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Estado de Minas ECONOMIA

Prefixados de longo prazo atraem com retornos altos, mas 'amarram' capital


postado em 15/10/2018 13:43

Com taxas que chegam a superar 1,0% ao m�s, produtos prefixados (aqueles com rentabilidade conhecida no momento da aplica��o) de longo prazo voltam a chamar a aten��o na prateleira das corretoras. Segundo especialistas, em tempos de juros baixos e diante das incertezas do mercado com as elei��es e o futuro da economia, esses produtos ficam mais atraentes para o investidor.

No entanto, analistas alertam que "amarrar" o capital por prazos longos, como cinco ou sete anos, � uma estrat�gia arriscada, porque pode fazer o investidor perder eventuais boas oportunidades no per�odo.

Segundo as corretoras, a demanda por esse tipo de produto chegou a dobrar nos �ltimos meses. Ao adquirir um produto prefixado - que pode ser CDB, RDB, LC, ou mesmo uma LTN, do Tesouro Direto -, o investidor "fixa" uma taxa de rentabilidade pela qual vai ser remunerado durante um certo per�odo de tempo. Em geral, quanto maior o prazo, maior o risco e, portanto, maior o retorno.

Por�m, caso o Banco Central aumente a taxa b�sica de juros da economia para um valor superior ao que o investidor contratou em seu prefixado, ele acaba ficando com seu dinheiro "preso", recebendo um valor inferior ao da Selic.

� o que mostra o estudo elaborado pelo professor Roy Martelanc, da FIA, com dados da plataforma Comdinheiro. O levantamento aponta que quem fez um investimento prefixado em outubro de 2014, por exemplo - m�s em que teve in�cio a corrida eleitoral daquele ano -, acabou obtendo um retorno inferior ao da taxa Selic.

"Praticamente todos os pap�is prefixados do Tesouro Direto (LTNs) perderam para aqueles indexados � Selic (LFTs) no segundo mandato do governo Dilma", afirma o professor. Segundo ele, quando um governo "perde a m�o" da economia e as taxas de juros sobem, os pap�is prefixados acabam perdendo atratividade.

Segundo Roberto Indech, analista-chefe da Rico, a taxa de juros no Brasil tem um hist�rico de apresentar mudan�as bruscas, especialmente nos �ltimos dez anos. Por isso, ele costuma recomendar produtos prefixados de dois ou, no m�ximo, tr�s anos de vencimento. "Em um prazo muito longo, o investidor pode acabar perdendo boas oportunidades", opina.

Efeito Bolsonaro

Desde que o presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL) come�ou a crescer nas pesquisas e liderou o primeiro turno da elei��o, o mercado passou a acreditar que os juros praticados na economia nos pr�ximos cinco anos ser�o menores.

As taxas futuras, negociadas na Bolsa, com vencimento em 2023, passaram de 12%, em setembro, para um patamar pr�ximo de 10% hoje.

Com isso, produtos prefixados come�aram a ser ofertados com retornos menores. Quem investiu com taxas altas pode, caso deseje e tenha algum comprador em um mercado secund�rio, vender seus t�tulos com um �gio, j� que eles se valorizaram.

Segundo Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest, apesar de os impactos da corrida eleitoral terem afetado as taxas de juros para baixo, ainda h� boas oportunidades para investir nesses produtos. "H� produtos com um retorno anual acima de 12% no mercado. Caso a economia se estabilize no pr�ximo governo, talvez n�o voltemos a encontrar taxas t�o interessantes", afirma.

� o caso do arquiteto Fernando Shigueo. Ap�s conseguir acumular uma reserva de emerg�ncia, as taxas elevadas desse tipo de produto chamaram sua aten��o. Em junho, quando os retornos oferecidos pelo mercado estavam em um patamar mais alto, investiu R$ 5 mil em um CDB prefixado do Banco Maxima, com uma taxa de 14,5% ao ano e R$ 3 mil em um do Banco Fibra, com uma taxa anual de 15%.

Confort�vel com a taxa de retorno que conseguiu, ele, que se considera um investidor iniciante, pretende agora dar outros passos no mundo das finan�as. "Agora, quero come�ar a investir em renda vari�vel", conta.

Diversifica��o

Conrado Navarro, especialista em finan�as pessoais da Modalmais, afirma que, para quem quer investir nesse tipo de produto, o importante � n�o "brincar de adivinhar" os movimentos de mercado. Para ele, � fundamental diversificar a aloca��o dos ativos, diminuindo assim o risco da carteira. "Ficar torcendo para algo acontecer na economia pode custar muito caro. Melhor balancear bem a carteira e se proteger para qualquer cen�rio."

Ainda que o estoque de LTNs do Tesouro Direto tenha crescido 18% em 2018, Paulo Marques, gerente da plataforma, acredita que o movimento � natural, j� que as vendas cresceram como um todo. "Em momentos de volatilidade, os campe�es de venda s�o os t�tulos indexados � Selic e � infla��o." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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