No �ltimo m�s, tr�s bancos de varejo anunciaram taxa zero para opera��es em Tesouro Direto - seguindo um caminho j� pavimentado por corretoras independentes h� alguns anos. A briga por investidores, por�m, ganhou mais um cap�tulo - e extrapolou a renda fixa. Tamb�m nas �ltimas semanas, para atrair mais clientes para a Bolsa, corretoras anunciaram isen��o em algumas opera��es de renda vari�vel, como corretagem de a��es, contratos futuros e fundos imobili�rios.
A Clear Corretora, comprada pela XP em 2014, anunciou no final de setembro taxa zero para todos os ativos em renda vari�vel, ou seja, qualquer negocia��o feita na B3 - uma ordem de compra de a��o, por exemplo, custava R$ 0,80. A XP zerou taxa para fundos imobili�rios, que era de R$ 16,90 por ordem.
J� a ModalMais, por sua vez, isentou taxas para opera��es no mercado futuro de �ndice Bovespa e d�lar. Em outro modelo, a Toro Investimentos, que entrou nesse mercado em julho, anunciou taxa zero de corretagem para investimentos em Bolsa que tiverem preju�zo, cobrando apenas um valor proporcional ao lucro do cliente.
"Escolhemos o mercado futuro para focar no trader", observa Rodrigo Puga, diretor executivo da ModalMais. A plataforma � l�der em n�mero de investidores pessoa f�sica que aplicam em Bolsa, e 90% deles, diz Puga, s�o traders - operam diariamente.
Para usufruir da taxa zero, por�m, o cliente tem de optar por sair do plano gratuito para pagar uma mensalidade (que pode ir de R$ 20 a R$ 250, a depender do plano). "Cabe ao cliente avaliar o quanto ele gasta com as negocia��es. Se ele opera muito, vale a pena", observa. Ele conta que 30% dos clientes est�o fazendo o upgrade de seus planos. No mercado � vista, a taxa, uma das mais baixas do mercado, se mant�m de R$ 0,99 a R$ 2,49.
J� a XP optou pela isen��o na compra de cotas de fundos imobili�rios, a fim de fomentar esse produto - hoje na carteira de menos de 10% dos clientes. "� um investimento interessante pois � focado em pessoa f�sica e para o longo prazo", observa Gustavo Pires, s�cio e diretor da plataforma de fundos da XP. "Outro motivo foi incentivar o reinvestimento, j� que o fundo distribui proventos - tal qual um aluguel -, mas, se o valor era baixo, n�o compensava para o investidor pagar mais uma ordem para reaplicar."
Procurada, a Clear, que zerou todas as negocia��es em Bolsa, n�o comentou. Sem a receita da corretagem, o mercado acredita que a institui��o, da XP, se manter� com a comercializa��o de plataformas, conte�do educacional e com o rendimento do dinheiro dos clientes que fica parado em conta.
Tesouro Direto
Se as corretoras j� focam estrat�gias na renda vari�vel para atrair clientes, a isen��o na renda fixa finalmente se consolida entre os bancos de varejo. Ao zerar a taxa para Tesouro Direto, as institui��es financeiras seguem um movimento iniciado pelas corretoras em meados de 2014, para conquistar clientes, sobretudo dos grandes bancos.
"Os bancos s� mudam sua postura quando perdem clientes e dinheiro", avalia Myrian Lund, professora de finan�as da FGV.
O primeiro a zerar a taxa para Tesouro - que antes era de 0,50% ao ano - foi o Bradesco, em junho de 2017. J� em setembro deste ano, Ita�, Banco do Brasil e Santander isentaram Tesouro, renda fixa e previd�ncia.
De acordo com o Santander, duas semanas ap�s o an�ncio, o volume de t�tulos p�blicos comercializados cresceu seis vezes. J� o BB e Ita� disseram em nota que observaram "eleva��o consider�vel" na capta��o.
Cassiano Scarpelli, vice-presidente do Bradesco, pontua que a principal vantagem para o cliente foi a comodidade. "Ele n�o quer buscar casa nova para obter os mesmos benef�cios", diz. Ele, por�m, v� com cautela o movimento de zerar produtos de renda vari�vel. "Me preocupa a zeragem total e irrestrita, pois h� custos da Bolsa, por exemplo. Teremos de encontrar um ponto de equil�brio." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
Publicidade
ECONOMIA
Corretoras zeram taxas para bolsa e fundos imobili�rios
Publicidade
