'A elite empresarial do Pa�s n�o quer mais ser omissa', diz Rubens Menin

O setor de constru��o civil publicou na quarta-feira, 24, a poucos dias do segundo turno, um manifesto endere�ado aos candidatos, em que cita, entre outros pontos, a import�ncia da "defesa firme e obstinada da democracia" e da "observ�ncia irrestrita � Constitui��o". Presidente do conselho de administra��o da Abrainc, associa��o que re�ne as maiores incorporadoras do setor - e que tamb�m assinou o manifesto -, Rubens Menin diz que a elite empresarial quer ser protagonista do debate pol�tico e que, por isso, decidiu apontar ao novo presidente "par�metros" para que o Pa�s volte a crescer. "N�o queremos mais ser omissos", diz o dono da MRV, maior construtora do programa Minha Casa Minha Vida no Pa�s.

O que motivou o manifesto? O setor v� algum risco � democracia do Pa�s?

N�o vemos nenhum risco. � que as elites brasileiras s�o muito culpadas pelos problemas que estamos enfrentando hoje, em fun��o de omiss�o. Quando a elite empresarial deixa de participar da vida p�blica, uma parte pior dessa elite participa, e de uma forma ruim - que foi o que aconteceu no Brasil. N�o queremos voltar ao passado. Por isso, queremos ser protagonistas. � um manifesto republicano, que vai ao encontro dos anseios da sociedade.

Por que decidiram publicar o manifesto nesta semana, a poucos dias das elei��es? � um recado para algum dos candidatos?

N�o existe nada definido ainda. Quem for eleito ter� de ser cobrado pela sociedade. A coisa n�o pode ficar solta como ficou. O manifesto foi um acordo entre 31 entidades, que levantaram ponto a ponto do que deve ser feito pelo poss�vel ganhador do pleito. N�o estamos fazendo pol�tica partid�ria. � o que o setor espera, vai cobrar e vai defender de forma proativa daqui para frente. N�o queremos mais ser omissos.

O setor sempre foi muito pr�ximo dos governos do PT, ajudou a desenhar o programa Minha Casa Minha Vida e teve a oportunidade de participar mais ativamente. Por que n�o o fez?

Discut�amos o setor, mas n�o trat�vamos do tamanho do Estado, de Previd�ncia, de corrup��o. As entidades ficaram restritas aos interesses do setor, e n�o olharam a pauta do Pa�s. Agora, nossa pauta � ampla.

A constru��o civil apoia um dos dois candidatos?

As entidades s�o apartid�rias e impedidas, pelos estatutos, de manifestar posi��o pol�tica.

O sr., particularmente, apoia Bolsonaro ou Haddad?

Acho que meu voto � importante, mas, como dirigente classista, n�o posso tornar p�blica minha opini�o.

No manifesto, o setor ressalta a import�ncia do "equil�brio entre os tr�s Poderes da Rep�blica", poucos dias depois da repercuss�o de declara��es sobre o fechamento do STF. Esse epis�dio preocupou voc�s?

O que eu posso dizer � o seguinte. O Brasil precisa muito do investidor externo. Temos certeza de que ele s� vir� se o ambiente pol�tico for est�vel, se estivermos numa democracia, num estado de direito. O fato � que nenhum dos dois candidatos t�m interesse de romper com a estrutura democr�tica brasileira. Estamos vendo muito 'au�' em torno desse assunto, mas n�o acredito que eles sejam t�o pequenos a ponto de pensar nisso. Estamos apenas sinalizando para a sociedade que o estado de direito tem alguns princ�pios, que foram explicitados no manifesto. N�o acredito que nossa democracia corra perigo. Temos uma imprensa forte, guardi� da democracia. Temos um Legislativo e um Judici�rio fortes. A chance de virarmos uma Venezuela � zero.

O sr. n�o v� riscos � democracia, mas v� riscos � economia?

Estamos h� quatro anos sem crescer e precisamos unir o Pa�s. Isso s� vai acontecer se voltarmos a crescer. N�o podemos aumentar carga tribut�ria, as reformas precisam ser feitas. N�o vemos o Pa�s feliz se a economia n�o crescer, no pr�ximo governo, no m�nimo 3% ao ano em m�dia, apenas para recuperar o preju�zo e voltar ao zero a zero. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.