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Estado de Minas

Deezer prepara expans�o no pa�s

Depois de nova rodada de investimentos, startup de streaming de m�sica cresce no Brasil ao apostar em estilo gospel e sertanejo. Parcerias com empresas e artistas s�o estrat�gicas


postado em 24/10/2018 06:00 / atualizado em 24/10/2018 11:27

A cantora Pabllo Vittar é um dos que fizeram apresentação exclusiva no estúdio da empresa, que tem o mercado brasileiro como seu segundo maior negócio(foto: Deezer/Divulgação)
A cantora Pabllo Vittar � um dos que fizeram apresenta��o exclusiva no est�dio da empresa, que tem o mercado brasileiro como seu segundo maior neg�cio (foto: Deezer/Divulga��o)

S�o Paulo – O mercado de streaming tem conseguido, ano ap�s ano, se consolidar como a salva��o para o mercado de m�sica, que desde a virada do s�culo vinha sofrendo com diferentes formas de compartilhamento de arquivo, do disquete ao CD, passando pelo pen drive – e sempre �s custas da pirataria. Com a evolu��o dos dispositivos, tanto para ouvir m�sica em casa quanto na rua, o consumo desse tipo de m�dia passou a atrair quem concorde em pagar por uma assinatura mensal para ter acesso ao conte�do.

Oscar Castellano, CEO da empresa na América Latina, diz que há possibilidade de acordos com empresas de varejo e de transporte(foto: Deezer/Divulgação)
Oscar Castellano, CEO da empresa na Am�rica Latina, diz que h� possibilidade de acordos com empresas de varejo e de transporte (foto: Deezer/Divulga��o)
Relat�rio da �rea de pesquisas do banco americano Goldman Sachs aponta que o streaming pago, que desde 2017 j� � a maior fonte de receita do mercado fonogr�fico, j� pode posicionar a ind�stria para um crescimento ainda maior. No ano passado, o n�mero de usu�rios chegou a 180 milh�es. A previs�o para 2022 � atingir 575 milh�es. A proje��o da institui��o financeira, considerada otimista demais para alguns, aponta para uma receita global de US$ 41 bilh�es at� 2030.

Em boa medida, o aumento do uso de smartphones e o surgimento de outras formas de ouvir m�sica, com carros conectados e assistentes pessoais virtuais (como Alexa e Google Home), v�m colaborando com os n�meros dos maiores competidores desse setor – Apple Music, Spotify, Google Play Music e Deezer.

Para os usu�rios, ter esses meios tecnol�gicos e uni-los � possibilidade de ouvir m�sica sem ser atropelado pelo conte�do publicit�rio, seja em casa ou na estrada, mesmo que pagando uma mensalidade por essa comodidade, mostra-se cada vez mais atraente.

Tudo isso tem modificado a forma como os artistas criam, como conta Oscar Castellano, CEO da francesa Deezer para as Am�ricas. O espanhol esteve no Brasil para uma palestra na Futurecom e contou ao Di�rios Associados como a companhia tem conseguido crescer, apesar de ter competidores maiores, como Google e Apple, com mais f�lego financeiro. “O Brasil � o segundo mercado para a Deezer, mas sabemos que � poss�vel desenvolv�-lo muito mais”, diz o executivo.

Novo unic�rnio

A companhia, fundada em 2007 por Daniel Marhely, passou a fazer parte do “clube dos unic�rnios” (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilh�o) em outubro, quando recebeu 160 milh�es de euros em uma nova rodada de investimentos. Com isso, foi avaliada em 1 bilh�o de euros. Entre os principais investidores est�o Kingdom Holding Company e o Rotana Group, que se tornou parceiro comercial da empresa e ter� seu conte�do distribu�do para usu�rios do Oriente M�dio e do Norte da �frica, incluindo Egito, Ar�bia Saudita, Turquia e os Emirados �rabes Unidos – regi�o com popula��o de cerca de 400 milh�es de pessoas. A Deezer, por sua vez, ter� acesso ao seu cat�logo e ir� oferec�-lo � comunidade �rabe de todo o mundo.

Hoje, os servi�os da Deezer est�o dispon�veis em 185 pa�ses e s�o acessados por 14 milh�es de usu�rios ativos. S� as parcerias com empresas de telecomunica��es chegam a 40.

No Brasil, a opera��o come�ou em 2013 e atualmente o pa�s representa o segundo maior mercado da startup. As cidades do Rio de Janeiro e S�o Paulo est�o entre as dez onde s�o feitos mais streams na plataforma da Deezer no mundo. Tamb�m s�o pra�as importantes na opera��o brasileira as cidades de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Salvador.

Segundo dados apresentados por Castellano, no ano passado, a receita da ind�stria brasileira da m�sica foi de US$ 295,8 milh�es. Desse total, US$ 162,8 milh�es tiveram como origem os servi�os de streaming, ou 55,1% de participa��o. Recentemente, a companhia fez uma a��o de marketing que deu mais visibilidade � marca. A empresa passou a ser patrocinadora do “camarote” do programa “S� Toca da Top”, da TV Globo.

