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Estado de Minas

Entidades empresariais buscam aproxima��o com Bolsonaro

O apoio n�o-oficial de setores como o de siderurgia, t�xtil, constru��o civil e com�rcio exterior tem como objetivo tirar do papel pauta de demandas caso o candidato seja eleito


postado em 26/10/2018 06:00 / atualizado em 26/10/2018 10:35

Presidente e executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo defende independência do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior(foto: Arquivo pessoal)
Presidente e executivo do Instituto A�o Brasil, Marco Polo defende independ�ncia do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (foto: Arquivo pessoal)

S�o Paulo – O encontro entre o candidato � Presid�ncia, Jair Bolsonaro (PSL/RJ), e l�deres de entidades empresariais que representam 32% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do pa�s, na �ltima ter�a-feira, foi um claro sinal da aposta do setor produtivo para as elei��es do pr�ximo domingo. Acreditando que o resultado das urnas ser� o apontado pelos institutos de pesquisa, a aproxima��o, costurada pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM/RS), um dos articuladores da campanha do ex-capit�o, serviu para garantir o compromisso de que algumas demandas sejam atendidas em caso de vit�ria.

Uma delas � que o Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC) n�o se transforme em secretaria subordinada ao super-Minist�rio da Fazenda, que agregaria ainda o Planejamento. Em declara��o ontem em suas redes sociais, Bolsonaro voltou atr�s no projeto, esvaziando a pasta que dever� ser ocupada pelo economista Paulo Guedes.

A proposta de Bolsonaro, desenhada por Guedes, tinha como objetivo enxugar a quantidade de pastas. Mas para o setor produtivo, o trabalho do MDIC tem de se manter aut�nomo, independente da �rea econ�mica, at� porque � da� que saem as propostas de corte or�ament�rio. A preserva��o do minist�rio, defendem os representantes das entidades empresariais, � fundamental para garantir a retomada do crescimento econ�mico. “J� peleamos demais com o Minist�rio da Fazenda, mesmo tendo o MDIC. Imagina se o minist�rio for extinto? Seria muito pior”, diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto A�o Brasil.

O presidente da associação das indústrias têxteis, Fernando Pimentel, diz que encontro reforçou pautas levadas a outros candidatos(foto: Arquivo pessoal)
O presidente da associa��o das ind�strias t�xteis, Fernando Pimentel, diz que encontro refor�ou pautas levadas a outros candidatos (foto: Arquivo pessoal)

A lista de propostas vai muito al�m da manuten��o do MDIC. Inclui temas como as Reformas da Previd�ncia e Tribut�ria, programas de concess�o e de privatiza��o para melhorar as atuais condi��es da infraestrutura do pa�s, uma redu��o da burocracia governamental e aten��o ao com�rcio exterior. O grupo que se encontrou com Bolsonaro, que gera 30 milh�es de empregos diretos e indiretos e recolhe R$ 250 bilh�es em impostos, entregou ao candidato uma carta em que defende o di�logo com o presidenci�vel  “para encontrar caminhos para a retomada do desenvolvimento da ind�stria, crescimento do pa�s e gera��o de empregos”, diz o texto.

DESBUROCRATIZA��O Presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria T�xtil (Abit), Fernando Pimentel conta que o encontro serviu para refor�as pautas j� apresentadas a todos os candidatos � Presid�ncia. “Ganhe quem ganhar, o Brasil precisa adotar medidas que possam desburocratizar a atividade econ�mica”, defende.

Na sua opini�o, durante a campanha presidencial pouco se discutiu sobre como fazer reformas concretas para destravar o pa�s. “O que menos se discutiu foram propostas para reformas consistentes. Mas elas s�o fundamentais para a retomada da confian�a no pa�s.” Pimentel defende que sejam feitas reformas estruturantes no pa�s, “do contr�rio, vamos capotar l� na frente, com um d�ficit p�blico impag�vel.” O presidente da Abit acrescenta que haver� muitos desafios ao novo presidente, como desenhar um novo modelo tribut�rio e negoci�-lo no Congresso. Al�m disso, acrescenta, � preciso dar urg�ncia � vota��o da Reforma da Previd�ncia.

Cargos no porto: demandas sobre exportações e importações foram apresentadas pelos empresários ao presidenciável ontem(foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil - 24/1/14)
Cargos no porto: demandas sobre exporta��es e importa��es foram apresentadas pelos empres�rios ao presidenci�vel ontem (foto: T�nia R�go/Ag�ncia Brasil - 24/1/14)

“Outros pontos tamb�m dever�o fazer parte desse novo momento, como a forma de o Brasil baixar o custo do cr�dito, que ainda � muito caro e escasso, apesar da redu��o dos juros. Isso vai passar pela discuss�o sobre a concentra��o banc�ria, pela dificuldade de retomada do cr�dito em caso de inadimpl�ncia e a reforma tribut�ria”, prop�e.

