Economistas se unem em projeto para o governo

Depois de um ano de discuss�es, em reuni�es e mensagens pelo WhatsApp, mais de cem economistas de diferentes tend�ncias reunidos num grupo chamado 'Economistas do Brasil' decidiram apresentar um projeto para tentar tirar o Pa�s da pior crise fiscal e colocar a economia na rota do crescimento sustent�vel. Hoje, em um debate que vai ocorrer no Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Get�lio Vargas (Ibre/FGV), no Rio, ser� apresentada ao meio acad�mico a 'Carta Brasil', um conjunto de diretrizes econ�micas formuladas por esse grupo e endere�ada ao pr�ximo governo.

A inten��o do grupo � encaminhar a proposta a Paulo Guedes, futuro ministro da Economia do presidente eleito Jair Bolsonaro.

"N�o se trata de um documento de consenso, mas de converg�ncia", afirma o economista Cl�udio Frischtak, membro do grupo e um dos relatores da carta.

O documento � assinado por mais de uma centena de economistas, entre os quais Bernard Appy, Ana Carla Abr�o, Samuel Pess�a, Alexandre Schwartsman, Jos� M�rcio Camargo, Oct�vio de Barros, Silvia Matos e Elena Landau.

O ponto de partida do documento de 91 p�ginas � a reforma do Estado para dar sustentabilidade �s contas p�blicas. Para atingir esse objetivo, a carta aponta 13 diretrizes que devem alicer�ar as pol�ticas do novo governo. Essas diretrizes tocam em quest�es recorrentes, como a necessidade da reforma da Previd�ncia e da simplifica��o do sistema tribut�rio.

Tamb�m levantam temas que foram alvo recente de controv�rsias com o governo eleito, como transformar o Mercosul em �rea de livre-com�rcio ou garantir pol�ticas de sustentabilidade do meio ambiente, como desmatamento zero.

Recess�o

Frischtak destaca tr�s pontos fundamentais que devem ser resolvidos para colocar a economia nos trilhos. O primeiro � a quest�o previdenci�ria. "Sem fazer a reforma da Previd�ncia e resolver a quest�o fiscal, infelizmente vamos resvalar para uma nova recess�o", adverte. Passadas as elei��es, o motivo da mini euforia com o novo governo eleito � que as pessoas acreditam que a quest�o fiscal ser� resolvida, observa ele.

O segundo ponto importante citado por Frischtak � a baixa produtividade da economia. Melhorar o ambiente de neg�cios, a seguran�a p�blica, educa��o, quest�o tribut�ria e infraestrutura � o passaporte para aumentar a produtividade. "N�o conseguiremos retomar o crescimento em bases sustent�veis com o n�vel de produtividade que temos hoje."

O �ltimo ponto citado por ele � a quest�o ambiental, da sustentabilidade. "N�o podemos jogar fora os ativos ambientais que n�s temos; para a gente, em primeiro lugar, e tamb�m para o mundo."

Nas contas do economista, se boa parte das diretrizes de reformas contidas nessa carta fossem seguidas, o Pa�s poderia voltar a crescer num ritmo entre 3,5% e 4% ao ano. "As reformas v�o levar � retomada de investimentos e ganhos de produtividade, e essa combina��o acelera o crescimento." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.