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Estado de Minas ECONOMIA

'Brasil deve ficar neutro em guerra comercial', diz Marcos Troyjo


postado em 23/10/2018 08:00

Conselheiro para temas de economia internacional e com�rcio do eventual superministro de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, o professor da Universidade Columbia Marcos Troyjo recomenda que o Brasil se mantenha neutro na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Em vez de escolher um lado, deve explorar as oportunidades oferecidas pelos dois.

"A suposta guerra comercial � mais um movimento de acomoda��o do que algo que v� escalar outras �reas para al�m da economia e, portanto, tornar necess�rio fazer algum tipo de alinhamento", disse. "Ter de escolher lados de maneira autom�tica e irrevers�vel n�o � olhar esse quadro de maneira realista."

Troyjo ressaltou, ao conversar com o jornal O Estado de S. Paulo, que expressava suas opini�es pessoais e n�o as da equipe de um eventual governo de Jair Bolsonaro. Ele relativizou o peso da visita que o candidato fez, no in�cio do ano, a Taiwan, ilha que n�o reconhece o predom�nio da China continental. A iniciativa foi criticada numa carta enviada pela embaixada da China no Brasil ao DEM e publicada nas redes sociais pelo vereador C�sar Maia (RJ).

"Duvido que ter uma boa rela��o com Taiwan v� criar obst�culos mais elevados na rela��o com Pequim", disse o professor, que � codiretor do laborat�rio dos Brics na universidade. Ele acrescentou que a Alemanha, por exemplo, tem excelentes rela��es com Pequim e intensas trocas comerciais com Taiwan.

Troyjo disse ainda que os chineses "n�o estranhariam" caso o Brasil viesse a impor limites � presen�a estrangeira em determinadas �reas. "Eles tamb�m fazem isso", observou. A proibi��o, por�m, teria de ser aplicada a todos os pa�ses, e n�o � China especificamente.

O candidato do PSL j� fez restri��es � compra pelos chineses dos ativos de gera��o de energia da Eletrobr�s. H� tamb�m preocupa��o com a compra de terras por investidores do pa�s asi�tico. Segundo auxiliares de Bolsonaro, � a esse problema que ele se referia quando disse que os chineses est�o "comprando o Brasil."

Metamorfose

Para o professor, � importante n�o perder de vista que a China tem passado por uma "metamorfose". De geradora de grandes super�vits comerciais, ela tem transitado para um outro perfil de atua��o: a de fonte de empr�stimos governo a governo, origem de investimentos estrangeiros diretos. "N�o vamos descuidar da parte comercial, mas temos de prestar aten��o nas outras coisas", disse. "H� um casamento entre oportunidade e necessidade na �rea de infraestrutura no Brasil em que vamos ter de lidar com os chineses."

Troyjo acha, por exemplo, que o Brasil deveria ter um escrit�rio na China para vender as oportunidades de investimento no setor. Hoje, s� as grandes empresas est�o presentes l�.

Para eles, as prioridades de uma pol�tica em rela��o � China deveriam ser: adensar a rela��o, sofisticar a pauta de exporta��o, aumentar o fluxo de investimentos e, eventualmente, criar "uma ou outra seletividade, para resguardar o interesse nacional." E o mesmo deveria ser feito em rela��o aos EUA, afirmou. "N�o existe maior deseconomia no mundo do que o baixo volume de interc�mbio comercial entre os EUA e o Brasil."

Na sua avalia��o, a declara��o do presidente Trump que o Pa�s tem tarifas elevadas e "est� entre os mais duros do mundo, talvez o mais duro" �, na verdade, um "convite para melhorar" a rela��o comercial. N�o um passo no fechamento do mercado, como pode parecer. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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