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Estado de Minas ECONOMIA

Crise torna mais dif�cil renegociar d�vida


postado em 29/10/2018 11:33

Est� mais dif�cil cobrar inadimplentes neste final de ano, apesar de as condi��es de renegocia��o serem mais favor�veis. Bancos e empresas de cobran�a est�o mais flex�veis, oferecendo prazos mais longos. Al�m disso, a taxa b�sica de juros, hoje em 6,5% ao ano, � a menor da hist�ria, o que, em tese, facilitaria as renegocia��es.

Mas falta de dinheiro no bolso do consumidor e inseguran�a em rela��o ao emprego t�m pesado mais e s�o hoje os principais obst�culos para os inadimplentes fecharem e cumprirem os acordos.

Nos financiamentos atrasados sem garantias reais, como empr�stimo pessoal e cart�o de cr�dito, por exemplo, a quantidade de d�vidas renegociadas est� 20% abaixo do ano passado, segundo a Associa��o Nacional das Empresas de Recupera��o de Cr�dito. A entidade re�ne 100 empresas que representam 80% do mercado de cobran�a.

"Estamos numa situa��o at�pica porque nunca tivemos uma crise econ�mica depois de boom de cr�dito, como agora", diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Em setembro, 62,4 milh�es de brasileiros estavam inadimplentes. � um n�mero quase 4% maior do que um ano atr�s e praticamente a mesma marca de agosto.

Fernando Modenezi, diretor da RBrasil, empresa de cobran�a que presta servi�o para os grandes bancos, confirma a dificuldade de fechar acordos. "Hoje a minha recupera��o de cr�dito est� 15% abaixo do mesmo per�odo de 2017", diz o executivo. A empresa faz cerca de um milh�o de liga��es diariamente � ca�a de inadimplentes.

Modenezi lembra que o resultado das renegocia��es poderia ser pior se n�o tivesse a ajuda dos meios digitais e a maior flexibilidade por parte dos credores, como o prazo de pagamento dilatado. Em m�dia, hoje s�o oferecidos seis meses a mais de parcelamento ante 2017. "Os bancos aumentaram o prazo para ver se melhora a situa��o e, mesmo assim, est� dif�cil."

Satoshi Fukuura, presidente da Siscom, que tem na sua carteira de cobran�a 1,3 milh�o de d�vidas em atraso, conta que tem gastado um ter�o a mais de tempo em conversa��es para convencer o inadimplente assumir um novo compromisso de pagamento. "Quando converso com meus gerentes, todos dizem que est� mais dif�cil."

O executivo frisa que, no caso da sua empresa, houve aumento de produtividade com a ado��o de canais digitais e modelos estat�sticos que compensaram a maior dificuldade para negociar.

"Todo mundo acha que empresa de cobran�a nada de bra�ada em tempos de crise, mas hoje n�o � bem assim", afirma Fukuura. Seis anos atr�s, lembra, a situa��o era muito boa porque os inadimplentes renegociavam os atrasados e honravam o pagamento. Hoje a base de clientes vem diminuindo com o avan�o da renegocia��o digital feita pelos bancos.

Tamb�m os inadimplentes que renegociam as d�vidas com as empresas de cobran�a t�m dificuldade para pagar. Dados do SPC Brasil mostram que a reincid�ncia dos inadimplentes � alta. Neste ano, 84,5% deles j� ficaram negativados alguma vez nos �ltimos cinco anos.

Flexibilidade

Com a proximidade do final de ano, o presidente da Siscom notou que os bancos est�o mais abertos para aprovar acordos de d�vidas maiores e atrasadas h� mais tempo. A flexibilidade se traduz em prazos maiores e abatimento nos juros. "Para d�vidas acima de 180 dias, o desconto nos juros supera 50%."

A maior flexibilidade nas negocia��es � confirmada pelos bancos. Adriano Pedroti, diretor do Ita� Unibanco, diz que � preciso se readequar para renegociar com algu�m que perdeu poder de compra. Ele conta que tem feito a��es para atenuar o impacto do desemprego.

O banco, por exemplo, reduziu os juros para d�vidas vencidas acima de 90 dias, de linhas sem garantias, de 2,5% e 3% ao m�s para 1,99%. Promocionalmente neste final de ano, vai autorizar o parcelamento em quatro vezes, sem juros, da d�vida com desconto.

"A parcela m�dia da d�vida renegociada neste ano ser� entre 10% e 15% menor do que a do ano passado", diz Pedroti. Com essas a��es, mais do que renegociar a d�vida, a meta � recuperar o cliente, diz.

"No momento atual, o importante � preservar os clientes", confirma o superintendente executivo de recupera��o de Varejo e Financeira do Santander, Paulo Oliveira. Ele explica que, nos �ltimos anos, o banco decidiu agir preventivamente contra o aumento da inadimpl�ncia. "Estamos trabalhando da forma mais antecipada poss�vel e a inadimpl�ncia est� controlada por causa dessas a��es."

Faz tr�s meses, por exemplo, que o banco lan�ou dentro do seu aplicativo uma funcionalidade que permite acompanhar as d�vidas. Desta forma, o cliente v� o comprometimento da renda. "Com isso, podemos oferecer parcelamento diferenciado para dar f�lego ao cliente." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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