SEM SENTIDO Sobre a proposta de incorporar o MDIC � Fazenda, Pimentel era um dos cr�ticos e comemorou a decis�o de Bolsonaro, caso seja eleito. Para o presidente da Abit, “a proposta n�o tinha o menor sentido. Temos de seguir justamente na dire��o oposta, com uma economia mais internacionalizada, com a abertura costurada a partir de acordos comerciais negociados”. Para Pimentel, o encontro n�o foi um apoio direto a Bolsonaro, mas ele afirma: “A declara��o que apresentamos � de apoio a quem apoia a iniciativa privada e o crescimento. Mas n�o h� partidarismo nisso.”

Mello Lopes, do Instituto A�o Brasil, explica que o setor da siderurgia est� particularmente afetado pela baixa atividade econ�mica do pa�s. Entre 2008 e 2017, as empresas investiram US$ 25 bilh�es na moderniza��o do parque industrial. No entanto, hoje est�o usando apenas 68% da capacidade instalada, quando deveria estar em torno de 80%.

CONTROLE NAS IMPORTA��ES “A prioridade � o crescimento do mercado interno e isso vai depender da retomada de atividades muito importantes para a siderurgia, como a constru��o civil, ind�stria automobil�stica, m�quinas e equipamentos”, explica. Lopes alerta ainda para a necessidade de o novo governo, ao contr�rio do atual, “n�o liberar indiscriminadamente a economia brasileira”.

“Antes de abrir � preciso resolver as mazelas internas. Infelizmente, temos visto a defesa comercial agindo muito mais de forma pol�tica do que deveria. Foi o que aconteceu no caso da negocia��o com China e R�ssia. A Camex tinha dois processos do nosso setor e os suspendeu por causa da disputa no setor de aves”, reclama o presidente do Instituto A�o Brasil.

SEM MEXER NO C�MBIO As exporta��es brasileiras tamb�m fizeram parte da conversa com o candidato pelo PSL. Presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos� Augusto Castro explica que o problema dos exportadores n�o est� na atual taxa de c�mbio, que ele defende que continue a ser flutuantes. Para o especialista, o pa�s tem de corrigir outros problemas para melhorar a efici�ncia da ind�stria nacional, como buscar formas de reduzir o Custo Brasil – respons�vel por 30% do custo da ind�stria nacional.

Isso passa, segundo Castro, pela Reforma Tribut�ria e pelo investimento em infraestrutura. “Do jeito que nos encontramos hoje, � mais barato importar do que produzir e exportar. Essa distor��o tem comprometido a participa��o das empresas brasileiras no mercado internacional. O atual sistema tribut�rio tem responsabilidade nisso, porque � complexo e desestimulante e torna mais vantajoso exportar produto em vez do produto acabado”, lamenta.

Castro diz que a aproxima��o com Bolsonaro foi uma “quest�o de oportunidade” para o setor produtivo levar suas demandas. “A declara��o que apresentamos a ele foi um apoio indireto. Aproveitamos a chance de nos aproximarmos de quem se coloca a favor do di�logo”’, diz.

Constru��o civil como alavanca de retomada

Al�m do encontro entre o candidato do PSL e oito entidades, nesta semana houve uma agenda exclusiva com o setor da constru��o civil, representado pelo presidente da Associa��o Brasileira das Incorporadoras Imobili�rias (Abrainc), Luiz Antonio Fran�a. Na pauta, temas como os reflexos da inseguran�a jur�dica no �nimo do setor produtivo e algumas sugest�es para que a habita��o funcione como um alavancador do crescimento da economia.

Fran�a apresentou um estudo feito pela Funda��o Getulio Vargas (“An�lise das Necessidades Habitacionais e suas Tend�ncias para os Pr�ximos Dez Anos”) que mostra o comportamento da demanda futura por moradia no Brasil, a capacidade de gera��o de empregos e o reflexo na arrecada��o de tributos. “O pa�s precisa de moradia, tanto para atender ao crescimento da popula��o quanto para atender ao atual d�ficit populacional”, diz.

Para o presidente da Abrainc, sem subs�dio n�o ser� poss�vel avan�ar com um programa de habita��o popular, o que, segundo ele, acontece em todos os pa�ses. Na conversa com o candidato do PSL, Fran�a destacou ainda o papel do FGTS no setor e a necessidade de regulamentar os distratos – o projeto est� no Senado. “S�o temas muito importantes para que os investimentos voltem, para que haja confian�a e para que a constru��o civil possa ajudar na recupera��o da economia brasileira.”

 


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