Alian�as estrat�gicas 

As alian�as comerciais s�o uma estrat�gia importante nesse mercado. No Brasil, a Deezer tem uma alian�a com a operadora TIM e j� teve com o Flamengo. O objetivo nesse tipo de acordo � oferecer servi�os customizados para os clientes dos parceiros e assim aumentar a base de clientes pagantes.

“Nosso relacionamento com a TIM est� continuamente em desenvolvimento, assim como fazemos com outros parceiros. E, � claro, estamos sempre avaliando novas estrat�gias de chegar ao cliente. Estamos trabalhando com algumas possibilidades, por exemplo, por meio de acordos com empresas do segmento do varejo e da �rea de transportes”, conta Castellano.

Uma das formas de aproveitar o potencial brasileiro tem sido a aposta em g�neros musicais com grande demanda. � o caso do gospel, que em menos de dois anos de projeto se tornou a fonte de maior demanda por stream na opera��o da Deezer.

A empresa, que tem editores que fazem o trabalho de sele��o de m�sicas para as playlists, tem um profissional dedicado exclusivamente a esse estilo. Do in�cio do segundo semestre de 2016 at� agora, o crescimento da audi�ncia do canal foi de 300%.

Os artistas tamb�m est�o de olho no tamanho desse mercado, tanto que mesmo os que se dedicam a outros g�neros t�m procurado parcerias com quem j� trabalha para esse p�blico. � o caso do MC-Livinho e Ton Carfi. Eles gravaram juntos Minha vez, que tem sido a m�sica mais ouvida do MC nas �ltimas semanas. A cantora Pablo Vittar foi um dos que fizeram apresenta��o exclusiva no est�dio da empresa.

O sertanejo tamb�m tem demandado aten��o da Deezer no Brasil que, para aproveitar o interesse do p�blico, tem investido na apresenta��o de artistas desse e de outros g�neros em seu est�dio, em S�o Paulo. O conte�do exclusivo acaba sendo um atrativo adicional para garantir novos assinantes. O funk deve ser uma das pr�ximas apostas no mercado local, diz o CEO.

Mas depois da parceria entre Deezer e Rotana, a startup deve desenvolver por aqui uma outra frente de trabalho: a do mercado �rabe. Estimativa de Castellano aponta que o Brasil tem por volta de 9 milh�es de �rabes e descendentes. “Com o novo cat�logo que passamos a ter, temos condi��es de atender a essa demanda em outras regi�es, inclusive no Brasil”, diz.

Castellano diz que agora, como um unic�rnio, a Deezer ter� condi��es de “fazer barulho” no mercado brasileiro, onde est� atr�s apenas do Spotify. “N�o podemos perder de vista que somos uma empresa inovadora. Para isso, precisamos continuar a nos anteciparmos ao que o consumidor espera, seja por meio das redes sociais, o compartilhamento simult�neo de m�sica ou a possibilidade de participar de um karaok� de qualquer parte do mundo, mas sem perder a identidade de cada mercado”, detalha.

Intelig�ncia artificial e m�sica para o humor

Uma das frentes de trabalho para tirar proveito do que a inova��o pode oferecer � a intelig�ncia artificial. Hoje, por meio do Big Data, a plataforma consegue interpretar os dados de consumo musical do usu�rio e sugerir listas personalizadas de m�sica. Assim como funciona em outras �reas, quanto maior for o consumo musical, mais dados o Big Data ter� para aumentar sua precis�o na sele��o para o cliente.

Mas a Deezer trabalha em outra frente que deve sofisticar ainda mais o trabalho que � feito atualmente. A plataforma de streaming pesquisa o que foi chamado de Music Mood Detection (ou detec��o do humor pela m�sica). Tamb�m com base em intelig�ncia artificial, ser� poss�vel analisar m�sicas escutadas, suas letras e melodias, hor�rio em que foi baixada e o comportamento do usu�rio com o smartphone na m�o (por meio de sensores que j� existem em alguns modelos) e, com todas essas informa��es, preparar playlists segundo o humor do ouvinte.

Com essa nova ferramenta, ainda em desenvolvimento, a Deezer poderia no futuro fornecer listas de reprodu��o mais precisas de m�sica que levaria o usu�rio a se sentir mais feliz depois de escutar uma determinada sele��o, sem que tenha de recorrer a ritmos que obviamente s�o mais animados.


Pra todos os gostos
O que est� acontecendo na m�sica por streaming

* Em 2017, o n�mero de usu�rios chegou a 180 milh�es no mundo
* Em 2022, a previs�o � atingir 575 milh�es de usu�rios
* O banco Goldman Sachs projeta uma receita global de US$ 41 bilh�es at� 2030
* Fundada em 2007, a Deezer tem 14 milh�es de usu�rios
* A startup, de origem francesa, est� presente em 185 pa�ses
* Depois de passar por uma rodada de investimento de 160 milh�es de euros, a Deezer passou a fazer parte das startups avaliadas em mais de US$ 1 bilh�o

 

 


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