avante, que passou de 5 para 7.
Renova��o
Conforme dados da C�mara, o �ndice de renova��o na elei��o foi de 47,3%, o maior da casa nos �ltimos 20 anos. Nas elei��es de 2002 a 2014, esse �ndice foi, na m�dia, de 37,5%. At� ent�o, a elei��o com maior n�mero de novos rostos havia sido a de 2014, com 39% de renova��o.
Como a orienta��o dos novatos no Congresso pode ser considerada uma inc�gnita neste momento, uma alternativa para o novo governo pode ser a de tentar recuperar os votos perdidos de parlamentares de siglas favor�veis �s reformas, mas que se abstiveram das vota��es.
No caso da reforma trabalhista, dos 40 deputados ausentes no dia em que a pauta foi votada, 23 eram de siglas como MDB, PP, PR e PSD - cuja orienta��o foi favor�vel � pauta.
As reformas devem estar nos primeiros debates da pr�xima legislatura e pode haver mudan�as nos projetos atuais, principalmente no da Previd�ncia. Parlamentares influentes do agora mais poderoso PSL n�o concordam com o projeto do governo Temer.
J� indicado como ministro da Casa Civil em um eventual governo de Jair Bolsonaro, o deputado reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que a reforma da Previd�ncia n�o faz parte do programa de governo do militar. Segundo ele, os programas de Bolsonaro s� come�ar�o a ser constru�dos, caso ele seja eleito, em 2019. "Por que no plano de governo do Jair n�o tem plano espec�fico? Por que isso � uma armadilha que os marqueteiros impuseram aos pol�ticos", disse. "Se o Jair for escolhido, nossas a��es iniciam s� em 2019."
O l�der do PR na C�mara e tamb�m reeleito Jos� Rocha (BA) acredita que "a reforma � necess�ria, mas n�o a que est� a�". Sobre a nova C�mara, afirmou que n�o h� mais lugar para defender corpora��es. "Temos agora aqui que defender o Pa�s", disse.
Reeleita deputada federal pelo PT, a ex-prefeita de Fortaleza (CE) Luizianne Lins ressaltou que partidos tradicionais de direita, como MDB e PSDB, diminu�ram, embora o PSL tenha crescido muito. "Mas do ponto de vista partid�rio, as for�as ainda v�o se reorganizar. Precisamos saber em torno de que projeto essas pessoas v�o estar reunidas", disse Luizianne. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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